Maracanã terá kit anti-vandalismo e vigilância à Big Brother

Domingo, 22/07/2012 - 07:27

Suderj informa: dia 28 de fevereiro do ano que vem, entra no ar - e em cada canto do estádio - o Big Brother Maracanã. Na prometida data de inauguração do palco da final da Copa do Mundo, que vai custar mais de R$ 800 milhões e manteve apenas 60% da estrutura original, o moderno sistema de vigilância dos torcedores já deve estar a pleno vapor no ex-Maior do Mundo - fechado desde setembro de 2010. Um verdadeiro kit-vandalismo para evitar quebra-quebra, tão comuns em jogos pelo país afora.

Serão quatro tipos diferentes de cadeiras, e maioria delas a custo de R$ 250 cada. Para preservar todo esse gasto, quase 400 câmeras espalhadas por todo o estádio vão vigiar todos passos no ex-Maior do Mundo, que vai ter como teste, primeiro, a Copa das Confederações, em julho do ano que vem.

Para o engenheiro Carlos Berardo Zaeyen, gerente da obra, todo aparato tecnológico adotado já vai de encontro à mudança de comportamento do público no Maracanã nos últimos tempos.

- Sou acostumado a ir ao estádio há muitos anos. Ia em cima dos ombros do meu pai e observo outra postura do público desde a última grande reforma, que foi feita para o Pan-Americano de 2007 - afirma Zaeyen. 

Com bem menos público do que um dia já recebeu - cerca de 80 mil pessoas sentadas (e com lugar marcado!) -, o Maracanã pretende, ao menos, ganhar todo mundo com muito conforto e total segurança. Em cada andar do estádio, a Polícia Militar terá uma sala ao lado de outra de controle interno. Além disso, mecanismos anti-vandalismo servirão de medidas de proteção ao novo patrimônio carioca e aos frequentadores.

- Fui em jogos na Eurocopa agora (Polônia e Ucrânia) e vamos adotar sistemas ainda mais modernos. Quando o cara comprar seu ingresso, ele já vai ter registrado sua foto, seu CPF, tudo. Se aprontar qualquer uma, pode ter certeza que na mesma hora ele será identificado — explica Ícaro Moreno. 

Além de todas novidades tecnológicas, próprios para equipamentos que recebem grande número de pessoas, alguns equipamentos estão sendo programadas para resistirem a ações de vandalismo. No banheiro, a intenção é intimidar contra qualquer tentativa de pixações e outros tipos de depredação. As luzes serão protegidas por uma tela e o chão e as paredes serão fortalecidos com material antiácido e anticorrosivo (que não fiquem prejudicados caso haja urina no chão).

Para outro problema histórico do Maracanã, porém, ainda não há planejamento fechado: a compra de ingressos. Ao menos a entrada e saída não deve ser problema. O estádio vai ter quase 200 catracas para escoamento em seis entradas diferentes.

- A localização e quantidade da bilheteria ainda está sendo estudado pela Emop e pela prefeitura — informou o Consórcio, que tem Odebrecht, Andrade Gutierrez e não mais a Delta Construções - que pulou fora após o início das denúncias que resultaram na CPI de Carlinhos Cachoeira, em Brasília.

‘Foi como recuperar o Coliseu’

O gerente da obra, Carlos Berardo Zaeyen, é categórico em afirmar que não será preciso mais obra alguma para adaptar a estrutura nova para as Olimpíadas.

- Pode ser feita uma adaptação ou outra, mas obra não - garante.

O presidente da Empresa de Obras Públicas também reitera o compromisso.

- Eles (o Comitê dos Jogos Olímpicos) que devem se adaptar. De vez em quando falam que vai ter que colocar mais carga na cobertura, mas para isso seria preciso gastar mais milhões. Isso não dá - diz Ícaro, que praticamente "morou" no estádio durante a fiscalização do Tribunal de Contas da União. 

- Provar para a sociedade e para nós mesmos que a cobertura estava corroída. Fomos atrás de quatro universidades brasileiras e uma da Espanha. Levamos seis meses para isso (demolição). O que fizemos aqui, possivelmete, é o maior case mundial de recuperação estrutural do mundo. É como recuperar o Coliseu de Roma - afirma.

NÚMEROS DO NOVO ESTÁDIO

Reconstrução

- Cerca de 40% da estrutura original do Maracanã foi demolida

- Os pilares e as vigas antigas foram reparadas na recuperação estrutural do estádio de 1950

Cadeiras novas

- Serão 63 mil cadeiras que foram compradas por cerca de R$ 250 cada.

- Na África do Sul, os assentos tinham 48 cm de largura. Para o Brasil, são dois centímetros maiores.

Segurança

- O estádio será totalmente monitorado, com 360 câmeras espalhadas para inibir e fiscalizar o comportamento dos torcedores.

- Em cada andar do estádio, haverá um sala de comando da polícia.

- Nos banheiros, as luminárias e o chão terão resistência mais forte contra depredações e pixações.

Cobertura

- Importada da Alemanha, a estrutura metálica já está guardada dentro do estádio e quase toda colocada no anel superior do estádio.

- A lona ainda não chegou, mas não vai cobrir todo o estádio. Até 4 mil pessoas, nas cadeiras na área leste e oeste (no centro do campo), ficarão descobertas.

Fonte: Extra Online