Para preservar jovens, Vasco não participa da Copa Nike Sub-15

Quinta-feira, 31/05/2012 - 14:03

Ainda não foi desta vez que a Copa Nike Sub-15, a mais badalada competição para a categoria infantil no país, conseguiu reunir a nata nacional. Mesmo três semanas depois do acordo firmado entre os clubes das Séries A e B na CBF, o temor de perder atletas sem contrato profissional para os rivais pesou e diminuiu o potencial do torneio, vencido pelo Santos.

São Paulo, Cruzeiro, Vitória, Atlético-PR e os quatro grandes do Rio de Janeiro foram as grandes ausências da competição, que em 2011 já fora esvaziada por conta de convocação da seleção sub-15 no mesmo período. Em abril, na CBF, havia a ideia de que o acordo firmado e assinado por 37 clubes das duas primeiras divisões pudesse alavancar a disputa infantil e aprimorar a formação no país. Doce ilusão.

“Com Corinthians, Internacional e Sonda por lá, a gente é que não iria”, disse à coluna um importante dirigente de um grande do Rio de Janeiro. “Até achamos que o acordo da CBF vá melhorar as coisas, mas os empresários e os fundos de investimento não participam disso, então é incerto”, acrescenta.

Ele lembra que, se o acordo vingar, o trabalho dos intermediários será dificultado, pois os clubes não vão receber atletas “roubados”. Um exemplo bem prático disso é a recusa de todos os times que o staff de Mosquito, do Vasco, tentou para ele. Sobretudo o São Paulo, em que Renê Simões bateu o pé para dizer não. Mas, ainda sim há o exterior como possibilidade, portanto…

A CBF, evidentemente, tem se esforçado principalmente a partir de Ney Franco para moralizar a relação entre os clubes e isso é louvável. Acima de tudo, é o que se espera da entidade que gere o futebol brasileiro. Mas a primeira competição infantil, categoria diretamente afetada pela legislação e a falta dos contratos profissionais, mostra que ainda é preciso trabalhar essa questão. Não à toa que Cruzeiro, Atlético-PR e Vitória, os mais descontentes por terem perdido promessas importantes, puxaram as recusas e também não servem a seleção sub-15.

Com a ausência de vários times importantes, o Santos levou a melhor em uma competição bastante apertada. A geração /97 é a que, em 2010, foi campeã paulista sub-13 e foi recentemente reforçada. Lipe, ex-Botafogo-SP, e Tiago Maia, que chegou do São Caetano e foi considerado o melhor da Copa Nike, compõem essa lista.

Caio, atacante, e Robson Bambu, lateral direito, são mais duas figuras importantes e que, curiosamente, nasceram em Santos. O goleiro Fernando, um dos mais antigos do grupo, e o técnico volante Murilo, fecham a espinha dorsal. O título também é importante para o treinador Christian Tudisco, que assumiu os infantis depois da promoção de Emerson Balio aos juvenis.

Firulas

#1
O principal motivo para alguns clubes terem a presença do Corinthians na Copa Nike é a ação do captador Adriano Marabá, ex-funcionário da DIS e que tem carta branca para reforçar as categorias de base do clube. Procurado pela coluna, Marabá se disse feliz pelo acordo firmado na CBF e que as contratações para os corintianos serão feitas com parcerias. Além disso, ele pretende ampliar o monitoramento do Corinthians é realizar captação no Nordeste.

#2
O Fluminense pretende ampliar a metodologia de emprestar jogadores com idade de juniores para equipes do Brasil e do exterior. Marcelo Teixeira, gerente de futebol, viaja à Europa para avaliar parcerias. A negociação mais falada seria a ida de Lucas Patinho, destaque da última Taça BH, para o Sporting de Lisboa.

#3
É de se lamentar que o São Paulo siga de fora de muitas competições. A ausência na Copa Nike foi mais uma. Depois, a formação de times “sem sangue” nas idades mais avançadas é uma consequência quase natural para quem vive com tranquilidade em Cotia e não enfrenta os times mais duros do país.

Fonte: Olheiros.net