Ficou bastante claro no primeiro confronto entre Vasco e Corinthians em São Januário, na semana passada pela ida das quartas de final da Copa Libertadores da América, que o equilíbrio prevaleceu entre as duas equipes em um jogo bastante truncado. Com a perspectiva de que este cenário se repita nesta quarta-feira, no Pacaembu, o técnico Cristovão Borges tem na manga uma cartada que pode ser decisiva para chegar às semifinais: apostar na obsessão corintiana pela competição sul-americana e trazer a pressão da torcida das arquibancadas para o gramado.
"Existe uma certa obsessão pela Libertadores, e o Corinthians está nesse grupo que deseja muito e são muito cobrados. Juntando isso, com a necessidade de ganhar, pode ser que em algum momento seja favorável", confessou o técnico vascaíno, que comandou na manhã desta terça-feira o último treinamento antes do confronto decisivo. Às 14h45, logo após o almoço, a delegação cruzmaltina embarca para São Paulo.
"Não pretendo usar isso, mas pelo equilíbrio da partida pode ser que isso aconteça, é muita pressão, vai depender de que como as coisas se desenrolarem", completou Cristovão, que acredita ainda que, justamente pelo fato de jogar em casa, o Corinthians vai atuar mais solto dentro de campo, procurando mais o ataque.
"Eu acho que por si só, por estar jogando em casa, eles vão procurar pressionar um pouco mais, até porque precisam ganhar o jogo. O estádio vai estar lotado, sabemos como se porta a torcida do Corinthians, mas mesmo com isso não esperamos que o Corinthians não venha desesperado, porque eles sabem os cuidados que precisam ter", analisou.
Na escalação dos 11 que vão a campo para o confronto que vale vaga nas semifinais da Libertadores, segue a dúvida que Cristovão sempre leva para os jogo: Juninho Pernambucano ou Felipe no meio-campo, ao lado de Rômulo, Nilton e Diego Souza? "Essa daí fica para amanhã", repetiu o treinador, que treinou a equipe no tradicional rachão com dois toques em metade do campo de São Januário e treinou também pênaltis - caso a partida termine empatada por 0 a 0 novamente, a decisão será nas penalidades.
Estatística não entra em campo
No histórico de mata-matas entre Corinthians e Vasco, a vantagem paulista é nítida: na Copa do Brasil de 2005 e 2009, na Copa Sul-Americana em 2006 e até no Mundial de Clubes da Fifa, em 2000, os paulistas levaram a melhor. Na opinião de Cristovão Borges, no entanto, estatística não entra em campo, e o confronto da Libertadores é uma história completamente diferente.
Após ficar sem marcar um gol pela primeira vez na temporada, após o empate sem gols da última quarta-feira, a missão vascaína é dar o troco e quebrar o retrospecto corintiano: a equipe paulista não sofreu um gol sequer atuando no Pacaembu nesta Libertadores.
"Isso aí mostra o equilíbrio da coisa, o Corinthians não toma gol, marca bem, mas nossa equipe tem vocação ofensiva, então a briga desse duelo é essa. Foi aqui na nossa tentativa de marcar gol. Mas agora é jogo decisivo, alguma coisa vai acontecer", finalizou Cristovão.