A partida entre Portuguesa e Vasco reúne duas torcidas que tem origem na colônia lusitana. Por isso o clima foi amistoso antes do jogo, com rivais confraternizando em bares próximos ao Canindé. Mas esse ambiente mudou quando a bola rolou. Durante os 90 minutos de jogo, os torcedores fizeram piadas e trocaram provocações. Do lado da Portuguesa, houve até uma criativa lembrança da eliminação vascaína na Libertadores: “doutor, eu não me engano, o Diego Souza é corintiano”.
Mesmo no Canindé, estádio da Portuguesa, a maioria dos torcedores era vascaína. Orientados a ocupar o pequeno espaço de visitantes, eles ficaram tão apertados no estádio que, no começo do primeiro tempo, a Polícia Militar teve que mudar seu planejamento para acomodar tanta gente. Foi aberto um novo espaço para os vascaínos ficarem, ainda mais próximos dos torcedores da casa.
Foi nesse momento que aconteceu a maior troca de provocações entre as torcidas. Os vascaínos entraram animados em seu novo espaço e passaram a cantar mais alto. Como resposta, os torcedores da Portuguesa lembraram a derrota recente do adversário na Copa Libertadores, diante do Corinthians e cantaram “eliminado”, além da provocação sobre Diego Souza. Na sequência, já ouviram piada por estarem em menor número no estádio: “ão ão ão torcida de busão”, cantaram os vascaínos.
E foi exatamente o Vasco que comemorou mais alto: aos 21min do primeiro tempo, saiu o golaço de Alecsandro, de bicicleta. A torcida do time carioca vibrou e completou a festa com mais uma provocação: “A-ha, u-hu, o Canindé é nosso”. Dessa vez a torcida da Portuguesa teve uma resposta tímida, com gritos de “vice da Gama”.
Curioso foi notar que dessa vez o Vasco não foi vaiado, mesmo antes do gol sair. Apesar do time ter sido eliminado da Libertadores recentemente, nem o técnico Cristóvão Borges, que costuma ser criticado no Rio de Janeiro, foi lembrado negativamente. O time saiu de campo com a vitória, os três pontos e aplausos da torcida. Além do prazer de ter levado a melhor contra os provocativos portugueses de São Paulo.
Fonte: Terra