Em nota, Casaca nega que Vasco pague R$ 2,5 milhões mensais por acordos referentes ao projeto olímpico

Sexta-feira, 15/06/2012 - 11:21

Nota da Oposição

Panorama Real


A respeito de nota publicada dentro da Coluna Panorama Esportivo do jornal “O Globo” do dia 09 de junho último, a oposição do Vasco vem esclarecer aos vascaínos o seguinte:

1) É falsa a afirmação de que o Vasco pagou há alguns anos, ou há muitos anos ou há alguns dias a importância de 1,2 milhões de reais ao ex-nadador Luiz Lima, a título de ressarcimento posterior por falta de pagamento de qualquer obrigação do clube para com ele no período em que figurou como atleta do Vasco.

2) É falsa a afirmação de que o Vasco paga mensalmente quantia considerável próxima dos 2,5 milhões de reais, ou grande parte deste valor a atletas trazidos com vistas ao projeto olímpico realizado pelo clube nos últimos anos do século passado.

Queremos acreditar que o informante dos jornalistas responsáveis por assinar a matéria do último sábado, dia 09 de junho, usou de má-fé e os induziu ao erro.

Aproveitamos a oportunidade para relembrar o grande sucesso que foi a participação de atletas vinculados ao Club de Regatas Vasco da Gama nos Jogos Olímpicos de Sidnei, em 2000, bem como nos Jogos Pan-americanos de 1999.

Na competição pan-americana 39 (TRINTA E NOVE) atletas vinculados ao clube ganharam individualmente ao menos uma medalha para o Brasil, enquanto nas Olimpíadas e Para-Olimpíadas de Sidnei 20 (VINTE) atletas, individualmente, conquistaram medalhas defendendo as cores de nosso país, dois dos mencionados nas Para-Olimpíadas.

Por outro lado, elogiamos o jornalismo imparcial do “O Globo” na figura dos que assinam a coluna “Panorama Esportivo”, pois o início da nota mostra não haver desculpa para justificar atrasos de 3 meses do salário dos atletas e funcionários administrativos, 7 meses referentes ao direito de imagem em alguns casos, além de uma dívida exposta ao público em maio, no valor de 2 milhões de reais referentes a pagamentos e prêmios ao capitão da equipe, Juninho, oriunda do segundo semestre de 2011 até o mês passado.

Enalteça-se também a conclusão de que tal projeto era financiado pelo acordo firmado junto ao banco e pago pelo Vasco, na figura do ex-presidente Antônio Soares Calçada, que o fez enquanto a outra parte cumpriu a sua no acordo. A inadimplência, a partir daí, viria a atingir o mandatário posterior, Eurico Angelo de Oliveira Miranda, já sem recursos e com contratos em vigor, muito mais de atletas contratados para os esportes coletivos de alto investimento (futebol, futsal, basquete, vôlei), que propriamente daqueles trazidos visando o projeto que ajudou a dar ao Brasil várias medalhas nas Olimpíadas de Sidnei e que poderia sim, ter continuado, caso houvesse o respaldo antes dado ao clube por intermédio do parceiro naquela oportunidade. Como é sabido, nas Olimpíadas de Sidnei o basquete masculino, por exemplo, não se fez representar, o futsal não é esporte olímpico e o objetivo do clube com gastos no futebol masculino não visavam tal competição. O clube investiu também no vôlei masculino e feminino no intuito de conquistar títulos, assim como o fez com sucesso no basquete feminino e no próprio futebol feminino. As contratações, portanto, tinham outro fim, muito para além de um projeto olímpico, visto que das modalidades citadas as que desfrutaram de maior investimento foram exatamente o basquete e o futsal, campeões, por sinal, de competições em nível intercontinental, sul-americano, brasileiro e estadual por vários anos, entre 1997 e 2002.

Cabe-nos, entretanto, retratar a verdade aos jornalistas responsáveis pela publicação no Jornal “O Globo” da coluna Panorama Esportivo, a fim de que não voltem a afirmar haver possibilidade de se entender tal inadimplência do clube para com suas obrigações salariais, a partir de supostos pagamentos MENSAIS, estes fantasiosos e carentes de comprovação documental, na ordem de 2,5 milhões de reais a título de pendências referentes ao projeto olímpico do clube realizado no final do século passado, entre os anos de 1998 e 2000, primordialmente.

A atual gestão, para informação dos jornalistas que assinam a Coluna Panorama Esportivo do jornal “O Globo”, não paga os impostos, conforme a lei prevê, embora tenha chegado ao clube com este sendo já partícipe de um acordo com o governo, através da loteria Timemania, realizado próximo ao final do ano de 2007 e, a partir daí, com os impostos sendo pagos regularmente, o que pode ser comprovado com as certdões positivas com efeito de negativas apresentadas neste sitio e prontas a serem disponibilizadas, se for de interesse dos jornalistas da Coluna Panorama Esportivo, a fim de esclarecer a verdade sobre tal fato a seus leitores, que os tem em alta conta e lhes mantém crédito diante do que escrevem, exatamente pelo fato de imaginá-los como defensores da verdade dos fatos através da busca incessante pela informação e pela verdade da informação.

Como se vê, a inadimplência quanto às obrigações fiscais faz o clube “economizar”, usando da ilegalidade, montante considerável mensal.

Importante ressaltar estar o Vasco incluso também num acordo feito junto ao TRT (Tribunal Regional do Trabalho) com o fim de garantir um depósito mínimo, mensal e anual, para pagamento de ações trabalhistas já em fase de execução, o que inibiria (se fosse o caso, que não é) de antemão, um pagamento de tal monta quanto àquele referido na nota assinada pelos jornalistas da Coluna Panorama Esportivo do Jornal “O Globo”. Tal acordo, assinado em dezembro de 2007, o foi, nos mesmos moldes, assinado pelo atual presidente do clube em 14 de agosto de 2008.

Lembramos, junto a isso, que o Vasco pagava acordos extrajudiciais firmados com vários credores, entre os quais podemos destacar, exemplificando, o feito com Romário de Souza Farias, no qual, a partir do Clube dos 13, o citado credor recebia mensalmente, desde o segundo semestre de 2004 a importância de 150 mil reais mensais, corrigidos ao longo dos anos, chegando a valor mensal superior a 170 mil reais mensais já em 2008, pago até a troca de gestão ocorrer, por opção da atual em não continuar cumprindo o acordo.

No que tange ao patrimônio, houve também grande economia do Vasco, a partir da mudança de gestão. Despejado do Vasco-Barra e retirando do balanço de 2011 cerca de R$10.000.000,00 referentes ao pagamento a ser realizado junto ao proprietário do local, mais o abandono definitivo do terreno da rodovia Washington Luiz (objeto de discussão na Justiça nos últimos quatro anos), além do anúncio de permutas com empresas dispostas a fazer obras nas sedes, tudo isso somado (ou diminuído) representa uma economia de gastos existentes anteriormente quando o clube conservava com investimentos próprios e utilizando-se de funcionários próprios suas sedes, inclusive a alugada na Barra e a em obras na Washington Luiz até a anulação do ato de doação feito pelo ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso ao Vasco, discutida tal anulação, a partir disso, na Justiça hoje, imaginamos.

Mais uma economia considerável diz respeito ao fim ou parco investimento em esportes olímpicos, desde o Remo, passando pelo Basquete (desde 2008 sem participar do campeonato carioca adulto), entre outras modalidades. A parte referente a tais esportes e responsabilidade social, prevista no contrato firmado entre o Vasco e Eletrobrás, é, inclusive, toda ela absorvida para o pagamento de salários dos funcionários do clube, através de ação do Sindeclubes na qual o Vasco é réu e posto em situação de insolvência para justificar o repasse a cada três meses (em média) do sindicato para os empregados do próprio clube.

No que se refere à base, a situação do clube é autoexplicativa. Após o lucro da atual gestão, de valores superiores a 30 milhões de reais, fruto das vendas dos direitos econômicos no todo ou em parte de atletas como Phillippe Coutinho, Alex Teixeira, Allan Kardec e Souza, bastaria um mínimo de reinvestimento no setor para novos talentos surgirem, tão vinculados percentualmente com o Vasco quanto os citados, mas o Vasco preferiu obter empréstimos de empresário, fatiar atletas e com isso perceber numerários de curto prazo, por opção de gestão.

Vale destacar, nesse contexto, o fundo de investimento presente no balanço do clube. Há hoje cerca de 10 milhões de reais neste quesito.

Some-se a isso o maior contrato de TV da história, assinado por Roberto Dinamite em 2011, com a Rede Globo, lembrando ainda que no anterior, rigorosamente igual em valores ao recebido pelo grupo “top” nas cotas, no momento da troca de gestão ocorrida em 2008, a novel gestão do clube tinha ainda a possibilidade de usufruir de valor referente a dois anos daquele contrato, fazendo os devidos adiantamentos, como, aliás, assim procedeu no 2º semestre de 2008.

Não esqueçamos ainda do grande ganho obtido com patrocínios. O Vasco saiu de uma receita anual neste quesito de seis para mais de 20 milhões nos anos subsequentes, conseguindo até uma série de empréstimos no banco BMG, após o sucesso da parceria entre as duas instituições em 2011, com a exposição da marca (em dobro) no uniforme do clube.

Outro item que demonstra mais receita ainda a inundar os cofres do Vasco está relacionado à contribuição do quadro social. Se o Vasco tinha em junho de 2008 cerca de 1.600 sócios adimplentes, conforme mostra o balanço do clube, este número (segundo dados do próprio clube) ultrapassava 4 mil na época das eleições (sub-júdice) ocorridas em agosto de 2011.

Mais um quesito a ser lembrado. O Vasco hoje possui uma receita considerável (vide balanço) com relação à venda de produtos licenciados. Há na cidade e na região metropolitana diversas lojas da marca “Gigante da Colina” a vender inúmeros itens referentes à marca Vasco. Tal é a confiança de substancial lucro nesta ação de venda que há, inclusive, franquias geridas por parentes de diretores do clube a incentivar que novos franquiados surjam com o mesmo espírito colaborativo.

A respeito das rendas com bilheteria, os valores sempre otimistas presentes nas previsões orçamentárias anuais teriam tudo para virem diretamente para o clube, sem qualquer tipo de penhora, como, de fato, se via comumente no ano de 2008, nos jogos iniciais do clube no Campeonato Brasileiro, tanto quanto naqueles referentes à Copa do Brasil, na mesma época.

Enquanto a atual direção mira no passado para justificar um presente inexplicável, nós nos preocupamos – na qualidade de sócios e torcedores do Vasco, unidos a membros natos do Conselho Deliberativo do clube – em alertar quanto às atitudes desta gestão, no que tange ao não cumprimento de contratos com várias empresas contratadas para prestação de serviços, desde escritórios de advocacia até desenhista, passando pela inadimplência frequente em acordos realizados com funcionários do clube, demitidos a partir do 2º semestre de 2008, fora outras quebras de contrato que causaram ao clube grande prejuízo no ressarcimento, ou ainda podem a vir causar.

Recomendamos aos jornalistas do “O Globo” que assinam a coluna Panorama Esportivo, ávidos pela verdade dos fatos a respeito do Club de Regatas Vasco da Gama, uma consulta ao Conselho Regional de Contabilidade, tal qual foi feito em 2005, a fim de que este faça uma análise minuciosa dos últimos balanços do clube, dois deles – informamos – não recomendados para a aprovação por parte do Conselho Fiscal do clube, composto por 2/3 (dois terços) de membros escolhidos pela administração de Roberto Dinamite. Tais, posteriormente, seriam aprovados pelo Conselho Deliberativo sub-júdice (referimo-nos aos membros eleitos), com ressalvas, algumas delas votadas a serem suprimidas da ata já redigida apresentada na reunião subsequente do mesmo conselho, por ação de ancilares da situação, com o beneplácito dela própria e consideráveis prejuízos ao clube, desde a execução de Romário contra o Vasco, a partir da inércia deste último quanto à continuação de pagamento do acordo firmado e cumprido por quatro anos até a chegada ao poder do grupo que nele se mantém.

Chega-se a uma conclusão óbvia, baseados nos números gritados e expostos pela área financeira do Vasco hoje. Ou há um maquiar frequente e má informação ao público sobre o valor de receitas a que o clube faz jus, ou o “gastadouro” se fez presente ao longo dos últimos três anos e 11 meses, de forma irresponsável e temerária. O tamanho das receitas apresentadas, a situação da base, dos esportes olímpicos, as inadimplências frequentes quanto a impostos e salários, o numerário disponível oriundo da venda de atletas da base entre os anos de 2008 e 2010, mais o maior contrato de TV de todos os tempos, o triplicar do número de sócios, o crescente ganho com venda de produtos licenciados e ainda a receita obtida com patrocínios não fazem fechar a conta, pois muito se economizou com inadimplências e abandonos, muito se ganha segundo os gestores apresentam a cada balanço e tantas são as notícias que nos chegam quanto ao não cumprimento por parte do clube do básico, desde o pagamento de luz da sede náutica, até a satisfação contratual a que faz jus seus funcionários em geral.

Certos de que o jornal “O Globo” é constituído por profissionais responsáveis na parte do jornalismo esportivo, entre os quais certamente se inclui os que assinaram a coluna Panorama Esportivo do último sábado, dia 09 de junho, nós do Casaca! motivamos desde já que tal esclarecimento seja reverberado nas mídias sociais, bem como chegue aos integrantes da coluna Panorama Esportivo para que possam passar a verdade dos fatos para o público leitor do próprio jornal “O Globo”.

Estamos atentos.

Casaca!


Fonte: Casaca