Os primeiros 45 minutos do Vasco nos últimos jogos da Libertadores passam aos torcedores a sensação de vitória quase garantida. Já os 45 minutos finais têm se tornado praticamente um suplício. Pressão total, bolas na área em sequência, rebotes, chutões e boas defesas de Fernando Prass.
O primeiro motivo que surge sempre nestas situações é o cansaço físico. Nas duas partidas contra o Lanús, pelas oitavas de final, o time que foi a campo tinha média de idade entre 27 e 28 anos, com alguns jogadores que já passaram dos 30. Porém, da comissão técnica aos jogadores, passando pela preparação física, todos negam que tenha faltado gás ao time.
Motivos variados
Com quase 30 partidas no ano, o desgaste pela sequência de jogos decisivos seria normal. Mas a preparação física busca amenizar o cansaço com um padrão de treinamento que segue com o trabalho regenerativo pós-jogo e treinos leves em semanas com três partidas.
Além disso, os jogadores recebem tratamento específico de acordo com suas necessidades. Como exemplo, Juninho, que faz trabalhos especiais para poder ir a campo em condições pelo menos uma vez por semana.
— Acho que não foi a parte física. No jogo em São Januário, terminamos bem fisicamente — afirmou Juninho.
Da mesma forma que rejeitam que o fôlego esteja rareando no fim, admitem que o time não tem feito bons segundos tempos. Por questões diversas.
— Realmente no segundo tempo não conseguimos manter o volume de jogo. Não estávamos encaixando o contra-ataque, mas também o Lanús melhorou. Nossos laterais ficaram presos na marcação deles — analisou o meia.
Desequilíbrio emocional também não entra na conta dos problemas vividos pelo Vasco na etapa final das partidas. Cristóvão Borges ratifica sempre a maturidade da equipe para viver situações extremas. Prova disso foi a tranquilidade na cobrança dos pênaltis.
— Foram as situações impostas pelo jogo nas duas partidas. Na última, o jogo ficou duro, com campo molhado e eles tiveram que sair em busca da vitória. No primeiro, estávamos bem, e, no segundo tempo, tentamos acerta melhor marcação, mas tivemos problemas. Não foi cansaço — argumentou Rômulo.
Explicações à parte, todos sabem que o problema precisa ser corrigido contra o Corinthians.
— Não é uma coisa que nos deixa tão preocupados, mas precisamos melhorar. E Libertadores é realmente difícil, poucos jogos foram vencidos com muita tranquilidade — afirmou Juninho.