Rodolfo diz que agiu como principiante em seu início no Vasco

Quase sete meses parado, fora os sete anos na Europa. Mesmo sem ritmo e pouco adaptado ao futebol brasileiro, Rodolfo chegou ao Vasco como titular. O resultado foi trágico. Falhas e, consequentemente, vaias. Agora, porém, após o momento ruim, se sente à vontade para assumir a culpa.

Para ele, não houve falha no planejamento da comissão técnica. Em sua concepção, pecou por silenciar.

– Foi mais um erro de querer fazer tudo. De querer jogar todas, me firmar rápido. Acho que, para um jogador da minha idade, tomei uma atitude de principiante. A idade passa e o corpo vai mudando. Tive cinco cirurgias. Eu tive que readaptar o meu corpo. Acho que o erro foi totalmente meu e assumi. Tanto que dei uma coletiva assumindo a responsabilidade – declarou o jogador.

Em sua opinião, o pedido por uma pausa, que foi feito após os erros, deveria ter acontecido antes (Rodolfo ficou afastado algumas rodadas). Apesar disto, quando o fez, se sentiu melhor e grato pela conversa que teve com o técnico Cristovão Borges. Ele relembra como aconteceu:

– Foi uma troca de olhares. Dá para sentir quando você está bem e quando realmente não está. Eu não estava bem. Eu pedi, partiu de mim. Foi uma conversa rápida, onde ele se preocupou em expor a ideologia de deixar um pouco as críticas de lado. Fico muito agradecido ao Cristovão e a todos os jogadores que me apoiaram e estiveram sempre comigo – disse o zagueiro, que sente-se aliviado com a sequência de bons jogos.

– Hoje me sinto muito bem em função de ter feito isso. Dei dois passos para trás e agora o meu trabalho está sendo bem visto.

Frustração no retorno ao Brasil

A vontade de se firmar rapidamente no Vasco se deveu também muito ao que Rodolfo classificou como frustração em sua passagem pelo Grêmio no ano passado. O acerto com o Tricolor gaúcho marcou a volta do zagueiro ao Brasil, porém, uma fratura na fíbula da perna esquerda logo na estreia no Brasileiro atrapalhou os planos do jogador.

– Infelizmente, a lesão veio na ocasião em que eu estava me sentindo bem, adaptado. Acho que essa frustração de não jogar, de ter sido uma aposta que no começo deu certo e depois... Ficou aquele gostinho de querer jogar, querer fazer alguma coisa. Aqui, na minha chegada, coloquei na minha cabeça que tinha de fazer por onde.

Rodolfo lesionou-se no dia 22 de maio e, após 136 dias, em outubro, voltou a ser relacionado para uma partida.

‘Hoje estou feliz aqui’

A fase ruim ficou para trás, e Rodolfo agora aproveita cada minuto do seu novo momento. A tristeza foi embora e ele garante que hoje sente-se muito bem no Vasco.

– Quero conquistar sempre algo a mais. Apesar de ter vivido esse tempo todo no futebol, ter realizado o sonho de sair do país, ter conquistado títulos... Hoje só isso não basta. Quero conquistar mais títulos. Hoje estou feliz aqui e sei que isso pode vir a se concretizar – declarou o zagueiro.

Rodolfo espera aproveitar seu momento de confiança.

– Em qualquer área, a auto-confiança, às vezes, pode ser traidora. Mas se você confia no seu trabalho e as coisas vêm dando certo, não tem porque a pessoa parar onde está. Tem sempre de tentar alcançar algo mais. Estou sempre nesse lema – disse o camisa 4.

BATE-BOLA

Rodolfo, em entrevista exclusiva ao LNET!

Você já está se sentindo 100% fisicamente?

Olha, 100% é uma coisa que eu não vou nem colocar na minha cabeça porque eu quero sempre alcançar algo mais. Então, quero atingir um nível que possa me satisfazer e a todos. Estou cheio de saúde, mas quero crescer mais.

Acha que a comissão técnica se precipitou em escalá-lo de cara?

Particularmente, acho que não porque a aposta foi muito grande. A minha vinda foi uma aposta. Acho que meu maior erro foi não ter dado uma pausa. O calendário, infelizmente, nos maltrata. No meu caso, me prejudicou bastante por eu ter vindo de uma lesão complicada.

Onde enxergou suas falhas?

Acho que o rendimento caiu com a minha queda física e, talvez, na questão psicológica também. Quando o corpo não está bem, a cabeça também não está. Tinha que impor mais limites. Ultrapassei um pouco e, talvez por isso, tenha falhado em alguns momentos.

Fonte: Lancenet