Lateral Alessandro relembra época que jogou com Edmundo e Juninho no Vasco

Domingo, 27/05/2012 - 07:36

Aos 34 anos, Alessandro tenta um recomeço no Náutico. Dispensado pelo Botafogo depois de cinco temporadas em General Severiano, o lateral-direito ressalta a relação de amor e ódio com a torcida alvinegra, mas que ainda tenta administrar um sentimento de gratidão e mágoa no coração declaradamente botafoguense. Mas a Estrela Solitária é apenas uma parte da sua história. Com passagens por Vasco, Campo Grande, Mirassol, Ituano, Bangu, Atlético-MG, São Caetano, Atlético-PR e Seleção Brasileira, ele é visto hoje nos Aflitos como uma das principais contratações do Timbu para a disputa da Série A do Brasileirão.

Ao mesmo tempo em que caminha para o fim da carreira, Alessandro ainda lamenta ter saído do Botafogo. E encara a oportunidade no Náutico para provar ao clube carioca que ainda pode ser útil no campo. O ex-cortador de cana, que nasceu no interior do Rio de Janeiro, falou das decepções e alegrias que teve dentro e fora dos gramados. O sorriso vem fácil ao lembrar do título brasileiro em 2001, sob o comando do técnico Geninho no Atlético-PR, e algumas convocações para a Seleção Brasileira. E a tristeza bate forte ao falar da chance que não teve de disputar a Copa do Mundo de 2002, realizada no Japão e na Coreia do Sul.


Você começou no Vasco, com Edmundo brilhando no Brasileiro de 1997. Como foi iniciar a carreira num time vencedor como aquele?

Foi bom demais. Tinha acabado de subir para o profissional, tive a oportunidade de jogar um Brasileiro com gente como Edmundo, Evair e Juninho Pernambucano. Foi um sonho realizado, pois estava no meio de ídolos que via pela televisão. Apesar de ter entrado pouco, me considero campeão. Para um cara vindo de Campos dos Goytacazes, no interior do estado do Rio de Janeiro, foi um momento inesquecível, de extrema felicidade.

Assim como a maioria dos jogadores, você também integra a lista dos que precisaram vencer inúmeras barreiras para obter sucesso na profissão?

Minha família era muito pobre, humilde mesmo. Meus avôs e meus tios trabalhavam na roça, assim como eu. Tive que ajudar a trazer comida para casa, só que eu era muito ruim de serviço, porque só queria saber de jogar bola (risos). Meus pais me cobravam, mas apenas a minha avó foi quem meu deu força, investiu em mim. Foi ela quem disse que eu devia esquecer o trabalho e seguir o meu sonho. Graças a Deus deu certo, e agora ajudo a minha família. Brinco com meus familiares: “Estão vendo? Tudo que a gente conseguiu foi por causa do futebol. E vocês não queriam que eu ficasse jogando bola. Imaginem se eu tivesse trabalhado mesmo!” (risos).

Como era o trabalho na roça?

Nós éramos cortadores de cana. Trabalhávamos em usina, era pesado demais. Somos quatro filhos, dois casais. Sou o segundo mais velho. A primogênita gostava de estudar e não trabalhava por ser mulher. Os dois mais novos têm apenas 24 e 23 anos, hoje, então não pegaram a época difícil, da cana. Não sofreram nada, pegaram a “mamata”, estudando em bons colégios, ao contrário de mim. Um é engenheiro, e a outra está acabando o curso de Nutrição. Estão com a vida feita.

Então, o Alessandro que conhecemos foi forjado entre os canaviais?

Foi uma vida muito difícil, muito sofrida. A pessoa trabalha duro e ganha pouco, debaixo de sol e chuva, sem contar que não tem horário para chegar em casa. A jornada começava às 8h e ia até 22h, 23h, para ganhar apenas uns R$ 40 por semana. Muitos amigos meus continuam nessa vida, porque não tiveram uma oportunidade como a minha. O nome do nosso distrito é Toco, e 90% das pessoas vivem da cana. Se a usina falir, quebra todo mundo que vive lá. Agradeço demais por ter saído dos canaviais, superado as minhas dificuldades para vencer na vida. Com 16 anos, fiz teste no Americano e fiquei no juvenil. Só que o clube tinha dificuldade para pagar lanches, para nos manter. Minha avó é quem me sustentava nessa época, me emprestava dinheiro. Mas chegou um momento em que ela estava tirando a comida de casa para eu jogar, então resolvi parar, porque achava esse sacrifício alto demais. Pensei: “Vou parar com o futebol e voltar a trabalhar na lavoura”. Mas aí eu tinha um tio-avô que morava no Rio de Janeiro e era cabelereiro. Ele cortava o cabelo do treinador dos juniores do Vasco, e eles conversaram sobre mim. Acabei conseguindo um teste em São Januário, passei e a minha vida começou a mudar. Quando entrei no Vasco, nunca mais me imaginei fazendo outra coisa. Só pensava na minha família cortando cana e segui porque sabia que só eu poderia tirá-los da plantação.

Você passou por diversos times, mas tem uma identificação maior com o Botafogo? Recebeu muita pressão no clube carioca?

Tive até demais. A torcida foi extremamente injusta, mas foi uma minoria, não a massa botafoguense. Uma dúzia começa a xingar e acaba contagiando o resto da arquibancada. Peguei o Engenhão com 30, 40 mil pessoas me xingando. É muito duro, mas também tive o mesmo com as pessoas gritando o meu nome. Vivi uma relação de amor e ódio com a torcida, mas soube me dar bem com isso. Eu não ficava com medo das vaias, nem me escondia com a bola queimando, não! Quanto mais eles me vaiavam, mais eu partia para cima, pegava na bola e corria mais. Errava, lógico, só que ali eu não podia errar um passe. Um outro jogador errava, o time levava um gol, mas eu era o culpado. Era assim que acontecia, e fui aprendendo a conviver com isso.

Como você reagia a esses ataques da torcida?

Lógico que era chato demais, pois levava a minha família para o estádio, e minha mulher e meus filhos ficavam escutando aquilo. Então parei de levá-los, deixava em casa, porque a pressão estava grande. Comecei a fazer tratamento psicológico, inclusive para me ajudar a superar a morte do meu tio e do meu avô naquela época (2009). Me emociono porque sei que sou um exemplo para quem está dentro do Botafogo. Dos mais jovens aos mais velhos, todos aprenderam a se comportar sob pressão porque ninguém aguenta a cobrança que tive reagindo com uma integridade como a minha. Repito, nenhum jogador aguenta. Nem Lucio Flavio, nem Leandro Guerreiro suportaram. Quando começaram as cobranças, eles pediram para sair, e eu não. Continuei. Disse que ia dar a volta por cima dentro de campo e fui dando a resposta no gramado, principalmente nos clássicos. As coisas foram mudando, a torcida começou a ir para o meu lado e passei entendê-la. Não adianta você estar bem tecnicamente, o jogador precisa ter coração para o torcedor. Descobri que quando estava mal, eu gritava, corria, dava carrinho e vibrava, o que ia contagiando a arquibancada. Assim, fui minando a minoria que me perseguia.

Por que a torcida do Botafogo pegava tanto no seu pé?

Acho que pela seca de títulos do time e por perder três estaduais seguidos para o Flamengo (2007, 2008 e 2009). Muitos jogadores dessa época saíram, e quem ficava era cobrado. Os novatos não sofriam tanto, a torcida mirava nos veteranos desses vices. Foi um momento complicado. Minhas sessões diárias com a psicóloga Maíra Ruas me fizeram chegar ao nível de não mais escutar o que saía da torcida. Ela me ajudou muito, e até hoje somos amigos. Nos falamos por telefone recentemente, e ela me disse que o pessoal tem muita saudade de mim por lá, gente até arrependida por ter me mandado embora. Quem sabe foi o próprio presidente do clube (Mauricio Assumpção).

A relação com os dirigentes era boa?

Havia dito, depois da Copa do Brasil (de 2011, quando o time foi eliminado pelo Avaí) que aquele era meu último ano no Botafogo, pois estava muito desgastado. Me acusavam por tudo no clube, até porque eu exercia um papel de liderança. Meu apelido de “presidente” não era à toa. O presidente Maurício Assumpção insistiu que eu continuasse, apesar de eu já ter recebido algumas propostas de outros times. Ele ficava falando que não admitia que me levassem e reuniu o grupo em outubro, junto com a diretoria, para nos dar o parabéns pela boa campanha que estávamos fazendo no Brasileiro. No fim, ele revelou que faria uma ótima surpresa para um jogador do elenco, então disse que estava renovando o meu contrato porque eu era um jogador que merecia por tudo que tinha feito no Botafogo. Todo mundo bateu palma, e eu fiquei quieto. Acabou a reunião, liguei para o meu empresário, acertamos tudo. Independentemente de idade, eles garantiram que eu continuaria e me deram mais dois anos de vigência. Assinei o contrato junto com o advogado do clube, o (então) vice de futebol André Silva e o meu advogado. Só faltava o Maurício Assumpção assinar. Nunca imaginava que ele iria faltar, até pela intimidade que tínhamos, numa relação de pai e filho. Só que na reta final do Brasileiro começamos a perder, a cobrança voltou, e nosso time ficou sete jogos sem ganhar. Pensávamos só no título, esquecemos a Libertadores, e ali no Botafogo, eu sei muito bem, quando não se atinge um objetivo de campeonato, tudo vai por água abaixo.

E você voltou das férias e foi dispensado.

Tinha renovado a escola dos meus filhos, comprado apartamento e, quando estava em Curitiba, o gerente de futebol Anderson Barros, o único que brigou por mim, ligou dizendo que o presidente Maurício Assumpção não ia assinar. Sugeri um ano de contrato, depois seis meses e nada. Eu não merecia sair dessa forma, não havia pedido para ficar. Eles que insistiram e falaram em frente ao grupo. Se não me quisessem, era só dizer que eu saía feliz da vida. Mas da maneira que foi, fiquei muito chateado.

Então foi uma traição do presidente Maurício Assumpção?

Foi uma “facada”, passei um tempo desanimado com o futebol. Às vezes não acreditava no que estava acontecendo. Os jogadores também não acreditavam e começaram a me ligar. Acho que o Botafogo está passando dificuldade na lateral direita por causa disso, aquela camisa 2 está amaldiçoada (risos). Tenho um carinho pelo André Silva, apesar de ter detonado ele na entrevista coletiva… Mas ele me ligou e explicou que tinha assinado o contrato. O presidente é que não fala nada. Os jogadores foram até em cima dele, depois das férias.

Na coletiva, quando você reuniu a imprensa no seu prédio para falar sobre a saída do Botafogo, como estava seu estado de espírito ali?

Eu queria era detonar mesmo. Estava com raiva, mas ia sair do que eu sou. Se foi fechada uma porta, Deus abre outra. Não desejo mal a ninguém, mas cito o técnico Muricy Ramalho com a frase a “bola pune”. Nesse caso, a “vida pune.” Eu estava dando a minha vida, o meu sangue, prejudicando o relacionamento com a minha família, porque eu somatizava as derrotas, e fui mandando embora, enquanto tinha jogador que não queria nada e ficou. Depois disso, não deixo mais assinatura para o outro dia.

Nesse tempo todo, você conquistou um titulo pelo Botafogo. Foi o seu “cala a boca” para a diretoria?

Foi sim. Foi até bom porque ganhamos em cima do Flamengo, tinha que ser contra eles, pois havíamos perdido três seguidas para os rubro-negros. Se fôssemos campeões em cima do Fluminense ou do Vasco, não seria a mesma coisa. A rivalidade estava grande. Desse tempo todo no Botafogo, ali, em 2010, na cavadinha de Loco abreu, as pessoas vão lembrar dessa taça, e meu nome está escrito nesse time.

Você se lembra mais do Botafogo campeão ou do Botafogo que o dispensou?

Penso no Botafogo campeão porque gosto de lembrar as coisas boas. Até porque o Assumpção não é má pessoa, não tenho raiva dele, acho que faltou jogo de cintura. Se me ligasse, poderíamos conversar e nos acertar. O futebol dá muitas voltas, e lá na frente vou encontrá-lo e conversar como sempre fiz. São coisas da vida. Tenho saudades do clube, por tudo que vivi, e eles também sentem. Fiquei feliz quando Loco Abreu dedicou o título da Taça Rio (deste ano) para mim. Espero superar tudo no Náutico e fazer história em Pernambuco.

Apesar da passagem marcante pelo Botafogo foi no Atlético-PR que você foi campeão nacional, em 2001. Foi aí que você realmente apareceu para o futebol?

Isso mesmo, tive poucas oportunidades e joguei umas quatro partidas pelo Vasco naquele Brasileiro. Subi com gente como Maricá, Felipe, Pedrinho e Fabiano Eller. Quando terminou o ano, o clube começou a emprestar os jogadores sem idade de juniores. Aí fui disputar a Segunda Divisão do Carioca pelo Campo Grande. Depois peguei o meu passe, passei por Mirassol e Ituano até chegar ao Bangu. Fiz um bom estadual em 2000 e recebi uma proposta do Atlético-PR. Fiz um contrato de seis meses, mas não jogava. Para a minha sorte, o técnico Antônio Lopes chegou ao clube logo no momento da minha indefinição de contrato. Ele foi o cara que me promoveu para o profissional, tinha confiança em mim e meu deu uma oportunidade. Foi entrar para nunca mais sair do time.

O Atlético-PR tinha Illan, Adriano Gabiru, Kléber Pereira e Alex Mineiro. Foi uma geração marcante?

Era um grupo que foi montado sem credibilidade, ninguém acreditava na gente. Me lembra muito o Náutico atualmente, vejo o filme na minha frente. Na época, não tínhamos muitos jogadores experientes, havia atletas que nunca disputaram um Brasileiro. Fomos jogando o campeonato, tivemos uma caída, trocaram de treinador e aí foi que Geninho chegou e acertou o time. A gente encaixou, não havia vaidade, éramos unidos. Era uma alegria jogar naquele Atlético. Chegávamos duas horas mais cedo do treino para ficar na resenha, e não dava vontade de voltar para casa. Foi criada uma família, as coisas começaram acontecer em campo.

Foi o título mais importante da sua carreira?

Foi sim, por tudo que passei. Acabei indo para Seleção Brasileira por causa desse título. Vi muito jogadores daquela equipe se consagrarem pelo Brasil afora. Entramos para a historia do clube. Vou a Curitiba e sou tratado com muito carinho nas ruas, pois deixei uma porta aberta. Foi uma história de felicidade. Vejo o Náutico nesse caminho. Ninguém acredita, mas no futebol tudo pode acontecer.

Como foi a experiência na Seleção?

Ganhei oportunidade com Emerson Leão. Tive o azar de pegar a Seleção em transição, instável, mas joguei contra o Peru, nas eliminatórias, em São Paulo. Estive nesse jogo, mas depois não fui convocado para a Copa das Confederações, pois ele preferiu levar Cafu e Beletti. Como a equipe não foi bem, Leão perdeu o emprego, aí veio Felipão. Pronto, achava que não tinha mais chances. Na sua primeira convocação, Scolari me chamou. Continuou comigo até a partida final contra a Venezuela, que carimbou a nossa classificação. Quando chegou essa partida, achei que ia para a Copa do Mundo. Restavam seis meses, e Felipão disse ao grupo que pretendia manter todos os jogadores dali.

Mas não foi bem isso que aconteceu…

Pois é, tive uma lesão séria no tornozelo e passei dois meses parado em 2002. Foi nesse momento que a Seleção começou a atuar pelo país, para entrosar e fechar o grupo da Copa. Não tive mais oportunidades. Quando voltei já era tarde, passou.

Quando você viu, pela televisão, Cafu levantando a taça, não pensou “Poxa, eu poderia estar ali”?

Fiquei emocionado com aquele momento. Pensei: “Se não fosse a minha lesão…”. Mas é coisa do destino. Torci por eles, eram meus colegas e eu também me senti campeão, pois fiz parte daquele grupo. Toda a vez que encontro Felipão, quando vou enfrentá-lo, ele chega para mim e fala: “Olha, Alessandro, você também é campeão do mundo, não esquece disso, não. Você é pentacampeão”. Toda vez ele fala isso, e eu agradeço. Tenho um carinho gigante pelo Luiz Felipe, pelas oportunidades que ele me deu. Fiquei um pouco chateado no momento, no entanto, não tenho mágoa com o destino, não deixo me abater facilmente.

Quando Kleberson, seu companheiro de Atlético-PR, foi convocado para a Copa do Mundo, como você se sentiu?

Fiquei um pouco triste, mas ao mesmo tempo feliz por ele. Sentia que Kleberson poderia jogar naquele Mundial. No fim das contas, fico feliz porque fui o primeiro do Atlético-PR a jogar pela Seleção principal, acabei abrindo as portas para ele e outros atleticanos que foram convocados, como o Kléber Pereira. O importante é que posso contar aos meus filhos que defendi o Brasil, camisa que vários craques já vestiram. Muitos colegas de início de carreira, que acabaram desistindo no meio do caminho, não acreditaram quando me viram na Seleção Brasileira. Eu era reserva nas categorias de base do Vasco, raramente jogava, e quem viu ficou espantado. Muitos pararam de jogar, e eu estou aqui. O velhinho está aqui (risos).

Depois do Atlético-PR, você seguiu para o Atlético-MG e para o São Caetano. Não foram passagens de destaque.

No Atlético-MG, fiquei apenas um ano. Já no São Catetano foram dois anos e meio. Realmente, nada muito memorável. O São Caetano, por exemplo, é um clube onde não tem muita pressão, não tem mídia, e eu acabei relaxando, ficando escondido. O jogador precisar conviver com cobrança, porque você se supera, se instiga. Quando a pessoa entra num clube que não tem isso, acaba se acomodando. Recebia em dia e bem, mas dinheiro não é tudo na vida.

Antes de defender o Náutico, você vestiu a camisa do Botafogo-SP. Vê diferença entre esses dois clubes? Encara a nova equipe como um recomeço?

No Botafogo-SP, quase fomos rebaixados no Campeonato Paulista, escapamos na última rodada. Lá não era tão organizado, mas agora estou em um clube de Série A, com planejamento. É um clube que tradicionalmente monta boas equipes e tem um centro de treinamento maravilhoso, com uma estrutura que me surpreendeu. Sem contar que Alexandre Gallo é um técnico de grupo e temos uma torcida fanática. O Náutico tem tudo para fazer um bom Brasileiro. É um recomeço para mim.

Você pensa na aposentadoria? Gostaria que fosse um jogo comemorativo pelo Botafogo?

Seria uma honra ter uma despedida pelo Botafogo. Já venho pensando na minha aposentadoria, preparando a minha mulher e a minha família. Planejo ter mais dois anos até finalizar a carreira. Fico feliz pelas as minhas conquistas, de ter saído da pobreza da usina. Mas ainda tenho muito o que gastar, tenho muito caldo para dar. E caldo de cana (risos).

Fonte: GloboEsporte.com