Com o fortalecimento econômico do país nos últimos anos, o Campeonato Brasileiro se aproveitou para trazer de volta os principais jogadores e manter os bons atletas que surgiram por aqui. Como consequência, a competição ficou com ainda mais nomes conhecidos. Em 2012, a disputa dará a chance a grandes ídolos do futebol de conquistarem seus primeiros torneios nacionais no Brasil. Além disso, o corintiano Émerson Sheik entrará em campo com a oportunidade de se tornar o primeiro tetracampeão seguido desde o fim da ‘era Pelé’.
Émerson já entrou para a história da competição no ano passado. Com o título levantado pelo Corinthians, Sheik se tornou o primeiro tricampeão por três equipes diferentes (já havia ganhado com Flamengo e Fluminense). Agora, a missão é conseguir repetir o que apenas os jogadores do Santos da ‘era Pelé’ conseguiram. Com o ‘Rei’ em campo, a equipe da Baixada levou cinco títulos seguidos, entre 1961 e 1965, quando a competição ainda era conhecida por Taça Brasil.
“Sempre estive no lugar certo, com as pessoas certas. Essa é a frase que sempre uso quando falam que sou o único tricampeão brasileiro por clubes diferentes. É considerado o campeonato mais difícil do mundo, mas é muito bom de ganhar. E ganhar três vezes é melhor ainda”, disse Émerson diminuindo um pouco o feito que já conseguiu.
Por outro lado, nomes consagradíssimos do futebol brasileiro - até do futebol mundial – tentarão preencher a lacuna deixada em seus currículos exatamente pela falta de uma taça de campeão brasileiro. Na lista, estão os pentacampeões Luiz Felipe Scolari, Ronaldinho Gaúcho, Gilberto Silva e outros atletas com passagens marcantes pela seleção, como Luís Fabiano e Zé Roberto. Craques da nova geração, Neymar e Ganso também entram na briga para conquistar um dos poucos títulos que ainda lhes faltam. Já o são-paulino Lucas precisa ‘espantar o azar’ e, enfim, levantar sua primeira taça na carreira.
Se muitos ainda não têm nenhuma taça nacional, haverá um jogador na competição que pode se 'gabar' como o grande colecionador deste tipo de troféu. Juninho Pernambucano, do Vasco, já conquistou nada menos do que dez torneio nacionais, dois deles no Brasil. O ESPN.com.br separou as melhores histórias de alguns dos principais nomes de todos os times que disputarão o Campeonato Brasileiro a partir deste final de semana. Veja abaixo:
CORINTHIANS: Émerson Sheik, atacante
Émerson já entrou para a história da competição no ano passado. Com o título levantado pelo Corinthians, Sheik se tornou o primeiro tricampeão por três equipes diferentes (já havia ganhado com Flamengo e Fluminense). Agora a missão é ser o primeiro tetracampeão seguido desde o começo do Campeonato Brasileiro, em 1971. Vários jogadores do Santos de Pelé conseguiram o penta entre 1961 e 1965.
FLAMENGO: Ronaldinho Gaúcho, meia
Pentacampeão mundial com a seleção brasileira, bicampeão espanhol, campeão da Champions League e melhor do mundo pela Fifa por duas vezes. O currículo de Ronaldinho Gaúcho é bastante extenso, mas ainda não possui um título de expressão dentro do próprio país.
Ronaldinho voltou ao Brasil com a grande expectativa de preencher esta lacuna já em 2011 e começou o Brasileirão brilhando. Depois, porém, caiu de produção junto com a equipe do Flamengo e viu a taça ficar distante. Para piorar, o ano de 2012 também não vem sendo nada agradável na Gávea, e boatos de que Gaúcho estaria de saída até surgiram no Rio. Por enquanto, porém, o meia fica. A missão que tem pela frente é complicada: precisa não só ajudar o time a juntar os cacos de um semestre ruim como também precisa reecontrar o próprio bom futebol.
PALMEIRAS: Luiz Felipe Scolari, técnico, e Marcos Assunção, volante
Felipão é outro pentacampeão de currículo extenso que nunca teve a honra de conquistar o Brasileiro. Entre outras, o técnico tem duas taças de Libertadores e três do Copa do Brasil em sua galeria, mas só conseguiu comemorar um campeonato nacional quando esteve no Uzbequistão, no Bunyodkor. Sempre cotado para voltar à seleção brasileira, Scolari terá que driblar as crises internas no Palmeiras para primeiro manter o cargo e depois sonhar com o título.
Dentro de campo, Marcos Assunção também tenta o título inédito em seus anos finais de carreira. Maestro do time, o volante já passou por cinco equipes diferentes no Brasil, mas nunca conquistou um título dentro de seu país. Porém, já pode comemorar o Italiano de 2000/01 com a Roma.
SÃO PAULO: Luis Fabiano, atacante, e Lucas, meia
Luis Fabiano é um dos grandes ídolos da história recente do São Paulo, mas tenta quebrar uma incômoda marca: só venceu um título pelo clube do Morumbi (Rio-São Paulo de 2001). Centroavante da seleção na última Copa do Mundo, ele até foi artilheiro do Brasileiro em 2002, mas nunca conquistou um troféu nacional - nem mesmo nos outros três países em que atuou.
Outro que tenta mostrar serviço é Lucas. Grande esperança são-paulina e até mesmo da seleção brasileira, o meia surgiu em 2010 e vive com a equipe tricolor uma seca de títulos.
SANTOS: Neymar, atacante, e Ganso, meia
Neymar precisou de pouco mais de três anos de carreira para se tornar o maior artilheiro do Santos depois da 'era Pelé'. No mesmo período e ainda com lesões para atrapalhar o desempenho, Ganso se transformou na grande esperança brasileira para assumir a camisa 10 da seleção brasileira. Juntos, eles foram tricampeões paulistas, campeões da Copa do Brasil e da Libertadores. Dois troféus, porém, faltam na galeria dos jovens astros: o do Mundial de clubes e o do Campeonato Brasileiro.
GRÊMIO: Zé Roberto, meio-campista, e Gilberto Silva, zagueiro
Dois atletas consagrados na seleção brasileira entram em campo pelo Grêmio neste Brasileirão em busca do primeiro título na competição. Zé Roberto foi um dos astros de Dunga na última Copa. O meio-campista tem nada menos do que quatro títulos alemães, mas pouco triunfou em seu próprio país. Por aqui, só sentiu o gostinho de ser campeão paulista pelo Santos, em 2007.
Já Gilberto Silva foi pentacampeão em 2002 e chegou a ter a honra de vestir a braçadeira de capitão da seleção brasileira. Antes volante e hoje zagueiro, ele tem no currículo um título inglês (Arsenal, em 2004) e um grego (Panathinaikos, 2010), mas só levantou uma Série B (América-MG, 1997) em termos nacionais por aqui.
VASCO: Dedé, zagueiro, e Diego Souza e Juninho, meio-campistas
O Vasco é um time que tem jogadores de todos os tipos neste Brasileiro. Para começar, o jovem Dedé, uma das grandes promessas para a defesa da seleção brasileira, disputa a competição apenas pela terceira vez e entra tentando levantar o caneco que seria inédito em sua carreira.
No elenco, também há jogadores consagrados buscando um título inédito no currículo. É o caso de Diego Souza, que já tem duas Copas do Brasil e três estaduais diferentes (Carioca, Paulista e Gaúcho) no currículo, mas nunca levantou um caneco do Brasileirão.
Do lado oposto, há um verdadeiro especialista em títulos nacionais no elenco. O veterano Juninho Pernambucano já foi campeão nacional nada menos do que dez vezes. Foram sete títulos seguidos na França com o Lyon, um no Catar com o Al-Gharafa e dois com o próprio Vasco, ainda antes de se transferir para a Europa, em 1997 e 2000.
ATLÉTICO-GO: William, atacante
Um dos artilheiros do último Brasileiro, William acertou com o Atlético-GO para esta temporada. O atacante marcou 14 gols e foi um dos únicos destaques do Avaí em 2011, mas não vem tendo tanto espaço entre os titulares rubro-negros. A grande curiosidade é que William já tem dois títulos brasileiros no currículo. Ambos vieram com ele na reserva da equipe do Santos (2002 e 2004).
ATLÉTICO-MG: Mancini, meio-campista, e Richarlyson, 'curinga'
Mancini chegou a ser unanimidade na seleção brasileira, foi ídolo na Roma e levou um Campeonato Italiano com a camisa da Internazionale. No Brasil, porém, o jogador nunca conquistou um título nacional. Quando ainda era lateral-direito, bateu na trave e foi vice em 1999. Esta será a chance de quebrar o jejum e levar seu quarto título no país (também tem três Mineiros).
Por outro lado, o Atlético-MG também tem um jogador acostumadíssimo a levantar troféus de Brasileiros. Quando defendia as cores do São Paulo, Richarlyson conquistou a competição três vezes consecutivas, entre 2006 e 2008.
BAHIA: Fabinho, volante, e Souza, atacante
Pelo Corinthians, o volante Fabinho conquistou quase tudo que podia. Levantou dois Paulistas, um Rio-São Paulo, uma Copa do Brasil e até uma Série B. No currículo, porém, faltou um título do Brasileirão. A taça de um nacional não veio nem em suas outras passagens pelo país e nem no exterior, onde atuou no Japão e na França.
BOTAFOGO: Loco Abreu, atacante
Loco Abreu é unanimidade no Uruguai, parte do time que fez campanha brilhante na última Copa do Mundo e foi campeão da Copa América. O centroavante tem no currículo nada menos do que três Campeonatos Uruguaios, pelo Nacional, e um Clausura argentino, pelo River Plate. No Brasil, porém, ele ficou perto da briga pelo título. Ele seria campeão no terceiro país diferente.
Outro 'andarilho' do futebol nacional que está no Bahia é Souza. O centroavante chegou até a ser artilheiro do Brasileiro (em 2006, pleo Goiás), passou por alguns dos principais clubes do Brasil (como Vasco, Flamengo, Internacional e Corinthians) e levantou várias taças, mas nunca a do principal torneio nacional.
CORITIBA: Lincoln e Tcheco, meio-campistas
Lincoln fez história no futebol alemão e chegou a ser eleito o melhor jogador do Schalke em uma temporada (2004-05), mas deixou o país com o gostinho amargo de não levantar a Bundesliga. No Brasil, chegou a ser vice-campeão em 99 com o Atlético-MG, mas também nunca levantou a taça. O único torneio nacional veio em sua passagem pela Turquia, com o Galatasaray (2008). O objetivo, porém, é brilhar dentro do próprio país.
Já Tcheco rodou pelo país, atuou por sete times diferentes, mas nunca levantou um troféu nacional. O curioso é que o meio-campista pertence ao Corinthians, atual campeão, mas já estava longe do Parque São Jorge no ano passado, emprestado ao próprio Coritiba.
CRUZEIRO: Montillo, meia
Melhor meia do último campeonato, Montillo pediu para sair do Cruzeiro principalmente para disputar a Libertadores. O argentino, porém, acabou ficando na Toca da Raposa e terá a missão de comandar o time celeste no sonho pelo título. O objetivo é fazer com que as boas atuações individuais se transformem em vitórias.
FIGUEIRENSE: Túlio, volante
Mais um andarilho do futebol nacional, o volante Túlio chega ao Figueirense com a difícil missão de conquistar seu primeiro título do Brasileiro. Com passagens por Goiás, Botafogo, Corinthians e Grêmio, o jogador tem sete taças estaduais no currículo - além de mais duas Taças Rios, o segundo turno do Carioca.
FLUMINENSE: Thiago Neves, meia, e Rafael Sóbis, atacante
Contratação mais cara do Brasil para esta temporada, Thiago Neves entra em campo no Brasileiro para 'apagar' o passado no Flamengo e levar seu primeiro título nacional por aqui. No currículo, já tem um título árabe, com o Al-Hilal. Já Rafael Sóbis é bicampeão da Libertadores, considerado a grande obsessão dos clubes brasileiros, mas nunca conseguiu levantar um caneco do Brasileirão.
INTERNACIONAL: D’Alessandro, meia, e Tinga, volante
O Inter não vence um Brasileirão desde 1979, mas brilhou em âmbito continental nos últimos anos. Por isso, o time atual consegue reunir ídolos da torcida que conseguiram títulos bastante importantes (como o da Libertadores), mas nunca levantaram uma taça nacional. Casos de Tinga e D'Alessandro. O argentino, ao menos, pode comemorar o fato de já ser tricampeão argentino com o River Plate.
NÁUTICO: Alexandre Gallo, técnico
Alexandre Gallo teve passagens por grandes clubes como jogador e como técnico (Santos, Corinthians, Internacional, São Paulo e Atlético-MG são alguns exemplos), mas nunca conseguiu levantar uma taça de campeão brasileiro. Agora, a missão é complicadíssima. No comando técnico do Náutico, a briga inicial será contra o rebaixamento.
PONTE PRETA: Lauro, goleiro
Lauro já tem quase todos os títulos que sonhou no currículo. O que faz mais falta, porém, é o de campeão brasileiro. O goleiro levou estaduais, Sul-Americana e até uma Libertadores (conquistada como reserva do Internacional em 2010). De volta à Ponte Preta, a briga, porém, também não deve ser pelo taça de campeão.
PORTUGUESA: Geninho, técnico
Se muitos grandes astros ainda não têm títulos de Brasileirão, Geninho começou a aparecer como técnico justamente com um. No comando do Atlético-PR, o treinador surpreendeu e comandou à equipe até a inédita taça. Depois disso, porém, acabou perdendo espaço e ganhou apenas estaduais. A missão agora é reaparecer no cenário nacional com o time que encantou o Brasil na Série B de 2011, mas começou o ano rebaixada no Campeonato Paulista.
SPORT: Edcarlos, zagueiro
Edcarlos é outro exemplo de jogador que já ganhou quase todos os títulos possíveis. Com a camisa do São Paulo, ganhou Paulista, Libertadores, Mundial e até chegou a levantar a taça do Brasileirão de 2006. O problema é que, depois disso, só sentiu o gostinho de ser campeão mais uma vez, do Mineiro-2011, pelo Cruzeiro. A missão agora a recolocar o Sport na briga pela parte de cima da elite nacional.
Fonte: ESPN.com.br