Um dia não é suficiente para se despedir de um lugar que foi sua casa por cinco anos. Negociado com o Udinese, Allan não disputa mais partidas pelo Vasco. Mas seguirá treinando em São Januário até o momento de viajar para Itália, em data ainda não determinada. O meio-campo de 21 anos não esconde a tristeza, mas ao mesmo tempo convive com a expectativa do novo desafio.
Allan chegou ao Vasco aos 16 anos para defender a equipe juvenil. Em 2009 ele estreou nos profissionais, tornando-se uma das revelações da equipe que conquistou o título da Série B. Apesar de saber que o Udinese é uma grande oportunidade em sua curta carreira, o volante admite que está sendo difícil deixar o lugar que considera seu lar.
- O coração está partido. Vou me despedindo aos poucos, adiando o quanto posso, porque são muitos anos no Vasco convivendo com um grupo que considero uma família. Espero que esse seja um até breve, pois quero voltar mais maduro e conquistar os títulos que não conquistei aqui. Mas disputei as quatro primeiras partidas do Brasileiro e, por isso, se o Vasco for campeão, vou querer minha medalhinha - brincou ele, que sai com exatas 100 partidas disputadas como profissional do clube, a última, a vitória por 2 a 1 sobre o Bahia, em Salvador.
Por ter defendido apenas o Vasco, Allan reconhece que a adaptação à vida na Itália será difícil. Mas para ajudá-lo, vai contar com uma legião de brasileiros que defendem o Udinese. Além dos ex-palmeirenses Gabriel e Danilo e do ex-gremista Neuton, o volante terá ao seu lado Wilians, com quem se estranhou na final da Taça Rio de 2011, contra o Flamengo (assista ao vídeo). No entanto, ele garante que o clima agora será o mais amistoso possível.
- Aquilo é coisa do fuebol que a gente faz quando está de cabeça quente. Agora um vai ajudar o outro, vai ser bom para os dois. Os outros brasileiros vão ser importantes nessa adaptação. Todos nós vamos fazer o melhor para o Udinese - ressaltou.
Conselhos do 'pai' Felipe para aventura na Europa
Allan começará seu novo desafio disputando a fase preliminar da Liga dos Campeões, considerada a competição de clubes mais importante do mundo. Para se destacar, o meio-campo promete usar os conselhos que têm recebido dos companheiros de Vasco, principalmente os de Felipe, que costuma chamar o jovem de filho adotivo.
- O Felipe acredita no meu talento e diz que o Udinese vai ser um trampolim para grandes clubes da Europa. Ele me falou que o futebol de lá é muito competitivo e que, por isso, eu preciso ganhar força. Também pediu que eu tenha paciência, porque às vezes a oportunidade demora a aparecer, mas que quando ela chegar, vou saber aproveitar.
Apesar de garantir que suas lembranças mais fortes do Vasco são as conquistas e o convívio com o grupo, Allan diz que deixa São Januário com a sensação de que o dever ainda não foi totalmente cumprido. Titular do time campeão da Copa do Brasil de 2011 como lateral-direito, ele admite que gostaria de ter atuado mais em sua posição de origem.
- Joguei poucas vezes no meio-campo. Por isso, acho que poderia ter ajudado mais. Mas sou novo, e a disputa por uma vaga de titular é acirrada. Sempre respeitei meus companheiros e agradeço as oportunidades que os treinadores me deram.