O confronto pela Libertadores entre Corinthians e Vasco, semana que vem, promete deixar um rastro de destruição fora dos estádios. O clima entre os torcedores das duas equipes nunca foi bom, mas está estremecido desde 2008 e o primeiro jogo nesta quarta-feira, às 21h50, em São Januário, pode reforçar a tensão vinda das arquibancadas. Uma mensagem que navegou na internet nesta sexta-feira, de um suposto vascaíno, incita os seguidores do Vasco a combater os corintianos que se atreverem a entrer em São Januário. A mensagem já caiu nas redes sociais.
O tom do post é preocupante para uma partida de futebol. Feita em uma conta no twitter de um tal João Olivio, a provocação pede para que os vascaínos levem fogos de artífícios e canivetes para o Estádio de São Januário. Ela diz: "Vai rolar morte." Em outros trechos do texto, o torcedor relata possíveis problemas com o Corinthians: "Revanche do Campeonato Brasileiro e revanche daquela Copa do Brasil (de 2009, na qual o Vasco caiu nas semifinais)". E vai além: "É a nossa final. O Vasco tem de chegar em campo com sangue nos olhos."
O teor da mensagem assusta. Segunda-feira, a polícia do Rio divulgará seu plano de ação para essa partida da Libertadores. Historicamente, o Vasco sempre foi um aliado do Palmeiras. Assim como o Corinthians anda de braços dados com o Flamengo no Rio. São, portanto, torcidas inimigas.
A rixa aumentou em 2008 quando um torcedor do time paulista foi assassinado no Rio. O ato foi colocado na conta dos vascainos. A vingança veio dia 3 de junho de 2009, no jogo de volta da Copa do Brasil daquela temporada. Uma facção do Corinthians armou emboscada armada com rojões e barra de ferro contra a caravana da torcida do Vasco na Marginal Tietê, perto da Ponte das Bandeiras. Uma pessoa morreu, um corintiano, e outras oito ficaram feridas.
A briga estendeu-se até o Pacaembu. Ao saber que morreu um integrante de sua torcida, os corintianos ainda atearam fogo em um ônibus dos torcedores cariocas. Por sorte ninguém estava no veículo. Desde então, o policiamento teve muito trabalho nos jogos envolvendo as duas equipes. As brigas, de fato, não aconteceram mais nessa intensidade, mas a recepção das torcidas e dos times costumam ser sob intensa chuva de pedras e latas, dando trabalho aos policiais.
Fonte: Estadão