Felipe tem frequentado mais o banco de reservas neste ano

No início do ano, Cristóvão lamentou que o tempo passasse para Felipe. Disse que gostaria muito que ele ainda tivesse 25 anos: “Ele é pura técnica”. Mas a habilidade e os passes açucarados de Felipe, com o decorrer do tempo, vão sendo menos usados. Das 48 vezes que entrou em campo em 2011, o camisa 6 só não foi titular três vezes - duas delas quando já tinha a concorrência de Juninho. Este ano, porém, em 24 jogos, Felipe foi reserva em oito.

Nos últimos quatro jogos que começou sempre foi na função de lateral-esquerdo - no ano passado inteiro, foram três improvisações somente, antes da reta final do Brasileiro. No meio de campo, onde já atua há tantos anos, a última partida que Felipe iniciou de titular foi no dia 2 de junho - há quase dois meses. Nem mesmo com a volta de Thiago Feltri - que se contundiu no segundo jogo das quartas de final da Libertadores contra o Corinthians - e a ausência de Juninho fez com que Felipe atuasse no meio.

- Arrumamos uma maneira onde o Felipe joga e não precisa fazer um lateral comum, de uma forma que ele se sinta à vontade para colocar a qualidade dele - justificou Cristóvão, na sequência de vitórias do início do Campeonato Brasileiro.

Na derrota para o Cruzeiro do último sábado, Felipe só foi para o meio de campo no segundo tempo, com a desvangatem no placar. Com a volta de Juninho, deve ser novamente lateral ou até mesmo voltar para o banco.

O bom relacionamento entre Felipe e Cristóvão não impediu que o jogador reclamasse publicamente da situação. Em março, na vitória apertada (3 a 2) sobre o Alianza Lima, Felipe entrou bem no segundo tempo e criticou o técnico.

- Se estiver atrapalhando, posso voltar para o Catar - disse à época o jogador.

Juntos no meio, cada vez mais difícil ver Felipe e Juninho

Que a concorrência pela função de terceiro homem de meio de campo com Juninho é a principal razão para o menor aproveitamento de Felipe este ano não há dúvida. No ano passado os dois veteranos (o pernambucano tem 37 anos, enquanto o camisa 6 fez 34) se revezavam no banco e, quase sempre, se substituíam durante os jogos.

Mas, este ano, mudou um pouco. Felipe só saiu para a entrada de Juninho duas vezes. Juntos, de titulares, atuaram três vezes, enquanto Cristóvão utilizou os dois como opção de jogo durante a partida outras cinco.

A opção por Juninho é mais frequente até pelas bolas paradas do jogador, um especialista na função, e também porque o camisa 8, desde o início da carreira, sempre foi mais aplicado taticamente. Nesta nova passagem pelo Vasco, Juninho pouco sentou no banco. Em 2011, apenas duas vezes não foi titular. Este ano, em mais outros quatro jogos.

Com a boa forma de Juninho - o veterano em três jogos seguidos do Brasileiro - e com a opção de improvisar Felipe na lateral-esquerda, os dois jogando juntos no meio de campo, novamente, vai ser difícil de se ver. Para isso, só se Cristóvão barrasse Nilton - opção mais ofensiva - ou Diego Souza.