Pais de Juninho contam um pouco de sua história em Recife

Terça-feira, 07/08/2012 - 11:13

"Voltei, Recife; Foi a saudade que me trouxe pelo braço". O trecho do frevo-canção do compositor pernambucano Luís Bandeira ilustra bem este retorno de Juninho aos gramados de Recife. E que saudade. Ele, que enfrenta o Sport, nesta quarta-feira, está há nada menos do que 12 anos sem desfilar seu futebol em sua terra natal.

E é para mostrar exatamente como tudo começou que nossa reportagem viajou até Recife. O LANCENET! revela histórias do pequeno Bité, apelido dado a Juninho por seus coleguinhas de infância anos antes de ele ser coroado Reizinho.

Liderança e lições de humildade Juninho adquiriu logo cedo, antes de sequer ter entrado para a escolinha do Sport. Aos 11 anos, por exemplo, ele já era treinador do time de seu condomínio, o Albatroz.

– Como eles estavam sem professor, o Juninho virou o técnico também. E foi campeão. Eu o vejo hoje em dia orientando, combinando jogadas com Alecsandro, mas ele já fazia isso pequeno – disse Maria Helena, mãe de Juninho.

Dona Maria Helena recebeu a reportagem do LANCENET! em sua residência, onde guarda um verdadeiro acervo do filho. Ao olhar fotos do passado do pequeno Bité, lembrou de uma lição que precisou dar ao filho, após uma de suas raríssimas atitudes entempestivas.

– O técnico de um time dele o tirou de quadra para dar chance a outros meninos. Juninho ficou bravo e voltou para casa. Ao saber do que tinha acontecido, falei para que ele se desculpasse com o treinador, pois estava errado. Era para ele aguardar, que não é melhor do que ninguém. Graças a Deus nunca mais fez isso – lembrou.

Apesar de caçula de cinco irmãos, nunca houve mimos. Juninho, até virar profissional, teve que estudar. Aos 17 anos, foi aprovado para cursar administração. Mas a paixão pelo futebol falou mais alto. Na verdade, nunca deixou de falar.

– Ele só queria saber de futebol. Por isso hoje se dedica tanto – contou Maria Helena, orgulhosa.

Hoje Reizinho da Colina, Juninho nunca deixou de ser Bité. Líder e bom de bola desde garoto.

Fanáticas, irmãs vão torcer pelo Sport

Levado pela primeira vez à Ilha do retiro por suas irmãs, Juninho não vai contar com muito apoio na partida desta quarta-feira. A família vai torcer pelo clube de coração.

Tereza, Lúcia Helena e Ana Elizabete, mas conhecidas na família como Maninha, Luzinha e Betinha, são torcedoras fervorosas do Sport, do tipo que não perdem um jogo sequer. E, nesta quarta-feira, estarão na arquibancada da Ilha do Retiro.

– Já comprei meu ingresso. Vou torcer para que o Juninho não tenha sucesso, até porque o Sport precisa vencer. Acho que a torcida vai vaiá-lo, por ele não ter voltado a jogar aqui, mas é o lado da paixão do torcedor – disse Maninha.

Das irmãs, Betinha é a mais fanática e sempre foi bastante ligada a futebol, tanto que jogava no meio da molecada e levava Juninho para os campos na infância. O amor de família é incondicional, mas...

– Sempre fui mais ligada ao Juninho porque temos uma diferença de idade menor. Mas, eu tenho 42 anos... Falo que sou torcedora do Sport há 42 anos, mas irmã do Juninho somente há 37. Então... – contou Betinha.

Dona Maria Helena, apesar de também ser rubro-negra, é a única que vai deixar o coração falar mais alto e torcer por Juninho.

Bate-bola com Maria Helena, mãe de Juninho

LANCE!: Ao que parece, Juninho já nasceu em uma família apaixonada por futebol...

Maria Helena: Todos nós sempre gostamos de futebol e, desde pequeno, Juninho acompanhava, assistia aos jogos do Sport. Eu o incentivei bastante, até para ele manter a cabecinha dele ocupada e não se misturasse com coisas erradas, más companhias.

L!: E ele sempre foi tranquilo ou aprontava quando garoto?

ME: Sempre foi tranquilo. A única trela dele era gostar de futebol. Uma vez deixei ele no quarto estudando para uma prova. Quando fui levar um lanche, ele já havia descido e estava jogando bola na quadra.

L!: Ele é o caçula. Mas era muito mimado por vocês?

ME: Não. Foi educado igual aos outros. Ele era menino muito ativo e despachado. Decidido. Chegou a ser treinador de um time. Como era menor de idade, o ajudei a inscrever os meninos no campeonato. Já tinha esse instinto de liderança.

L!: Ele é emotivo. E quando moleque, quando perdia...

ME: Nossa, ele ficava triste, chorava. Não gostava de perder, não.

L!: Você assistia aos jogos dele?

ME: Não perdia um jogo do Juninho. Eu gostava de vê-lo jogando, porque ele resolvia bem as coisas na quadra. Confiava muito. Não tinha nenhum defeito. Até hoje assisto a todos os jogos pela TV.

Juninho, jogador e técnico do Albatroz, ganha taça de campeão
Juninho, jogador e técnico do Albatroz, ganha taça de campeão
Pais de Juninho mostram acervo do filho em casa
Pais de Juninho mostram acervo do filho em casa
Reprodução de jornal pernambucano
Reprodução de jornal pernambucano
Painéis de Juninho na casa de seus pais
Painéis de Juninho na casa de seus pais


Fonte: Lancenet