A crise financeira existe e não é segredo para ninguém no Vasco. Com dificuldades mais sérias desde o início do ano, quando os jogadores chegaram a “aposentar” o regime de concentração, a diretoria aproveita a folga prolongada dos atletas no Campeonato Brasileiro para encontrar soluções. Uma delas consiste em pagar ao menos o salário de março até a próxima sexta-feira e amenizar o débito de dois meses com os profissionais – abril venceu no último dia 20 de maio. Mesmo com problemas de caixa, os dirigentes descartam qualquer possibilidade de vender Dedé na janela de transferências para ganhar fôlego financeiro com a negociação.
Em recuperação de um edema ósseo na perna esquerda, o zagueiro já treina a parte física em campo e deve voltar ao time no dia 10 de junho, contra o Bahia, em Salvador, pelo Campeonato Brasileiro. Mesmo afastado da equipe há quase dois meses, as sondagens em torno do zagueiro não param. Em São Januário, existe uma corrente que defende a venda na chegada de uma proposta concreta durante a janela de transferências – de 20 de junho a 20 de julho. Estes partidários alegam que os problemas com patrocinadores podem demorar e isso apressaria naturalmente a busca por receitas de outras formas.
Possibilidade imediatamente rechaçada pela maioria e com aval oficial da diretoria. O departamento de futebol descarta vender Dedé e qualquer outro jogador com parte dos direitos econômicos ligada ao clube apenas para fazer caixa e conseguir um fôlego financeiro de emergência.
“O Vasco não vai vender o Dedé ou qualquer outro jogador para fazer caixa. Nossos jogadores têm um projeto dentro do clube. O Vasco vai buscar receitas com jogos, patrocínios, mas jamais vendendo os nossos maiores valores para isso. Vamos preservar o elenco e suas peças mais fortes para a disputa total do Campeonato Brasileiro. O trabalho é nesse sentido. Achamos difícil chegar qualquer proposta irrecusável nessa janela e não cogitamos essa prática”, afirmou o diretor de futebol do Vasco, Daniel Freitas, ao UOL Esporte.
O Cruzmaltino sabe que pode perder jogadores emprestados, casos de Eder Luis, Fellipe Bastos e Renato Silva. Por isso, estima em 20 dias a resolução das situações. Além disso, descarta contratar reforços antes de solucionar todas as pendências. Entre elas, o pagamento dos salários de março, abril, além de premiações. A expectativa é a de quitar o primeiro mês ao menos até a próxima sexta-feira.
“O prazo que esperávamos se encerra na quarta-feira. Por isso, trabalhamos e idealizamos resolver essa questão salarial até sexta-feira. A prioridade no Vasco é resolver os compromissos com quem já está aqui e honra essa camisa. Trabalhamos para colocar em dia essas condições. Só quando isso for feito pensaremos em contratações para o restante da temporada. Sem dívida, seria um desrespeito com quem está aqui pensar diferente disso. O Vasco não trabalha desta forma”, encerrou.
Fonte: UOL