Eliminado na semifinal dos 200 m rasos, o jovem Aldemir da Silva Junior, 20 anos, evitou lamentar a ausência na grande decisão da prova. Feliz com o resultado, o brasileiro afirmou que já se dá por satisfeito que em sua primeira Olimpíada tenha corrido ao lado da estrela jamaicana Usain Bolt, o homem mais rápido do mundo.
Assim como tinha acontecido nas eliminatórias, o novato dividiu raia com o jamaicano na prova desta quarta-feira. Enquanto Aldemir deu a largada na raia 5, Bolt ficou na 6. Na curva, porém, o brasileiro viu o adversário abrir vantagem e disparar para garantir a classificação com 20s18, contra 20s63 dele que fez o quinto tempo. Durante a entrevista que concedia aos jornalistas brasileiros Aldemir viu Bolt passar por trás dele e não teve dúvidas ao dizer: "é o cara".
"Aqui é como se fosse a Copa do Mundo do atletismo, é um lugar onde todos queriam chegar e eu sou novo. Ainda tem (os Jogos Olímpicos de) 2016, tem Mundial ano que vem. Acho que tem muito pela frente ainda. A felicidade é imensa em correr do lado dele (Usain Bolt), em uma competição dessas, no Estádio Olímpico cheio, lotado. Acho que pra mim eu já sou um campeão", disse Aldemir.
"Só de a gente ter chegado aqui, já é um caminho muito longo. A gente foi guerreiro, lutou, tentei até o final e não deu... Eu passei por muita coisa e isso aqui é o de menos. Tudo que eu passei, os obstáculos até aqui é a parte mais gostosa. É a parte que eu fiz com mais prazer", completou o jovem atleta.
Outro brasileiro que ficou eliminado, Bruno Lins também reconheceu que é muito difícil chegar em uma semifinal olímpica. Ele correu ao lado de Yohan Blake, promessa jamaicana que vem sendo apontado como ameaça para o reinado de Usain Bolt. "Tinham fortes adversários na minha bateria. Quando você entra em uma semifinal de uma Olimpíada não tem como dizer quem é o mais forte. Lógico, o Bolt e o Blake estão sobrando, isso é fato. Mas você não pode entrar pensando quem está na prova ou não, porque isso pode acabar interferindo."
Bruno tentou explicar um pouco o que fez com que os jamaicanos dominassem as provas de velocidade do atletismo. "Eles encontraram o treinador certo, no momento certo, na fase certa e da forma certa. Com os atletas também certos. Isso é uma das explicações... Nunca vi o treino deles. Só sei que são grandes atletas e estão representando bem o país deles."