O ano de 2012 representou um recomeço para Nilton. Parado durante toda uma temporada por causa de uma grave lesão no joelho, ele precisou de cinco meses para ganhar uma nova sequência como titular do Vasco. Exatamente na fase decisiva da Libertadores, o volante ganhou a oportunidade e deixou a competição como um dos destaques da equipe. Foi mais uma etapa cumprida na sua luta para deixar de lado a imagem de "caminhão sem freio" - expressão que ele usou na pré-temporada para definir seu rótulo - e mostrar que há talento na carcaça bruta.
Para Nilton, ganhar uma oportunidade como titular no mata-mata de sua primeira Libertadores foi encarada como uma responsabilidade positiva. O volante afirma que a confiança depositada pelo técnico Cristóvão Borges e reforçada pelos companheiros de time teve como reflexo as atuações elogiadas. Mas ele reconhece que esse é apenas mais uma etapa a ser cumprida até que consiga afastar por completo a imagem de jogador ríspido.
- Reconheço que tive lances mais duros, mas nunca por maldade, e sim, por excesso de vontade. Numa determinada época, achei que estava marcado pelos árbitros. Mas fiquei um ano parado, e usei este período para refletir. Hoje, com 25 anos, tenho a cabeça formada e sei que poderia prejudicar minha equipe. Pelo meu porte físico, muitas vezes há a interpretação de uma falta violenta, mas não é assim - disse.
Técnico afirma que Nilton equilibrou o Vasco na Libertadores
Durante o período em que tratou o joelho machucado e ficou impedido de jogar, Nilton teve de se contentar em assistir aos jogos do Vasco pela televisão. E quando retornou aos gramados, criou o hábito de rever suas atuações na telinha. Segundo ele, este recurso tem sido importante para corrigir as falhas individuais e, ao mesmo tempo, mostrar um futebol diferente daquele com o qual é rotulado.
- Fazer essa autocrítica tem sido fundamental. Por exemplo, percebi que, para fazer menos faltas, preciso dar menos espaço ao adversário. E acho que isso tem ajudado a transformar a imagem que fazem de mim. Da mesma forma que tomei consciência dos meus erros, estão vendo que eu mudei.
Cristóvão Borges garante que o rótulo de jogador violento é algo exclusivamente externo ao ambiente do Vasco. O treinador do Vasco celebrou as atuações de Nilton, que segundo ele conseguiu mostrar qualidades que vão além da marcação. Para o comandante cruz-maltino, o volante foi responsável por equilibrar o sistema defensivo da equipe num momento de decisão da Libertadores.
- Nosso time tem uma vocação ofensiva, e em determinado momento sentimos a necessidade de equilibrar isso com uma marcação forte, que é característica da Libertadores. A equipe ficou mais encorpada, e principalmente no segundo jogo contra o Corinthians, o Nilton teve em muitos momentos um desempenho de armador. Nós do Vasco procuramos ficar distantes dessa imagem que se faz dele, e quando ela é negativa, fica difícil provar o contrário - analisou Cristóvão.
Fonte: GloboEsporte.com