Em um país cuja mentalidade de avaliação de um trabalho ainda é completamente voltada para os resultados imediatos, é difícil um clube conseguir manter o mesmo técnico do começo ao fim do Campeonato Brasileiro, uma longa competição que dura quase oito meses. A ‘dança das cadeiras’, porém, começa muito antes do início da competição. Em 2012, metade das equipes começa com um treinador diferente do qual terminaram o último ano.
São dez equipes que trocaram de técnico desde o fim do último do Brasileiro. O Botafogo foi o primeiro clube a se movimentar, demitiu Caio Jr. ainda antes do fim da competição de 2011 e terminou o torneio com Flávio Tenius como interino. Para 2012, o time da estrela solitária acertou com Oswaldo de Oliveira. O grande problema é que o próprio Oswaldo já balança no cargo depois de cair na Copa do Brasil e ser goleado pelo Fluminense na final do Carioca.
Dos outros nove times que trocaram de técnico, apenas um não tomou a iniciativa por escolha própria. O Bahia acabou perdendo Joel Santana, que decidiu aceitar uma oferta do Flamengo – que acabara de demitir Vanderlei Luxemburgo - e voltar para o Rio de Janeiro. Assim, o clube tricolor teve de se mexer e acabou indo muito bem ao mercado. Após acerto com Falcão, a equipe se acertou em campo e faz boa temporada.
Algumas das trocas de técnico acabaram sendo bastante surpreendentes. A mais inesperada de todas aconteceu no Figueirense. Disputando apenas o estadual no primeiro semestre, o time conseguiu ganhar os dois turnos do Catarinense sob o comando de Branco. O problema é que o regulamento da competição não deu o título ao clube alvinegro e obrigou a disputa de uma final. Na decisão o Figueirense acabou perdendo para o arquirrival Avaí, e a decepção custou o emprego do comandante.
Portuguesa e Sport também surpreenderam na troca de técnico. Após belíssimas campanhas na Série B, Jorginho e Mazola Júnior não aguentaram a pressão dos estaduais. Cada demissão teve uma particularidade. O clube paulista despencou e, depois de encantar o Brasil em 2011, acabou rebaixado no Paulista. Já o rubro-negro pernambucano até dominou o estadual, mas acabou perdendo o título para o Santa Cruz. Para piorar, o time fez campanha muito ruim na Copa do Brasil e caiu ainda antes das oitavas de final.
No Grêmio, a troca veio ainda antes do fim de fevereiro. A diretoria gaúcha não gostou do trabalho de Caio Júnior nos oito primeiros jogos e abortou o projeto iniciado no começo do ano para acertar posteriormente com Vanderlei Luxemburgo. Atlético-GO e Cruzeiro são os outros a trocarem o comandante ainda antes do começo do Brasileiro.
Em 2011, apenas sete times começaram e terminaram a primeira divisão do Brasileiro com o mesmo treinador. Corinthians, Vasco, Flamengo, Figueirense, Coritiba, Santos e Palmeiras. O ‘curioso’ é que seis destes clubes ainda continuam com o mesmo técnico – apenas Flamengo e Figueirense acabaram mudando de comando.
Veja abaixo como os times da elite movimentaram o banco de reservas:
ATLÉTICO-GO - trocou Hélio dos Anjos por Adilson Batista
BAHIA- perdeu Joel Santana e acertou com Falcão
CRUZEIRO– trocou Vágner Mancini por Celso Roth
FIGUEIRENSE – trocou Jorginho por Branco
FLAMENGO – trocou Vanderlei Luxemburgo por Joel Santana
GRÊMIO – trocou Caio Jr. por Vanderlei Luxemburgo
NÁUTICO – trocou Valdemar Lemos por Alexandre Gallo
PORTUGUESA – trocou Jorginho por Geninho
SPORT – trocou Mazola Júnior por Vágner Mancini
BOTAFOGO – terminou o Brasileiro com Caio Jr, começou o ano com Oswaldo de Oliveira
Ainda não mudaram de treinador desde o fim do Brasileiro:
ATLÉTICO-MG – Cuca
CORINTHIANS - Tite
CORITIBA – Marcelo Oliveira
FLUMINENSE – Abel Braga
INTERNACIONAL – Dorival Jr.
PALMEIRAS – Luiz Felipe Scolari
PONTE PRETA – Gilson Kleina
SANTOS – Muricy Ramalho
SÃO PAULO – Leão
VASCO – Cristóvão Borges
Fonte: ESPN.com.br