O Vasco não precisa do Corinthians para implodir.
A clima é o pior possível para a decisão à semifinal da Libertadores.
Não é notícia de bastidores, de informantes ao telefone, de fonte.
Não, é pública e assumida.
A direção assume: são dois meses de salários atrasados.
Não há dinheiro.
Os três patrocinadores pontuais, para os jogos contra o Corinthians não contam.
Os reais que a LDU Lâmpadas, Total Lubricantes e da dupla sertaneja Henrique e Diego não chegarão aos atletas.
Sim, isso, mesmo o clube está sendo patrocinado por sertanejos...
O Vasco deve mais de R$ 400 milhões.
Nesta sexta-feira, Romário conseguiu a penhora das receitas do clube.
Todo o dinheiro que chegar a São Januário deve ser destinado ao deputado federal e ex-jogador.
Ele entrou na Justiça cobrando uma dívida de R$ 52 milhões.
Romário deu prazo para que o Vasco o pagasse em três dias.
Daria 50% de desconto no valor.
Como não obteve nem resposta, ganhou o direito da penhora.
A direção vascaína não sabe o que fazer com esse novo problema.
Mas além disso há algo muito grave que envolve só o futebol.
As lideranças do time rejeitam Cristóvão.
Juninho Pernambucano, Felipe e Diego Souza não aceitam a maneira de trabalhar do treinador.
Principalmente a sua insegurança.
Os preparadores físicos do clube garantem que Juninho e Felipe podem jogar no mesmo ritmo por 90 minutos.
Eles querem e já pediram para atuar juntos.
O grupo de atletas sabe que o time fica melhor, mais talentoso com a dupla.
Cristóvão até ameaça, mas na hora da decisão prefere, por exemplo, a pegada de Nilton.
Foi o que aconteceu contra o Corinthians, deixando Felipe de fora.
Para piorar, durante o jogo, não hesitou em tirar Pernambucano e Diego Souza.
Ambos fizeram questão de deixar claro que não aceitaram sair do jogo.
Juninho não foi nem ao banco de reservas.
Ficou assistindo ao final da partida do túnel.
O presidente Roberto Dinamite acredita que já passou da hora de esperar por Ricardo Gomes.
O treinador está se recuperando de um grave AVC.
Cristóvão foi mantido porque era auxiliar de Ricardo.
E por ser um treinador muito barato ao Vasco.
Só que o clima está implodindo.
Tudo virá à tona em uma eventual desclassificação do time diante do Corinthians.
Os atletas vão dar a vida para ganhar o jogo.
É a única esperança de receberem rápido o dinheiro devido, prometido.
Isso se ele não for parar direto no bolso de Romário, como manda a lei.
A direção vascaína tenta disfarçar, mas está encurralada.
No pior momento possível.
Dirigentes reclamam alegando que Romário poderia esperar terminar a Libertadores para processar o clube.
O chamam de ingrato.
O clube já lhe fez até uma estátua em São Januário.
E que deveria seguir o exemplo de Edmundo e perdoar a dívida vascaína.
Romário cobra o clube desde 2006.
O ex-jogador já respondeu a esta postura de conselheiros e torcedores do clube.
"Uma coisa é uma coisa.
Sou muito grato por tudo o que vivi no Vasco.
Mas não recebi salário.
Sou um trabalhador como outro qualquer.
Dei todas as chances para o clube me pagar.
Só procurei a justiça quando percebi que não receberia.
Esse é o direito de qualquer trabalhador.
Ingrato não sou eu.
É o clube que não pagou pelo meu trabalho."
A justiça lhe deu a penhora das receitas do clube ontem, sexta-feira.
Na semana que antecede o jogo mais importante de 2012 para o Vasco.
Melhor, muito melhor para o Corinthians...
Fonte: Blog Cosme Rímoli - R7