Os ingressos para a primeira partida do Vasco nas quartas de final da Libertadores, diante do Corinthians, na noite desta quarta-feira, já se esgotaram em São Januário (restam apenas bilhetes para o setor VIP). A certeza de um "caldeirão" lotado é motivo de estímulo, obviamente, para elenco e comissão técnica. Mas o técnico Cristovão Borges está cauteloso e pede cuidado para o que chamou de "veneno corintiano".
"Eles têm um sistema defensivo muito eficiente, e jogando aqui fica muito perigoso se você não tiver um controle dessa ansiedade", atestou o treinador sobre a equipe que levou apenas dois gols em oito confrontos na competição sul-americana. E diante da apreensão dos torcedores, que vaiaram a equipe na primeira partida diante do Lanús, da Argentina, há duas semanas, após os argentinos diminuírem o marcador, vale o aviso a seus jogadores.
"A torcida joga junto, vai incentivar, não tenho dúvida, mas vamos ter que ter lucidez suficiente para jogar bem e sem oferecer aquilo que o Corinthians mais quer: te dão um falso domínio com um contra-ataque mortal, sempre com bastante movimentação. Esse é o veneno deles. Procuramos nos preparar para isso. Queremos fazer com que isso seja eficiente na hora do jogo", explicou um consciente e humilde Cristovão.
"Para nós, o fato da torcida estar aqui com a gente já é suficiente para demonstrar um grande apoio. Querer que a torcida siga tudo isso é pedir demais. Sabemos que o que fizermos no jogo, a torcida vai jogar com a gente, nos incentivando. A gente tem que procurar fazer isso. Pode ser um jogo duríssimo, com muitas emoções, ou então muito truncado. Todas essas variáveis podem acontecer, vamos ver na momento do jogo. O importante é que a torcida esgotou os ingressos e a cada vai estar lotada", completou.
O confronto que vale vaga nas semifinais da mais cobiçada competição sul-americana reunirá o atual campeão nacional contra o vencedor da Copa do Brasil, além do fato das duas equipes terem disputado, ponto a ponto, o troféu do Campeonato Brasileiro até a última rodada. Nos dois duelos entre as equipes, vantagem corintiana: em São Paulo, vitória, de virada, por 2 a 1, e empate por 2 a 2, em São Januário, no jogo de volta.
"No ponto corrido dá tempo de recuperar, agora não. Você tem que procurar ser eficiente para buscar a vantagem, sem dar muita chance ao adversário. O grande trabalho é tentar fazer isso", reconhece o técnico cruz-maltino, que além de apontar Santos e Universidade do Chile, além do próprio Corinthians, como os times "mais difíceis de serem batidos", aponta ainda uma leve vantagem para os paulistas nos confrontos das próximas semanas.
"Alguns analistas defendem que na Libertadores você tem mais chance de ganhar quando você participa mais. O Corinthians vem participando mais, mas a gente vem aprendendo muito e aprendendo rápido. Então, a gente vem se saindo bem. Acho que é a única vantagem que o Corinthians tem, mas a obrigação e pressão são iguais, nós sofrendo aqui, eles lá", ponderou.
Após o último treinamento, nesta terça-feira, quando Cristovão Borges promoveu um rachão entre o elenco em metade do campo de São Januário, permanece apenas uma dúvida para a equipe que entra em campo diante do Corinthians: Felipe é presença quase que garantida, enquanto que Nilton e Juninho Pernambucano brigam pela última vaga.
Na primeira partida diante do Lanús, no Rio, a opção foi pelo meio-campo com Rômulo, Juninho, Felipe e Diego Souza. O primeiro tempo terminou com o placar de 2 a 0 para o Vasco. Na segunda partida, no entanto, em Buenos Aires, Nilton foi a opção e marcou o primeiro gol cruz-maltino. Dúvida, portanto, a ser solucionada minutos antes da partida: "já tenho uma noção de quem vai entrar, mas não posso falar, não", finalizou Cristovão.
Fonte: Terra