Enquanto se prepara para levar a bandeira do Vasco até a estratosfera no final de agosto, o turista espacial Humberto Quintas continua representando o seu clube de coração nas horas vagas. Em julho, o vascaíno participou da primeira competição de jet pack aquático da qual se tem notícia, em Key West, no estado americano da Flórida. Devidamente trajado com o uniforme vascaíno, Humberto terminou a competição em quarto lugar.
O jet pack aquático, uma espécie de “jet ski voador”, utiliza um sistema de propulsão à base de água, composto por um motor e uma bomba de sucção, ligadas ao piloto por uma mangueira de 10 metros de comprimento. A água é bombeada através da mangueira, do mar até o jet pack, a um volume de 1000 galões por minuto e com uma força de 420 libras, o suficiente para lançar o piloto a uma altura de 10 metros, com velocidades que podem superar os 40 km/h.
O equipamento está disponível para aluguel em Key West, ponto mais meridional dos Estados Unidos, localizado a apenas 90 milhas de distância de Cuba. Essa foi a primeira vez, no entanto, que uma competição de jet pack aquático foi realizada. Existem apenas 6 pontos onde o esporte pode ser praticado em todo o mundo, devido ao reduzido número de jet packs aquáticos fabricados até o momento.
Durante a competição, 7 participantes flutuaram sobre um trajeto marcado com bóias. Cada competidor tinha o direito de completar 3 voltas no circuito, em baterias alternadas (um de cada vez), sendo computada apenas a volta mais rápida de cada participante para fins de classificação. Ao final, o vascaíno terminou com o quarto melhor tempo no geral, mesmo prejudicado por uma queda na sua segunda volta e com a interrupção da prova antes que pudesse completar a sua terceira e última tentativa, devido a condições climáticas adversas.
“ Havia uma tempestade elétrica se aproximando. Ninguém quer ficar suspenso a oito, nove metros de altura, em pleno mar, com raios caindo por perto... Por isso, não discuti e concordei com a interrupção da prova. Lamento apenas a minha queda na segunda volta. Tive somente uma volta para computar, então a competição foi desigual... Competi contra pilotos que possuem o equipamento, mas mesmo assim estava fazendo a minha melhor parcial, quando me desequilibrei ao contornar uma bóia e caí. Pilotar essa máquina é como ser lançado por um canhão. Não há atrito entre o corpo e a água, fica difícil controlar os movimentos. Além de ter ficado com alguns hematomas, bebi um bocado de água. O susto foi grande”, explica Humberto Quintas.
O vascaíno, que percorreu um trajeto de mais de oito horas desde a cidade de Houston (Texas) até Key West apenas para participar da competição, acredita que o esporte se tornará popular no futuro:
“Entre horas de vôo, burocracia aeroportuária e estradas, foram quase dez horas para chegar até o local da competição. Mas, era importante estar presente. É uma prática esportiva nova e, com a popularização da tecnologia, os preços irão cair e esse esporte deverá se tornar mais acessível.”
Por fim, Humberto Quintas explicou os motivos da sua empreitada:
Quando alguém pesquisar sobre a primeira competição de jet pack aquático organizada em alguma parte do planeta, verá que havia um vascaíno lá, o único brasileiro e, ainda melhor, vascaíno. Então, quem buscar descobrirá que uma vez mais, o Vasco foi o pioneiro, esteve na vanguarda. A vocação do Vasco é a de ser líder, ser o primeiro, sempre. Confirmar essa vocação vale qualquer esforço.”