Advogado do Vasco quer reunião com juíza e novo acordo sobre a base

Quarta-feira, 15/08/2012 - 19:34

Um dia após a Justiça determinar a interdição dos alojamentos das categorias de base do Vasco em São Januário, o clube carioca rebateu sob um discurso ainda conciliatório, em busca de um acordo em reunião que o escritório de advogacia está tentando agendar. A alegação é que desde a última vistoria, datada de 4 de junho, o local já recebeu melhorias e só não seria feito mais por conta da reforma do CT de Itaguaí, que ficará 100% pronto em cerca de 60 dias e que abrigará todos os atletas. A princípio, foi dado um prazo de cinco dias úteis para a derradeira avaliação. A diretoria deve ser notificada oficialmente nesta quinta-feira e já adiantou que, para ganhar tempo, entrará com pedido de efeito suspensivo.

Ainda assim, o Vasco trabalha com a possibilidade de mover a garotada para um hotel se o imbróglio persistir. O clube lamenta que haja uma suposta resistência dos promotores da Vara da Infância e da Juventude em relação à efetivação da base no município do interior.

- É uma situação delicada, vamos mandar todos para Itaguaí, onde a estrutura não vai dever para a de nenhum clube do Brasil. Mas eles não querem. Dizem que é uma zona rural, poderia causar uma situação constrangedora para os pais, o que não faz sentido. A maioria já é de outro estado, o deslocamento é inevitável. Queremos sentar com a juíza para fazer reunião geral e criar um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) e cumpri-lo. Lógico que as exigências têm de estar dentro de uma realidade. Mas o Vasco está disposto a investir e evitar esse tipo de exposição desnecessária. Afinal, os jovens são o futuro do futebol do clube. O presidente Roberto Dinamite é o mais incomodado com isso - afirmou o advogado do Vasco no processo, Marcelo Macedo.

Os argumentos do Ministério Público, no entanto, são totalmente opostos. Segundo a promotora Clisanger Ferreira, já houve tentativas de encontros amigáveis, mas um representante do Vasco desmarcou e jamais retornou. E a investigação ocorre desde 2010, sem solução. Ela reforça que o dia 17 de abril foi a data da primeira vistoria neste ano. Apesar da notificação e da promessa, o funcionamento de aparelhagens e o estado dos quartos, banheiros e até salas de aula do Colégio Vasco da Gama teriam piorado em junho.

- Não há reunião com a juíza (Katerine Jathay Kitso Nygaard), é uma decisão que tem de ser cumprida. Já foram concedidos 30 dias no primeiro semestre e nada aconteceu. O Vasco está dando um péssimo exemplo para o esporte ao não garantir o mínimo de conforto aos meninos. Queremos que eles continuem perseguindo os sonhos de serem atletas, temos paciência, mas, dependendo do que for apresentado desta vez, as atividades serão suspensas e os adolescentes serão devolvidos à tutela dos pais - informou a promotora, referindo-se apenas às categorias infantil e juvenil, nas quais os jogadores não atingiram a maioridade e permanecem sob a supervisão de seu setor.

De acordo com a oposição, a diretoria teve a aprovação do Conselho Fiscal de uma quantia de R$ 4 milhões para a melhoria dos alojamentos de São Januário - que hoje abrigariam apenas 24 garotos -, em 2011. A verba teria sido empregada nisso, mas o local segue despertando críticas. Ninguém no clube se pronunciou sobre o assunto.

Pouco depois da morte de Wendel Venâncio da Silva, que passava por avaliação na base do Vasco em fevereiro deste ano, também foi determinado o fechamento do CT de Itaguaí, que pertence ao empresário Pedrinho Vicençote e é alugado pelo clube por dois anos. Somente com as obras que estão em processo de conclusão é que está sendo possível usufruir da área novamente.

Fonte: GloboEsporte.com