José Pinto Monteiro comenta participação olímpica do Vasco

Segunda-feira, 30/07/2012 - 10:15

Se, no Campeonato Brasileiro, o time do Flamengo patina no meio da tabela de classificação, nas Olimpíadas de Londres, a história é bem diferente. O clube mandou 20 atletas de seis modalidades diferentes para a capital inglesa e é a segunda agremiação com mais representantes no Time Brasil, só atrás do Pinheiros, que conta com 21 atletas nos Jogos.

O bom desempenho do Fla no atual ciclo olímpico surpreende pelo contraste entre o número de atletas enviados em 2012 e em 2008. Só três atletas do clube da Gávea vestiram o uniforme do Brasil em Pequim. O resultado é comemorado pela presidente do clube, Patrícia Amorim, que está em Londres acompanhando os atletas.

— Antes, os atletas iam para São Paulo em busca de boas instalações. Hoje, temos vários atletas batendo em nossa porta, pois já temos estrutura adequada e voltamos a ser referência — explica.

No entanto, o retorno do investimento nessas modalidades é incerto. Para o superintendente de esportes olímpicos do Fla, Marcelo Freitas, falta ajuda financeira por parte do poder público. No últimos quatro anos, o Fla gastou uma média de R$14 milhões por ano no setor.

— Temos 1,5 mil atletas e só 20 são olímpicos. Não recebemos ajuda pública por esse trabalho. É complicado.

Apesar da hegemonia de atletas do Flamengo, não são só rubro-negros que vão representar o Rio de Janeiro em Londres. Ao todo, 40 atletas que treinam em clubes do estado — o dobro da quantidade enviada para Pequim — disputam medalhas.

Mais investimentos à vista

Os Jogos também são marcantes por uma curiosidade: os quatro grandes clubes do Rio participam das Olimpíadas, o que não acontecia desde Los Angeles-1984. O Botafogo, que não enviou representantes para Pequim, tem um atleta em Londres. Já Flu e Vasco, que tinham quatro atletas na China, diminuíram sua participação: o tricolor mandou três atletas e o cruzmaltino, somente um.

— O Vasco trazia atletas sem nenhuma relação com o clube para as competições. Agora, formamos atletas na base — justifica Monteiro.

A mudança de postura dos clubes da cidade não deve se restringir a este ano. Um dos objetivos dos planejamentos estratégicos dos quatro grandes é mandar o maior número de atletas para competir em casa, em 2016. O Fla, por exemplo, quer bater seu recorde de participações olímpicas, em Seul, com 28 atletas. Já o Vasco vai investir no rugby — esporte que vai fazer sua estreia nos Jogos em 2016 — para mandar, pelo menos, oito representantes.

CURIOSIDADES

Futebol em baixa

Nenhum dos quatro grandes do Rio mandou atletas para a seleção olímpica de futebol, esporte que recebe o maior montante de investimentos dos clubes.

Jejum olímpico

O Botafogo não enviava um atleta para as Olimpíadas desde Los Angeles-1984, quando Ana Richa foi convocada para a seleção de vôlei. O único atleta alvinegro em Londres é Anderson Nocetti, do remo.

Missão ingrata

Em 2008, o Vasco mandou quatro atletas para Pequim. Este ano, o Vasco só tem um atleta em Londres: o velocista Aldemir Gomes, de 20 anos. Ele terá uma tarefa ingrata: tentar alcançar o jamaicano Usain Bolt em sua melhor prova, os 200m rasos.

Diferença no caixa

Os dois clubes que mais mandaram atletas tiveram investimentos díspares no ciclo olímpico: o Pinheiros desembolsou R$25 milhões/ano e o Fla, R$14 milhões/ano.

Fonte: Extra

Nota da NETVASCO: Além de Aldemir Gomes, o Vasco tem mais 3 atletas nos Jogos Olímpicos de Londres: Romulo, do futebol (que de acordo com o BIRA da FFERJ segue vinculado ao Vasco, pois a CBF está impedida judicialmente de registrar a transferência do jogador para o Spartak Moscou-RUS), e os remadores argentinos Ariel Suárez e Cristian Rosso.