Desde que disputou o título brasileiro de 2011 ponto a ponto com o Corinthians, Cristóvão Borges nunca escondeu a admiração pelo padrão que Tite construiu rival. Alegava, no entanto, que sua equipe era ofensiva por característica e não poderia pensar em copiar o eficiente sistema, que também alçou o clube paulista à conquista da Libertadores, disparado com a defesa menos vazada - quatro gols sofridos em 14 partidas. Só que, aos poucos, com as mudanças pontuais de jogadores no Vasco, o técnico já admite um flerte com a maneira de atuar que o colega impôs. Prova disso são as sete rodadas diretas sem buscar a bola no fundo da rede.
Há diferenças importantes, por outro lado. Antes de possivelmente efetivar o peruano Paolo Guerrero, artilheiro da última Copa América, entre os titulares, Tite permanece sem um centroavante fixo, enquando o Gigante da Colina, por exemplo, quase nunca abriu mão de usar Elton, Alecsandro ou Tenorio - este mais recentemente. Houve tentativas de encaixar Diego Souza, meia de força, no setor, que raramente trouxeram o resultado esperado.
- Em termos de resultado, realmente está parecido. Há aspectos que nos separam, vejo o Vasco ainda ofensivo, com outras possibilidades e precisando reter mais a posse de bola. Mas já não tem muita diferença mesmo. Acho que o importante não é o sistema de um ou de outro, e sim a busca pelo equilíbrio. É o que todos querem, e quando se está vencendo, você se aproxima nesse sentido. Precisávamos arrumar a defesa, assim como o Corinthians já havia feito. Agora que conseguimos, tudo está fluindo. Tenho uma equipe aplicada que se defende muito e erra pouco. É o futebol solidário de que sempre vínhamos falando - avaliou.
O quesito passes é um dos que incomodam. O Vasco é um dos que mais erram na competição nacional e, eventualmente, cede oportunidades que saem do roteiro, crê Cristóvão, que não teme críticas pelo estilo mais defensivo. Já o Timão dominava a posse se bola, chegando a marcar médias de 68%.
A mudança fundamental para o novo momento foi a "troca" de laterais. Considerado mais forte no apoio, Fagner foi vendido. Para seu lugar, Auremir, ex-volante do Náutico, quase não vai à linha de fundo. Na esquerda, William Matheus, que também chegou com o Brasileirão em andamento, guarda a posição e tem números melhores do que Thiago Feltri ou até do que Felipe, um falso ala por algumas rodadas.
Coincidência ou não, a relação de Vasco e Corinthians vem se estreitando, dentro e fora de campo, desde 2008, quando os paulistas levaram a Série B, feito alcançado pelos cruz-maltinos na temporada posterior. Após a fase de baixa, se reergueram de vez e se sucederam na conquista da Copa do Brasil. Houve confrontos, com vantagem para o Timão, e agora o objetivo dos cariocas é recuperar o título brasileiro - que bateu na trave em 2011 - e, ano que vem, o da Libertadores, transformando a trajetória de ambos em um espelho.
Reforço, Jonas vai 'esperar a vez'
A diretoria contratou Jonas, que estava no Coritiba, semana passada, outro que se destaca pela qualidade atrás. Com a inscrição do reforço para o embate pela ponta com o Atlético-MG, domingo, às 16h, no Independência, a princípio haveria a chance da estreia. Mas o time "redondo" não tem motivo para ser mexido, antecipa Cristóvão. Assim, o lateral ficará no banco.
- Vai esperar a vez. Continuamos a ganhar e a fazer um bom trabalho, então o Auremir merece ficar. Em algum momento, a oportunidade vai surgir para o Jonas, por isso tem de trabalhar no dia a dia. Quando a tiver, tem de aproveitar, e aí vamos ver o que fazer - ponderou.
Fonte: GloboEsporte.com