Ídolo no Vasco e Grêmio, Mauro Galvão diz que jogo mexe com seu emocional

Domingo, 20/05/2012 - 09:22

O coração do ex-jogador Mauro Galvão vai bater mais forte quando a bola rolar no duelo entre Vasco e Grêmio, hoje, às 18h30, em São Januário, pelo Brasileirão. Afinal, se no time gaúcho ele virou ídolo (foi campeão brasileiro, em 96, e da Copa do Brasil de 97), foi no Vasco que conquistou uma série de títulos inesquecíveis, no fim dos anos 90: Rio-São Paulo (99), dois Brasileiros (97 e 2000), Libertadores (98), Mercosul (2000). Um ciclo que se fechou quando voltou ao Grêmio para pendurar as chuteiras, aos 40 anos, depois de conquistar o Gauchão (2001) e outra Copa do Brasil (2001).

“Tenho muito história, simpatia e admiração pelos dois clubes. Neste jogo aí, fico em uma situação complicada. Fico entre dois amores (risos)”, diz Galvão, sorridente, revelando o seu inesquecível Vasco x Grêmio. “Em 98, fiz o gol da vitória, de cabeça. Foi 2 a 1, de virada, para o Vasco. Estávamos buscando a classificação entre os oito primeiros no Brasileiro e conseguimos”, relembra.

Um pouco vascaíno e um pouco gremista, o ex-zagueiro prevê um duelo equilibrado esta noite. “O jogo é importante porque é o começo do Brasileiro, mas o Vasco está superligado na Libertadores e o Grêmio, na Copa do Brasil. Como os dois disputam competições simultâneas, há certo equilíbrio, até mesmo porque devem poupar alguns titulares para os jogos de quarta-feira”, analisou.

Apesar do equilíbrio, Mauro Galvão aposta nos ex-clubes na busca pelos títulos. “O Grêmio está quase na semifinal da Copa do Brasil. Venceu o Bahia por 2 a 1 e é mais time. É uma vantagem difícil de ser tirada em Porto Alegre. Já o Vasco empatou em casa e precisa ganhar ou empatar com gols contra o Corinthians. É uma situação boa, pois o Vasco joga bem fora de casa. Então, os dois estão bem e na briga”, avalia.

Mas para brigar pelo Brasileiro, Mauro Galvão só aposta no Vasco. “Tem chances de ganhar o título, mas precisa de retoques. Hoje o Vasco é melhor como grupo. Se você tira Diego Souza entra Carlos Alberto. Se sai Felipe entra o Juninho.

Tem muito mais alternativas”, opinou o ex-jogador não vê a mesma situação no Tricolor.

“O Grêmio tem um time, mas ainda não tem um grupo. Se eles perderem um ou dois jogadores bagunça tudo”, avisou.

Um ex-xerifão que tenta se firmar como cartola

Há 10 anos, Mauro Galvão encerrou sua carreira no futebol. Desde então, tenta repetir, fora das quatro linhas, o mesmo sucesso que teve dentro de campo. Após passar por dificuldades para se adaptar à carreira de treinador, ele, hoje, tenta vingar como gerente de futebol.

“A carreira de treinador é instável e sempre busqueiestabilidade na minha vida”, argumentou. “Já a função de gerente é muito interessante. Gosto porque tem a ver com a parte técnica. O treinador forma o time, mas quem escolhe os jogadores é o diretor. É ele que busca e vai atrás”, compara.

Mauro Galvão iniciou a carreira de gerente no Grêmio, em 2009, quando substituiu Rodrigo Caetano. De lá para cá, passou pelo Vitória, em 2010, e, ano passado, esteve no Avaí, quando foi demitido.

Agora, Galvão busca novos desafios. “Estou esperando alguma coisa. No momento, não recebi nada oficialmente, mas a minha ideia é ficar no Rio de Janeiro”, avisa.


TIRO LIVRE

MAURO GALVÃO
Gerente de futebol

“Hoje nem goleiro temos. Quem é o goleiro da Seleção?”

O que você acha do zagueiro Dedé?

— Nos últimos 10 anos, Dedé é o melhor zagueiro do Vasco.

Na Colina o chamamde mito, há exageros?

— Ele é um jogador que está em crescimento e se firmou ano passado. Daí para frente ele vai construir a sua história. Dedé tem boas possibilidades de jogar na seleção brasileira. De repente, apesar do problema da lesão, pega a Olimpíada. Eu o convocaria. Mas ele tem que demonstrar, na Seleção, o que faz no Vasco. São coisas distintas, mas potencial ele tem para jogar uma Copa do Mundo.

Se você jogasse hoje iria conseguir parar o Neymar?

— (Risos) Tem que ter um sistema de marcação. Não pode ser um jogador só. Tem que ter um ou dois para fazer a cobertura, porque ele é um jogador que dribla. Quando e pega a bola é preciso fechá-lo. Tem que fazer a marcação por zona, mas pressionando. É a única forma, porque, individualmente, não tem como. O Neymar é muito rápido e está sempre inventando uma jogada.

O que tem achado do trabalho do técnico Mano Menezes na seleção brasileira?

— Hoje não temos uma seleção, temos um esboço. O Mano tem que aproveitar os amistosos para dar um padrão. Hoje nem goleiro nós temos. Quem é o goleiro da seleção?

O que está acontecendo coma seleção?

— Não temos um goleador como tínhamos o Ronaldo ou o Romário. Não temos jogadores acima da média, tirando o Neymar. Podemos até perder a Olimpíada, mas não podemos perder a Copa.

TÍTULOS NOS 2 TIMES

GRÊMIO

Campeonato Brasileiro (1996)
Campeonato Gaúcho (1996 e 2001)
Copa do Brasil (1997 e 2001)

VASCO
Campeonato Brasileiro (1997 e 2000)
Campeonato Carioca (1998)
Taça Libertadores da América (1998)
Torneio Rio-São Paulo (1999)
Copa Mercosul: (2000)

Fonte: Marca Brasil