Maior ídolo da história do Vasco, Roberto Dinamite completou quatro anos como presidente do clube no último dia 21. Desde o tumultuado processo eleitoral em 2008, passando pela queda à Série B até o retorno e ápice com o título da Copa do Brasil no ano passado, não foram poucas as passagens marcantes. O Gigante da Colina voltou a levantar um troféu após oito anos de jejum.
Roberto Dinamite comandou a reformulação do departamento de futebol, contratou e viu a saída de Rodrigo Caetano, ex-diretor executivo. Cumpriu a promessa de repatriar Juninho Pernambucano e acompanhou o drama vivido pelo técnico Ricardo Gomes com o AVC sofrido em 2011. Nos bastidores, a morte de um jovem em uma peneira do clube repercutiu negativamente. Os impasses com patrocinadores e o programa de sócios também são temas frequentes. Investigações correm a todo o vapor no Conselho Fiscal, e o mandatário é convocado às vezes para esclarecer pontos polêmicos. Relembre alguns momentos marcantes dos quatro anos de mandato do ex-jogador:
A ELEIÇÃO DO PRIMEIRO EX-JOGADOR PARA COMANDAR UM CLUBE NO BRASIL
Em 21 de junho de 2008, após inúmeras polêmicas e batalhas judiciais contra Eurico Miranda, a chapa "Por Amor ao Vasco”, encabeçada por Roberto Dinamite, pôs fim a mais de duas décadas de domínio do ex-mandatário em São Januário. Foram 827 votos contra 45. Nas eleições anteriores, Dinamite perdeu por pequena margem, mas contestando a forma de realização do pleito. Em 2006, o dirigente entrou na Justiça por causa de irregularidades e conseguiu a remarcação de nova eleição em 2008, votação que o colocou no poder. No ano passado, sem oposição marcante, foi reeleito para novo mandato de forma absolutamente tranquila e segue como presidente do Vasco até 2013.
QUEDA, REFORMULAÇÃO E RETORNO À ELITE DO FUTEBOL BRASILEIRO
Logo nos primeiros meses de Vasco, Dinamite conviveu com a maior tragédia da história do clube. Com uma sequência de equívocos na escolha do elenco e treinadores, o dirigente viu o time ser rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro. Passada a tristeza, o mandatário iniciou a reformulação do departamento de futebol. Diretores foram dispensados e Rodrigo Caetano acabou contratado. O diretor executivo deixou o clube em dezembro do ano passado e se transferiu para o Fluminense. Com o meia Carlos Alberto como maior expoente, o Cruzmaltino fez campanha irretocável e retornou à elite do futebol brasileiro. A dolorosa página foi virada, mas ficou marcada na história cruzmaltina.
O TÍTULO DA COPA DO BRASIL E A QUEBRA DO JEJUM DE OITO ANOS
Em 2011, o time iniciou a temporada colecionando tropeços no Campeonato Carioca. Para muitos, o marco da virada foi uma discussão no vestiário entre Roberto Dinamite e Carlos Alberto. O meia acabou afastado do elenco - voltou este ano - e o técnico Ricardo Gomes foi contratado. A equipe embalou e conquistou a Copa do Brasil. O feito diante do Coritiba pôs fim a um incômodo jejum de oito anos sem títulos e a torcida promoveu enorme festa pelas ruas do Rio de Janeiro. Além da conquista, a temporada foi marcante por outros motivos: o time brigou pelo título brasileiro até a última rodada e terminou com o vice-campeonato. Na Copa Sul-Americana, foi até a semifinal.
DINAMITE REPATRIA JUNINHO E CUMPRE UMA PROMESSA DE CAMPANHA
Logo após o título da Copa do Brasil, Dinamite promoveu festa em São Januário para apresentar o meia Juninho. Ídolo da torcida, o camisa 8 voltou com todas as homenagens. O feito foi uma promessa de campanha do mandatário, que mantém relação estreita com o capitão. Vale lembrar que Roberto já havia repatriado o meia Felipe no ano anterior. Com um contrato diferente dos demais companheiros, Juninho tem feito a diferença em campo apesar de ser considerado um veterano. Aos 37 anos, o jogador já disputou 346 partidas e marcou 70 gols com a camisa vascaína. Na última segunda-feira, renovou contrato com o clube até o final do ano.
RICARDO GOMES SOFRE AVC E DINAMITE APOIA CRISTÓVÃO BORGES
No dia 28 de agosto do ano passado, Roberto Dinamite viveu um dos momentos mais tensos nos seus quatro anos à frente do Vasco. Durante o clássico contra o Flamengo, o técnico Ricardo Gomes (d) sofreu um AVC e precisou passar por um procedimento cirúrgico de emergência. A recuperação do profissional continua após quase dez meses e a diretoria ainda aguarda o seu retorno. Na ocasião, o mandatário bancou a efetivação de Cristóvão Borges (e) e deu respaldo ao treinador nos momentos mais complicados. Com o apoio dos jogadores, o comandante faz trabalho sólido. Este ano, levou o Vasco às quartas de final da Copa Libertadores.
MORTE DE JOVEM, IMPASSE COM PATROCINADORES E PROGRAMA DE SÓCIOS
Nos bastidores, Dinamite convive desde o início com polêmicas e denúncias de conselheiros. O ano de 2012 começou com uma fatalidade. A morte do menino Wendel Júnior Venâncio da Silva, de 14 anos, em uma peneira do clube, abalou as estruturas da administração e deu origem ao processo de investigação do Ministério Público. Soma-se ainda a dificuldade para receber o dinheiro do patrocínio da Eletrobrás, já que o Cruzmaltino não possui as certidões negativas de débito - pois ainda tem dívidas tributárias junto ao governo. Outra questão trata do polêmico programa de sócios “O Vasco é meu”, responsável por um prejuízo superior a R$ 1,3 milhão por ano.
Fonte: UOL