No último sábado, os quase 20 mil torcedores que encheram São Januário assistiram à primeira derrota no Campeonato Brasileiro da equipe que até então liderava a competição de forma isolada e com uma campanha quase irretocável. O placar de 3 a 1 a favor do Cruzeiro representou perda da invencibilidade e do primeiro lugar. Foi também uma ducha de água fria no planejamento do Vasco de alcançar uma boa vantagem na ponta da tabela. No entanto, num passado recente a equipe de Cristóvão Borges mostrou estar muito perto de uma imunidade a derrotas que poderiam ser consideradas traumáticas. Em outras ocasiões, o grupo mostrou que consegue superar o baque e evitar que o projeto desande. A expectativa é que ela demonstre essa qualidade mais uma vez neste sábado, quando recebe a Ponte Preta.
Em 2012, o Vasco mostrou que a força para chegar entre os primeiros não foi um fato isolado da última temporada. Mas o fez em meio a alguns resultados decepcionantes. Recuperou-se da derrota para o Fluminense na final da Taça Guanabara – à qual chegou com 100% de aproveitamento – construindo vitórias que garantiram classificação antecipada nas oitavas de final da Libertadores. Superou a perda da Taça Rio na decisão para o Botafogo eliminando o Lanús em Buenos Aires e alcançando uma vaga nas quartas de final do torneio continental.
Cristóvão: Vasco é formado por 'grupo muito testado'
Apenas três dias depois de ser eliminado da Taça Libertadores com uma derrota para o Corinthians (1 a 0) aos 42 minutos do segundo tempo, mesmo debilitado fisicamente, o Vasco venceu a Portuguesa no Canindé, se consolidando entre os primeiros na segunda rodada do Brasileirão.
Todos os episódios, segundo o técnico Cristóvão Borges, são consequências de um grupo formado por jogadores acostumados a vencer, mas que também tiraram lições das derrotas. Para eles, ainda está viva a lembrança da conquista da Copa do Brasil, mas ao mesmo tempo muitos remanescentes têm em mente a disputa da Série B, em 2009, e o pior início de ano da história do clube, no Campeonato Carioca de 2011.
- Esse grupo conheceu na pele a dificuldade que é jogar no Vasco sob grande pressão e também o sabor da conquista de títulos, seja aqui ou em outros clubes. Eles não querem viver as situações ruins de novo. É um grupo muito testado, que sabe dar valor às vitórias. São atletas que brigam sempre por coisas maiores e que também se programam para não sofrer - observou.
Na última temporada, o Vasco saiu de derrotas em seus quatro primeiros jogos do ano para ser campeão da Copa do Brasil. Mesmo com a vaga garantida na Libertadores, se manteve na briga pelo título do Campeonato Brasileiro até a última rodada, apesar de pouco antes do fim da competição ter sido eliminado da Copa Sul-Americana na semifinal.
Apesar de garantir confiança em mais um capítulo de superação após a derrota para o Cruzeiro, Cristóvão se diz certo de que o Vasco terá dificuldades para alcançar esse objetivo enfrentando a Ponte Preta em São Januário.
- O fato de termos esse histórico não nos dá qualquer garantia de que vamos ganhar da Ponte. É um adversário que vem demonstrando consistência desde o último Campeonato Paulista e que é comandado por um treinador que faz um excelente trabalho - alertou Cristóvão, elogiando Gilson Kleina.
Fonte: GloboEsporte.com