Cinquenta e cinco anos depois, as lembranças de um certo jogo em Paris ainda são fortes na memória de Dario. Lateral-direito do Vasco nos anos 50, o ex-jogador participou de um capítulo marcante na história do Gigante da Colina: a vitória de virada sobre o Real Madrid, na capital francesa.
- Não há clube melhor ou igual a esse aí – relembra orgulhoso o ex-atleta.
Em 1957, o Brasil ainda não era campeão mundial, e futebol verde e amarelo não era tão respeitado na Europa. Mas o triunfo sobre a equipe espanhola chamou a atenção para os cariocas. Depois de bater o Racing Club, da França, o cruzmaltino enfrentaria o Real na final do Torneio de Paris. Na época, o time de Madri tinha acabado de conquistar o segundo de cinco títulos europeus consecutivos. Dario lembra que todos estavam ansiosos para enfrentar Di Stéfano, o argentino naturalizado espanhol.
- Ele jogava muito. E depois tem o seguinte: a humildade dele também valia muito.
- Ele era considerado o maior jogador do mundo, representava a excelência do futebol - explica João Ernesto da Costa, vice presidente de patrimônio.
O ídolo foi o autor do primeiro gol do duelo, mas Vavá fez o dele. Apelidado de peito de aço, o atacante – que foi bicampeão mundial com a Seleção - iniciou a virada cruzmaltina. No fim do jogo, quando o Vasco já vencia por 4 a 3, houve pancadaria em campo. Segundo Dario, foi Di Stéfano quem começou tudo.
- Ele deu um soco no Pinga. Os caras lá de Paris falaram que não queriam dar a bola para ele e ele foi lá tomar satisfação com a gente.
Após a vitória, até a revista do Real Madrid se rendeu ao Vasco e deu destaque de duas páginas para o confronto. Uma semana depois, o time de Dario e Vavá conseguiu mais um triunfo: bateu o Barcelona por 7 a 2.
- O Vasco mostrou ao mundo o que era o verdadeiro futebol brasileiro, isso viria a ser ratificado logo depois na Copa da Suécia - relembra João Ernesto.