Em 1980, Roberto Dinamite foi negociado com o Barcelona, da Espanha, para substituir o atacante austríaco Hans Krankl, que, por ter brigado com o treinador Ladislao Kubala, acabou dispensado.
Em sua estreia no Barcelona, Dinamite marcou dois gols, entretanto, o técnico que o contratou, Joaquín Rife, foi demitido três rodadas depois, sendo substituído por Helenio Herrera, que acabou não dando a mesma oportunidade ao atleta. Com isso, cerca de três meses no Barcelona, o jogador acabou retornando ao Vasco.
A partida que consolidou sua volta ocorreu no dia 5 de maio de 1980, no confronto com o Corinthians, no Maracanã, que recebeu um publico de 107 mil torcedores, entre eles, muitos rubro-negros, que ficaram no estádio para apoiar o time paulista logo após o Flamengo ter realizado um jogo preliminar no estádio.
O agora presidente Roberto Dinamite, em entrevista exclusiva no Super Futebol Tupi e ao Super Esportes, revela o que ainda recorda daquele momento histórico com a camisa do Vasco no dia do confronto mais importante do clube nesta temporada diante do próprio adversário de outrora.
“Só vem coisas positivas na minha mente quando eu penso naquele jogo. Voltei a atuar diante de um grande clube que era o Corinthians e no maior palco do futebol que é o Maracanã. Mas jamais poderia imaginar que naquele dia eu marcaria cinco gols. Foi fantástico. A lembrança não se apaga. Até quando encontro alguns torcedores do próprio Corinthians, ele me param e falam daquela partida. Dividi esse momento com muitos e foi especial para a minha carreira”, disse Roberto Dinamite para depois emendar.
“Foi uma grande apresentação. Tive seis oportunidades durante todo o jogo e marquei cinco. Na vida e no futebol é preciso saber aproveitar as chances e se doar ao máximo. Essa vitória foi importante para confirmar o meu amor pelo Vasco. Lembro que em um jornal espanhol colocou na capa: Esse sim é o ‘Dinamita’. Não rendi o esperado no Barcelona apesar de ter condições, mas a volta foi triunfal até porque tínhamos no estádio a torcida do Flamengo, que jogou uma preliminar contra o Bangu e ficou no Maracanã para apoiar o Corinthians. Estava brincando e comentando que vou mandar o vídeo para os jogadores nesta quarta-feira para motivá-los. É possível fazermos um grande jogo”, afirmou recordando da cobertura de um jornal espanhol no dia do jogo no Rio de Janeiro.
Dinamite explicou o que projetou horas antes da bola rolar no Maracanã e traçou um comparativo com o adversário, desta quarta-feira, nas quartas de final da Taça Libertadores da América.
“Não tinha como projetar aquele momento. Projetei fazer o meu melhor na volta ao Vasco e acreditar no meu potencial. Mostrei qualidade e talento através também do trabalho dos meus companheiros. Temos condições de fazer um grande jogo da mesma forma hoje. Se vamos conseguir fazer um, dos ou três gols, vai depender da nossa atuação. Podemos ter isso como um referencial, mas tendo a consciência da força do adversário. Temos que depositar confiança durante todos os noventa minutos e precisamos do apoio do torcedor em casa. O Corinthians tem uma boa equipe, mas não é imbatível. Espero que possamos fazer uma grande partida e quem sabe o raio não cai novamente com um placar semelhante a nosso favor?”
Roberto é o maior artilheiro da história do Vasco, com 708 gols, e o que mais vestiu a camisa: foram 1.110 partidas disputadas. O último gol marcado pelo Vasco foi em 26 de outubro de 1992 – Vasco 1 x 0 Goytacaz, em São Januário, pelo campeonato carioca.
Fonte: Superesportes