Embora o contrato tenha sido prorrogado recentemente até o fim de 2013, o casamento de Felipe com o Vasco passa por uma crise. Inconformado com a reserva, o jogador faz um desabafo ao site do Extra, com declarações pesadas. A gota d’água é não ser aproveitado como titular nem mesmo após a saída de Diego Souza. “Parece que têm que sair uns 11 jogadores pra eu poder jogar”, reclama Felipe, que nem por isso pensa em rasgar o contrato. Ele garante que mais uma vez estará à disposição do técnico Cristóvão nesta quarta-feira, contra o Botafogo, às 20h30, no Engenhão. E forçará uma barra para entrar no time ao longo do jogo. Quer completar sua sétima partida no Brasileirão e, assim, acabar com a especulação de que deixará o Vasco. Mas levanta uma polêmica: “Se eu e Juninho não podemos jogar juntos, pra que vou ficar no Vasco, então?”
Está aborrrecido no Vasco?
- Estou p... porque quero jogar. Todo mundo quer jogar. Depois de velho, virei reserva. Tenho que me adaptar a essa situação nova na minha vida.
Esperava voltar a ser titular com a saída do Diego Souza?
- Vou ficar no banco mais uma vez. O Diego foi embora, mas parece que têm que sair uns 11 jogadores pra eu poder jogar. A única coisa que me chateia é que não estou jogando. Não concordo, mas respeito o treinador. É questão de paciência. O que me deixa chateado é que quando ‘nego’ precisou, eu botei a cara. Jogo em posição que não é mais a minha. Colaboro muito mais do que colaboram comigo.
Sente-se injustiçado?
- Acho engraçado que, quando precisaram que eu entrasse, só para bater o pênalti, faltando 5 minutos (contra o Lanús), eu me coloquei à disposição. Entrei contra os argentinos para bater pênalti! Quando precisaram de um lateral, eu colaborei. Entrei contra o Corinthians quando o jogo estava pegando fogo... Acho que de repente não foi legal ter sido campeão da Copa do Brasil. Depois desse título, nunca mais joguei na minha posição.
Se enfrentar o Botafogo, você completa sua sétima partida e não poderá jogar por outro clube brasileiro. Vai ficar no banco, à disposição, mesmo aborrecido?
- Na realidade, estou com dor no joelho. Já não joguei a última rodada e começaram a especular várias coisas. Disseram que eu ia sair. Então, vou lá... Vou ficar no banco. Devo entrar no decorrer do jogo. Se isso não acontecer, vou pedir para entrar, faltando 5 minutos, só para fazer meu sétimo jogo e acabar de vez com esse assunto.
Conversou sobre o seu aborrecimento com o Cristóvão?
- Não conversei e não vou conversar. Não concordo com a opção do treinador. Mas, cada cabeça, sua sentença. Pode ser um erro da minha parte, mas a reserva me incomoda. Era cômodo ficar acomodado. Afinal, se joguei ou se não joguei, o salário vai ser o mesmo. Só que eu não sou assim. Quero ajudar, mas acho que hoje não estou sendo mais útil no Vasco. Estou chateado com essa situação.
Quer sair do Vasco?
- Não tenho vontade nenhuma de sair. Quando voltei para o Brasil, escolhi o Vasco. Acabei de estender até o fim de 2013 meu contrato, que vencia em 2012. Se eu tivesse alguma intenção de sair, não teria feito isso.
Sua relação com Juninho é ruim?
- Minha relação com o Juninho é a mesma de 1997. Ele nunca frequentou minha casa. Nem eu, a dele. A relação é profissional, igual a que tenho com um montão de gente. No seu trabalho, não é assim? Ou todo mundo frequenta a sua casa? A gente não sai pra jantar. É isso.
Arrepende-se de ter prorrogado o contrato?
- Não me arrependo, de maneira alguma. Vou encerrar minha carreira no Vasco.
Vai parar ao fim do contrato, no fim de 2013?
- Depende da minha paciência e do futebol que estiver jogando.
Acha que dá para você e Juninho jogarem juntos no meio?
- Eu acho que dá. Até porque, se não for assim, pra que vou ficar no Vasco, então? Se a gente não puder jogar no mesmo time, o ideal é que fique bem claro o seguinte: se um joga, o outro não pode jogar. Aí, a gente faz uma escala: na quarta-feira vai um, no domingo vai o outro. Seria até bom, pra eu ter mais tempo pra minha família.
Fonte: Extra online