Diego Souza teve papel fundamental na conquista da Copa do Brasil, ano passado, foi um dos protagonistas do time no último Brasileirão e é um dos homens de confiança de Cristóvão Borges. No entanto, o gol perdido diante do Corinthians, pelas quartas de final da Libertadores, quase manchou a história do apoiador na Colina. Com personalidade, o camisa 10, que completa 27 anos hoje, não se abateu. Com a consciência tranquila de que sempre deu tudo de si, ele garante que vai continuar sendo importante para o Vasco.
Como foi a semana após o gol marcado contra o Bahia, que garantiu a liderança isolada do Vasco no Brasileiro? As cobranças diminuíram?
Estou tranquilo, a semana foi proveitosa e o clima no grupo está excelente por causa da boa campanha no Brasileiro. Sempre me mantive tranquilo e com a cabeça fria para trabalhar. Depois do jogo contra o Corinthians, quando perdi aquele gol, pude contar com a ajuda dos meus companheiros, pois temos um grupo muito fechado e muito amigo no Vasco. Estou vivendo um momento bom, pois o time vem fazendo uma boa temporada e a tendência é que a gente continue bem. Nossa meta e seguir somando pontos para brigar pelo título no Brasileiro.
Qual é a sensação de enfrentar o Palmeiras justamente no seu aniversário?
Vai ser legal, pois é um clube onde escrevi uma história entre 2008 e 2010. Foram quase três anos no Palmeiras e muitas experiências. Fico muito feliz por estar vivendo esse momento agora com a camisa do Vasco. Poder encontrar ex-companheiros, os funcionários de lá. Vai ser um fim de semana especialpara mim. Espero que tudo saia da melhor maneira possível em campo.
Da para perceber que você tem carinho pelo Palmeiras. Foi um clube que te marcou?
Sempre joguei em clube grande e o Palmeiras foium deles. Vivi algumas experiências únicas lá. Tenho um carinho grande. Fiquei muito tempo lá e ajudei o clube a conquistar um Campeonato Paulista, algo que há muito tempo não acontecia. Fui escolhido o melhor jogador do Brasileiro de 2009 e ainda marquei um dos gols mais bonitos da minha carreira (contra o Atlético-MG, no Parque Antártica, na mesma competição).
Com 27 anos, idade considerada o auge para um jogador, você mudaria alguma coisa no passado?
Tudo serve de aprendizado e não tem como a gente mudar o passado. Você tem de viver o presente e o futuro. É assim que a gente amadurece, não repetindo os erros. Tive momentos maravilhosos na carreira, momentos ruins, coisas que acontecem com qualquer jogador, mas o saldo até agora sempre foi positivo. Por isso, fico tranquilo para continuar o meu caminho e, dessa forma, ter cabeça para ajudar o Vasco.
Vai ter festa na Arena Barueri?
(Risos). A Família vai esperar no Rio, pois agora tenho uma menininha de quatro meses que não pode ficar viajando. A gente volta no mesmo dia e a tendência é que eu saia para jantar. Espero os três pontos de presente.
Hoje você se considera um Diego Souza mais maduro emcampo?
Não tem muita coisa de diferente, mas acho que o tempo ajuda em muita coisa. Sempre fui ousado, busquei as vitórias. Mas tiveram algumas coisas erradas que eu aprendi e não repeti mais. Tomava muito cartão, reclamava muito, era mais rebelde, mas hoje, graças a Deus, me considero um jogador muito mais tranquilo. Busco valorizar os momentos bons e deixar o lado ruim, as críticas de lado. Não fico me abatendo com o que dizem de mim.
Por falar em críticas, o que você tem a dizer para as pessoas que o consideram um jogador que não temregularidade, que alterna bons e maus momentos?
Olha, não tenho o que falar. Tenho de trabalhar. É difícil ver no Brasil alguém que consegue ser decisivo e regular em todas as partidas do ano. Hoje temos o Neymar, que faz a diferença, em uma fase maravilhosa. Fora isso, o jogador faz um jogo bom e outro mais ou menos. No nosso futebol isso já é suficiente para rotular o atleta de irregular. Mas não tem o que fazer. É trabalhar muito, treinar e estar sempre focado para ajudar o time buscando a vitória.
Após o gol perdido contra o Corinthians, na Libertadores, você teve medo de ficar negativamente marcado no Vasco?
Não tive medo de nada, até porque fui eu que construí a jogada. Apertei na marcação, roubei a bola, corri mais de 50 metros e procurei fazer o melhor. Não teve omissão. Nunca joguei de sacanagem com a camisa do Vasco. Não teve excesso de preciosismo ou nada do que falaram. Sempre fui profissional, sempre procurei honrar ao máximo o clube. Corro, suo muito para dar as vitórias para o time. Naquele momento, o goleiro do Corinthians foi mais feliz que eu e futebol é assim. Tenho de continuar trabalhando para que na próxima vez eu leve a melhor.
Como foi a primeira noite de sono após aquele jogo decisivo?
Lógico que fiquei chateado comigo, mas nada além que isso. Não houve desespero, choro e arrependimento. O jogo estava 0 a 0 e a disputa estava equilibrada. Sofremos um gol aos 43 minutos e tudo poderia acontecer. Qualquer time poderia se classificar. Não fiquei com medo do que poderia acontecer comigo, fiquei chateado. Foi difícil dormir, pois fiquei comaquela sensação que poderia ter ajudado mais meus companheiros. Apenas isso.
O gol contra o Bahia coloca um ponto final no assunto e te ajudou a fazer as pazes coma torcida?
A torcida tem o direito de cobrar, mas isso não pode influenciar o meu trabalho. Assim como eles, eu também quero o melhor para o Vasco. Mas preciso ter personalidade. Arriscar novamente se a bola sobrar limpa para mim. Não entrou contra o Corinthians, no entanto, não posso deixar de tentar a opção que achar melhor com medo de ser vaiado ou de ficar marcado negativamente por causa do lance que desperdicei.
Seleção brasileira ainda é uma meta?
É um objetivo que tenho na carreira. Agora sei que é difícil por causa dos Jogos Olímpicos. Mas, depois, é lógico que vou fazer de tudo para voltar a ser convocado. Quero voltar para a Seleção, ser decisivo no Vasco e brigar por títulos. Vou fazer de tudo para ter sucesso.
Fonte: Marca Brasil