Vasco tenta superar barreira imposta pelo Corinthians desde 2000

Quarta-feira, 16/05/2012 - 11:27

Comunidade que cerca o Estádio de São Januário, a Barreira do Vasco também poderia ser chamada de Corinthians por estreitar os caminhos do clube carioca em momentos decisivos. A vitória dos paulistas nos pênaltis na final do Mundial da Fifa de 2000 em pleno Maracanã é apenas a parte mais sensível de uma dolorosa regra que os vascaínos tentam quebrar a partir de amanhã na abertura do confronto pelas quartas de final da Copa do Brasil.

Além nas estatísticas, a vantagem corintiana está gravada no hino do clube. Cantado como “campeão dos campeões” por ter vencido o Vasco por 3 a 2 em 1930 numa espécie de unificação dos títulos carioca e paulista conquistados no ano anterior, o Corinthians ganhou 42 dos 106 jogos desde 1926, com 29 empates e 35 vitórias do Vasco.

Depois que os dois times caíram para a Série B do Brasileiro em anos sucesivos, o Corinthians está sempre à frente do Vasco num processo que o salto de qualidade de um lado impôe mais um ano de espera para outro. Em 2009, com os cariocas ainda na Série B, o gol como visitante foi o critério que levou os paulistas à final da Copa do Brasil após empates de 1 a 1 no Maracanã e 0 a 0 no Pacaembu. O título que o então time de Ronaldo conquistou naquela temporada só foi celebrado pelo Vasco no ano passado, que ainda sim terminou com o Corinthians em vantagem.

Numa disputa que se estendeu até a última rodada, os paulistas conquistaram o último Brasileiro com dois pontos de vantagem sobre os cruzmaltinos. Diante a regra incômoda, o confronto continental oferece uma chance libertadora para o Vasco. Ao contrário do Corinthians, que sofre por não ter títulos sul-americanos, a galeria de São Januário exibe com destaque a Taça Libertadores de 1998 e a Copa Mercosul de 2000.

Além da final do Mundial de 2000, os dois times só se encontraram outras duas vezes em competições internacionais. Em 2006, com vitórias no Rio por 1 a 0 e em São Paulo por 3 a 1 o Corinthians avançou às oitavas de final da Copa Sul-Americana. A inspiração para os vascaínos quebrarem a escrita vem de longe.

Em 1953, com duas vitórias no Maracanã, por 4 a 2 e 3 a 1, o Vasco avançou à final da Copa Rivadávia Corrêa Meyer, que conquistaria diante do São Paulo. Espécie de continuação da Copa Rio, considerada como Campeonato Mundial por Palmeiras e Fluminense, seus vencedores em 1951/52, a competição teve a participação de Sporting (Portugal), Olimpia (Paraguai) e Hibernan (Escócia).

Para o Corinthians, o título que vale é outro. Mesmo sem ter jamais conquistado a América, o alvinegro foi classificado para a primeira edição do Mundial da Fifa como atual campeão brasileiro. Por conta do título sul-americano de 1998, o Vasco acabou disputando o Mundial do Japão em 1999 e do da Fifa no ano seguinte. Derrotado em duas finais, resta o orgulho pela taça que falta ao clube do Parque São Jorge. Quando a disputa é na Libertadores, é o Corinthians que precisa transpor a Barreira do Vasco.

Edmundo joga longe a chance do Vasco ser campeão do Mundo na final de 2000, vencida pelo Corinthians nos pênaltis


Fonte: O Globo online