O domingo em Goiânia não teve seu início como planejado pela equipe VRT - Vasco Racing Team, e seus pilotos Ulisses Silva #16 e Cesinha Bonilha #99 (VASCO DA GAMA / SG ALUMINIOS / SUMATEX / REVISTA RACING), porém seu desfecho foi sensacional.
Na primeira prova do domingo, Cesinha era somente o décimo sétimo do grid. "Conversei muito com a equipe pela manhã, e mesmo com os medicamentos que me foram receitados e a imobilização parcial da mão, a dor era muito forte. Consegui fazer boa largada, e ali já garanti importantes posições. Meu carro esteve perfeito durante todas as voltas, e possibilitava andar rápido, porém em uma das ultrapassagens acabei tocando roda com outro carro, e o solavanco que deu no volante foi como uma paulada na minha mão, infelizmente não deu para prosseguir na prova", dizia Cesinha. Com o abandono na décima volta, o piloto londrinense teria uma missão ainda mais difícil: largar da décima nona posição para a segunda prova.
Ulisses Silva, que partira da oitava posição do grid, conseguiu defender sua posição, e escapar ileso da confusão na primeira curva. "Quando vi os dois carros logo na minha frente se tocando, tratei de encontrar um espaço e escapar do acidente", disse o piloto. Ulisses seria protagonista das mais belas disputas da prova. "eu cheguei a ocupar a quinta posição da prova, porém a briga entre os pilotos da quarta até a décima posição era grande, e em dado momento da disputa deixei o carro escapar um pouco mais, fui na parte suja da pista, e cai para a oitava colocação". comentou o piloto.
Faltando 5 voltas para o final, Ulisses seguia a caça do piloto catarinense Leonardo Nienkotter: "Eu fui aproximando do Léo, e cuidando o retrovisor pois tinha atrás de mim o Popó Bueno, e naquele momento da prova eu era o oitavo colocado, mas na saída do "S", o Léo teve um problema mecânico e desacelerou. Como eu vinha debaixo do carro dele praticamente, acabei batendo na traseira, meu carro perdeu o alinhamento, o capú ficou erguido em um dos lados, e perdi muito a velocidade de reta. A partir dai só tentava manter minha posição na pista, mas acabei "pisando" na parte suja do traçado e escapei". O Línea #16 do piloto carioca ficou bastante avariado, e o piloto decidiu por recolher ao box da equipe. "Achei melhor parar, já tinha completado 75% da prova, e se o carro estivesse rápido novamente, eu teria chances de andar bem", prefetizou Ulisses.
O carro do piloto catarinense Leonardo Nienkotter teve um principio de incêndio: "Ainda bem que o pessoal do resgate chegou rapidamente no local, e conseguiu cuidar. Conversei com o Léo ao final da bateria e ele relatou que houve quebra do semi-eixo do carro dele, por isso da desaceleração repentina, mas está tudo bem".
Box aberto, e carros na pista para a segunda prova do dia. "Conversei com o Doninha e com minha assessoria momentos antes do box abrir, e fiz um compromisso: Se não tiver condições de seguir na prova, vou abandonar", disse Cesinha. Agora a missão era ainda mais complicada. "O grid da Copa Fiat tem pilotos com muita experiência, e pilotos em início de carreira, então essas duas situações se encontram dentro do traçado, e largar lá do final da rabiola é sinônimo de dor de cabeça, e com a condição física que eu estou então...", completou o piloto.
Ulisses largaria da 15ª posição do grid: "Falei pro meu irmão Fábio que sabia da dificuldade, porém nunca deixei de acreditar!", enfatizou o piloto, que completou; "Como bom vascaíno que sou, para mim não tem bola perdida".
Já na largada, os dois pilotos foram extremamente agressivos, e fecharam a primeira volta em 8º e 13º respectivamente. Ulisses não havia se acomodado na posição, e tinha em sua alça de mira o bi-campeão da categoria, Cacá Bueno.
Quarta volta completada, a Ulisses já é 6º colocado, com Cesinha na 12ª posição. "Estávamos todos muito perto, e eu conseguia acompanhar as façanhas do Ulisses de onde eu estava", disse Cesinha. Na sexta para a sétima volta, Ulisses seguia dando calor em seus adversários, enquanto Cesinha ocupava a 10ª colocação. Na oitava volta, Ulisses rápido e constante em suas voltas. "Eu estava bem, meu carro é muito bom", disse o piloto. Cesinha nesse momento da prova dá sinais de querer abandonar, por conta das fortes dores que sente no braço lesionado. "Ele abriu o rádio e disse que viria pro box, e eu dei forças para ele, metade da prova praticamente já tinha sido realizado, então que ele tentasse mais uma, e mais uma, e assim foi até a bandeirada".
Enquanto isso, Ulisses comboiava Cacá Bueno, que por sua vez tentava a posição de André Bragantini. No final da reta principal, Cacá consegue realizar a ultrapassagem, e Ulisses vem com ele, logo atrás, porém Bragantini consegue sair mais forte e dentro do traçado, recuperando a posição do piloto carioca.
Placa de duas voltas e Ulisses já ocupa a quarta posição da prova. "Fui aproximando do Lossaco, e ele defendia o tempo todo, isso faltando 2 voltas para o fim da prova. Tive duas chances de ultrapassagem, mas não quis arriscar. Para quem teve um abandono no dia, e largou da 15ª posição do grid, o quarto lugar estaria mais que perfeito", desabafou o piloto carioca.
Bandeira quadriculada para Ulisses Silva na quarta colocação e Cesinha Bonilha na sétima colocação da prova. Cesinha Bonilha precisou receber auxilio para deixar o carro, e não conteve as lágrimas de dor e sofrimento. "Foi um susto quando ele precisou de ajuda para deixar o carro, sentou dentro do box e não conseguia nem respirar. Foi preciso tirar o macacão dele, o capacete, ele não tinha forças para mais nada", comentou Carlos Doniani, o "Doninha", eufórico pelo excelente resultado.
"Foi dificil, mas agora, já descansado e com os devidos cuidados, penso que foi muito bom, um exercício de superação e fiquei feliz pelo meu resultado, tanto meu quanto do Ulisses. Encontramos o acerto ideal dos nossos carros, e para Curitiba vamos ser ainda melhores", completou Cesinha.
Ao final de 17 voltas, o resultado da primeira prova:
1 – Christian Fittipaldi, 17 voltas em 27:31.743
2 – Cacá Bueno , a 4.783
3 – Édson do Valle, a 7.939
4 – André Bragantini, a 17.564
5 – Giuliano Losacco, a 22.379
6 – Popó Bueno, a 27.917
7 – Wellington Justino, a 30.834
8 – Antônio Jorge Neto, a 31.643
9 – José Vitte, a 42.075
10 – Betinho Sartório, a 46.972
11 – João Scalabrin, a 49.660
12 – Rogério Castro, a 1:03.037
13 – Fábio Carvalho, a 1:14.561
14 – Fernando Nienkotter, a 1:46.136
15 – Ulisses Silva, a 5 voltas
16 – Leonardo Nienkotter, a 8 voltas
17 – Luir Miranda, a 9 voltas
18 – Mauri Zacarelli, a 10 voltas
19 – Cesinha Bonilha, a 10 voltas
20 – Clemente Faria, a 12 voltas
21 – Júlio Campos, a 16 voltas
e, também com 17 voltas, o resultado da segunda prova
1 – Christian Fittipaldi, 17 voltas em 27:54.819
2 – Popó Bueno, a 3.572
3 – Giuliano Losacco, a 15.245
4 – Ulisses Silva, a 16.162
5 – Luir Miranda, a 20.796
6 – Rogério Castro, a 22.264
7 – Cesinha Bonilha, a 25.294
8 – Fernando Nienkotter, a 32.462
9 – Cacá Bueno, a 33.214
10 – Betinho Sartório, a 43.407
11 – Fábio Carvalho, a 48.037
Não completaram
Wellington Justino, a 1 volta
Antônio Jorge Neto, a 2 voltas
André Bragantini, a 8 voltas
José Vitte, a 9 voltas
Leonardo Nienkotter, a 11 voltas
Édson do Valle, a 13 voltas
Júlio Campos, a 15 voltas
Clemente Faria, 16 voltas
A classificação do Campeonato, após duas etapas e três provas realizadas:
1 – Christian Fittipaldi, 47 pontos
2 – Cacá Bueno, 34
3 – Giuliano Losacco, 28
4 – André Bragantini, 24
5 – Popó Bueno, 18
6 – Édson do Valle, 13
7 – Wellington Justino, 12
8 – Ulisses Silva, 11
9 – Allam Khodair e Luir Miranda, 6
11 – Mauri Zacarelli, Cesinha Bonilha e Rogério Castro, 4
14- Antônio Jorge Neto, 3
15 – José Vitte, 2
16 – Betinho Sartório e Fernando Nienkotter, 1 ponto