O nosso bate-papo dá uma chegada no Rio de Janeiro, para ouvir e contar a história de Carlos Aurélio, ex-Ponta Esquerda do Vasco e Olaria, Carlos Aurélio foi um dos inscritos para o Brasileirão de 1974, embora não tenha entrado em campo, ele viveu aquela época inesquecível para os Vascaínos.
Após o Vasco, ele teve uma rápida passagem pelo Olaria, mas como tudo na vida é uma escolha, ao final de 1974 e ele largou a bola para cursar econômia. Deixando para traz os gramados, porém, levou junto as lembranças e as histórias, que agora vem nos contar aqui no Blog.
Seu nome completo?
Carlos Aurélio Martins Pimentel
Data e Local de Nascimento:
20/02/1954, em Leopoldina – MG
Casado:
Sim
Filhos:
3 filhos
Uma Pessoa Importante:
Meu pai
Comida Preferida:
Feijoada
Bebida Preferida:
Cerveja
Um Hoby:
Música
Uma Cor:
Branco
Cantor:
John Lennon
Cantora:
Ivete Sangalo
Uma Música:
Imagine
Ator:
Silvester Stallone
Atriz:
Sharon Stone
Livro:
Meu Pequeno Príncipe
Um Lugar Bonito:
Natal – RN
Sempre quiz ser Jogador?
Não
Time do Coração:
Flamengo
Um Ídolo no Futebol?
Zico
Quem foi sua inspiração como jogador na sua posição?
Não me inspirava em nenhum jogador
Onde você começou a jogar na época de Juvenil e Junior?
No Antártico e no Ribeiro Junqueira, em Leopoldina (MG).
Como foi começar no futebol? Muitas dificuldades?
Não tive dificuldades. Em um belo dia de janeiro de 1974, fui convidado inesperadamente a fazer uma experiência no Vasco da Gama e fui aprovado.
E profissionamente, você lembra do seu primeiro jogo? Onde foi? Em que ano? Qual o resultado da partida?
Foi em São Januário, em uma preliminar do campeonato nacional de 1974, joguei pelos juniores do Vasco. Não me lembro do adversário, mas vencemos por 2-0.
Muita tensão na primeira partida?
Não diria tensão, mas sim muita emoção. O estádio estava lotado.
Por onde você andou, durante a sua carreira?
Iniciei minha carreira em Leopoldina, no Ribeiro Junqueira, depois joguei no Unidos, de
Ribeiro Junqueira, distrito de Leopoldina. Fui para o Vasco em Janeiro de 1974 e posteriormente para o Olaria no final de 1974, onde passei a treinar como titular.
O Olaria tinha no seu meio de campo, o Roberto Pinto e o Afonsinho (aquele médico que jogou na Seleção e no Botafogo, excelente pessoa).
Felizmente ou infelizmente, passei no vestibular (1º lugar) para Economia na Gama Filho e abandonei o futebol.
Essa atitude me entristece quando me lembro dela, já que eu poderia ter feito as duas coisas, ou seja, a minha faculdade e ter disputado o Campeonato Carioca de 1975.
Como se deu a sua ida de Leopoldina para o Vasco?
Meu cunhado, que é um médico militar, é torcedor fanático pelo Vasco e conseguiu junto ao saudoso Almir de Almeida (na época Superintendente do Vasco) um treino de experiência para mim.
Agradei em cheio ao Travalline (técnico do Vasco naquelea ocasião) e fui relacionado para o campeonato nacional. Isto ocorreu, quase ao final do campenonato.
Você teve uma carreira curta, optou por estudar, é difícil tomar uma decisão asssim?
Não foi difícil a decisão, mas lamento tê-la tomado precipitadamente, característica de adolescente inesperiente.
Um momento inesquecível na sua carreira?
As duas últimas partidas do Campeonato Nacional de 1974 no Maracanã, onde em ambas o público ultrapassou 170 mil pessoas. Joguei nas duas preliminares: de Vasco x Internacional (Semifinal) e Vasco x Cruzeiro (Final, onde o Vasco venceu por 2-1)
Uma partida inesquecível?
Vasco 2-1 Cruzeiro (Partida já citada na resposta anterior)
Você disse não ter marcados gols importantes na sua carreira, mas tem algum lance em especial que você tenha participado e que não esquece?
Me recordordo e muito, do gol que o Caíco (irmão do César Maluco e do Luizinho Lemos), fez na preliminar da decisão do Campeonato Nacional de 1974, ganhamos de 1-0 do Olaria, com uma platéia de 174 mil pessoas.
Foi de falta, o Caico e eu ficamos preparados para bater a falta na linha da grande área. Ele correu na frente e colocou a bola no angulo. Depois correu para próximo da “geral” para comemorar com a torcida, foi emocionante e indescritível.
Você fez muitos amigos no futebol? Qual a amizade que começo na época de atleta e dura até hoje?
Tenho vários amigos do futebol, mas apenas aqueles de época anterior à minha ida para o Vasco.
Quem era o jogador pior de se enfrentar como marcador na sua época?
o Júnior (Flamengo), certa vez, o enfrentei como lateral direito em uma partida preliminar entre Vasco e Flamengo. Neste dia ele jogou na direita, embora tenha se consagrado como lateral esquerdo.
Qual o melhor jogador, aquele que dá para chamar de craque, que jogou com você?
Tenho vários amigos que posso chamar de craque: Ely, Gersinho, meu irmão Celsinho e outros.
Qual o melhor técnico que você teve?
Toninho, do Ribeiro Junqueira, foi treinador do Itumbiara, em Goias.
Qual o melhor gramado em que você jogou?
Maracanã
Quando e onde foi o seu último jogo?
Profissionalmente, creio que foi em São Januário, no final de 1974.
Como foi parar de jogar?
Passei no vestibular em 1975 e abandonei o futebol. A partir daquela época, passei a jogar pelo time da faculdade da Gama Filho e na seleção carioca universitária.
Se você tivesse continuado, teria sido um jogador de destaque?
Acredito que eu seria um bom jogador.
Quando você parou de jogar e foi se dedicar aos estudos, pensou em algum momento em voltar a jogar profissionalmente?
Fiquei um pouco decepcionado em ter saído do Vasco. Entretanto, um saudoso tio, que eu lhe apelidei de Manicera (por causa daquele zagueiro que jogou no Flamengo), me levou para o Olaria, onde consegui a vaga de titular da ponta esquerda. Mas passei no vestibular e abandonei. Lamentável decisão!!!
Após um ano de estudo na Gama Filho, felizmente tomei uma decisão acertada e decidi jogar pelo time da Faculdade.
A partir daí fiz a faculdade sem custo algum. Fui convocado para a seleção carioca universitária e depois de me formar, passei a ser “peladeiro”.
Na época em que você optou pela faculdade, largando a bola, o Mundo era outro, ou seja, você usou a razão na frente do coração, pois jogar futebol era mais um prazer do que realmente ganhar dinheiro, você não acha que hoje a situação se inverteu?
Sem dúvida, o futebol hoje coloca o jogador em situações muito confortáveis, mas o jogador precisa ser dedicado e responsável, senão não tem futuro.
Ao que parece, hoje em dia, se nossos jogadores deixam de lado (bem de lado) a educação em nome do futebol, isso não é um erro?
Concordo, a maioria deles não tem instrução nenhuma e isso trás consequências graves, em termos de comportamento e dignidade. Temos exemplos na mídia quase sempre.
Neste breve momento, o que o futebol lhe ensinou?
Persistência e dedicação. A minha lamentável e precipitada decisão de abandonar o futebol naquela época me ensinou a ter perseverança e equilíbrio nas decisões e buscar ser bom em tudo e ir até o final.
Se tivesse a chance de voltar e recomeçar, teria sido outra vez jogador?
Sem dúvida alguma, seria um atleta e um bom economista.
Qual a sua atividade?
Atualmente, sou Gerente de Relações com Investidor do Grupo Energisa, que tem atuação principal na distribuidora de energia elétrica.
Qual o conselho que você deixa para quem está começando agora com o futebol?
Ser persistente e treinar muito. Não dormir tarde, pricipalmente.
O que um jogador tem que ter hoje para fazer sucesso?
Muita dedicação e preparo físico.
E o que não pode ter de maneira alguma, para não estragar a carreira?
O vício da bebida.
Atualmente, você tem acompanhado o futebol? Costuma ir aos estádios?
Sim
Na sua opinião, o futebol de hoje é melhor ou pior do que na sua época?
Pior
Porque?
O futebol hoje é mais competitivo, mais força do que técnica.
Quando era mais facil de se jogar, hoje ou na sua época? Porque?
Era mais fácil jogar naquela época.
Quem é o melhor jogador em atividade no momento? No Brasil e No Mundo?
Neymar e Messi
Dos tempos de jogador, tens alguma história engraçada para contar?
As piadas na concentração feitas pelo Fidelis, lateral direito do Vasco, eram sempre muito engraçadas…
A Econômia hoje é o seu “Campo”, o Brasil realmente está no caminho certo economicamente falando?
Embora a economia das grandes potências mundiais (EUA é o principal exemplo) esteja debilitada pela crise financeira, o Brasil passa por um momento confortável. Creio que impactos negativos possam surgir, mas não a ponto de levar o país a uma deterioração dessa posição.
E os nossos clubes, em matéria de econômia, o que deve melhorar para que possam chegar a níveis dos clubes europeus?
O que falta nos clubes brasileiros é principalmente “seriedade” dos administradores. Cultura, educação e consequentemente a péssima distribuição de renda no país também afetam as bilheterias dos jogos, prejudicando as arrecadações dos clubes.
A conversa ta chegando ao fim, deixo este espaço para que Você possa falar de algo que talvez eu tenha esquecido de perguntar, gostaria de falar algo?
De minha parte, eu agradeço muito a sua gentileza e atenção em me atender, sucesso e fica com Deus. Não tenho nada a acrescentar, apenas agradecer o convite em participar da sua pesquisa. Me trouxe boas lembranças e saudades daqueles tempos.
“- Ah, se pudéssemos voltar no tempo!!!”
Obrigado pela gentileza e atenção, um abraçõ e fica com Deus.
Fonte: Sumulas-tchê