Se o Juninho de 2011 já agradou a muita gente, surpreendendo até o próprio após dez temporada no exterior, a versão 2012 vem deixando para trás com facilidade as médias obtidas na temporada passada. Na noite desta quinta-feira, contra o Coritiba, em São Januário, o meia de 37 anos fará sua décima partida nas últimas 11 rodadas, ignorando a necessidade de outrora de ser poupado para evitar o desgaste excessivo. Aliás, um voo mais ousado é planejado pelo departamento físico do Vasco: caso sua resistência mantenha os níveis atuais, o Reizinho pode até ser escalado em todos os jogos até o fim do Campeonato Brasileiro.
A evolução está pontuada por diversos fatores, entre eles, claro, o cuidado com o corpo e o preparo diário para estar em condições de ajudar a equipe, por exemplo, com quatro gols e três assistências antes mesmo da metade da competição. Mas também, segundo confirma o preparador do elenco, Rodrigo Poletto, uma readequação definitiva ao estilo de trabalho no país, que o faz ser mais veloz, resistente e presente na maioria das atividades comuns.
- Ele se adaptou ao calendário do futebol brasileiro e à nossa metodologia de trabalho. Também facilita o fato de o Vasco disputar apenas uma competição no segundo semestre. No ano passado havia a Copa Sul-Americana, e mal dava para treinar. Atleta precisa treinar sempre para ter um nível de performance alto. Juninho tem uma condição física muito boa, tem apresentado uma perfomance muito boa durante os 90 minutos e, principalmente, na recuperação depois dos jogos, mesmo com as viagens mais longas - apontou Poletto.
Desde sua chegada, Juninho atingiu 66% de participação pelo time cruz-maltino no restante da temporada, sendo 70% no Brasileirão. Hoje, os números são claramente mais intensos: 75% e 81% de presença, respectivamente, ao longo de 2012. Em sua volta, o capitão anotou quatro gols na competição nacional, o mesmo de agora, em 13 partidas disputadas. Por isso, apesar da cautela, existe a chance de o técnico Cristóvão Borges ter seu camisa 8 sem qualquer interrupção de ordem técnica/física.
- É preciso avaliar jogo a jogo. Hoje ele está num nível bom, mas se houver algum fator que prejudique a sua recuperação, esse nível pode cair e ele pode precisar ser poupado. É algo individual. Mas se tudo seguir dentro do normal do Juninho, com essa resistência, não vai ter problema algum, e ele poderá atuar em todas as partidas até o fim do Brasileiro - acredita o preparador.
A possibilidade de não perder a companhia do craque é motivo de vibração de Alecsandro.
- Gostaria que ele pudesse jogar todas as partidas. Queria sempre estar ao lado dele. É fundamental para o Vasco, pois, com o Juninho fora, hoje, somos totalmente diferente. É uma peça indispensável ao nosso esquema tático. Não tem mais responsabilidade que os outros, mas ele e o Wendel estão atacando e defendendo muito. Ao mesmo tempo, ele sabe que não tem mais 20 anos. É um cara inteligente, vencedor e que, quando achar que não tem condições, vai avisar. Já ouvi ele falar que era melhor não ir para tal jogo para não atrapalhar. Pô, quem diria um jogador como Juninho falando isso (risos)... - reverenciou o atacante.
No clube, já existe a certeza de que o Reizinho deve estender pela terceira vez seu contrato, sempre cautelosamente desenhado para seis meses, para estar presente em mais uma Taça Libertadores e, assim, completar 38 anos nos campos em ato nível. Para a comissão técnica, que considera que ele possa atuar por mais três temporadas, é só dizer aonde assinar.
Entenda o crescimento nos números de Juninho:
EM 2011
Jogou 21 dos 30 jogos do Vasco no Brasileirão - 70% de presença
Jogou 26 dos 39 jogos do Vasco na temporada - 66% de presença -
14 vitórias, sete empates e cinco derrotas = 62,5% de aproveitamento
EM 2012
Jogou 13 dos 16 jogos do Vasco no Brasileirão - 81% de presença
Jogou 34 jogos dos 45 jogos do Vasco na temporada - 75% de presença
21 vitórias, seis empates e sete derrotas = 68% de aproveitamento
Fonte: GloboEsporte.com