Classificado para as quartas-de-final da Taça Libertadores, o Vasco, Bi-Campeão Sul-Americano, enfrenta mais um dos muitos clubes jamais vencedores de Taças Libertadores ou competição similar.
Parte da mídia já começa a lembrar de triunfos dos corintianos em Copas do Brasil e no Mundial Interclubes diante do maior vencedor carioca da competição, ora em disputa.
Quanto à última competição citada, por sinal, ocorrida em 2000, o árbitro não permitiu que Edmundo fizesse o gol do título, acatando a marcação de um impedimento inexistente do atacante, quando este entrava, desde a intermediária, livre para marcar; enquanto Juninho – segundo o narrador Luciano do Vale descreveu na locução da partida feita pela BAND (a Globo ignorou a competição quanto pôde) – não quis fazer o gol, frente a frente com o goleiro adversário, preferindo um passe para o meio da área, que resultou num corte da zaga corintiana, antes da chegada de Edmundo na bola. Os dois lances relembrados ocorreram na segunda etapa da partida.
Na Copa do Brasil, após a justa eliminação de 1995, com duas derrotas (0 x 1 e 0 x 5), deu-se a opção, a partir dali, de se mandar jogos de play-offs decisivos, a partir das fases decisivas, em São Januário, diferentemente do que tradicionalmente ocorria até aquele ano.
O bom senso, entretanto, esbarrou na inexperiência e teimosia da nova “diretoria” vascaína em 2009, ocasião em que o clube desperdiçou a chance de atuar no estádio de São Januário, o que era, por sinal, a posição da oposição, do técnico e atletas do time, diferentemente (infelizmente para o Vasco) da postura da diretoria, situacionistas e composicionistas ancilares que não se manifestaram contrários ao discurso de Mandarinos e afins, pouco inteligente e providencial de que o Vasco pode ganhar em qualquer lugar (pois a obviedade não implica em deixar de usar o que melhor lhe favorece numa disputa).
Diante disso, os irresponsáveis, néscios e incompetentes dirigentes vascaínos levaram o jogo para o Maracanã (para alegria dos corintianos) e isto foi fundamental para nesse estádio a equipe paulista arrancar um empate com gols e – garantindo o 0 x 0 no Pacaembu – classificar-se para a final da competição. Naqueles play-offs a arbitragem favoreceu o Vasco no Maracanã, com a não marcação de um pênalti claro a favor do adversário, mas também o Corínthians no jogo de volta na capital paulista, quando o Gigante da Colina deixou de ter uma penalidade máxima marcada a seu favor (ambos os lances no segundo tempo de cada confronto).
Dito isto, o Vasco – embora a mídia tenha esquecido de lembrar – derrotou o Corínthians na semifinal do Torneio Octogonal Rivadávia Correa Meier de 1953, sucessor da Copa Rio e que pode vir a ser considerado um Mundial Interclubes caso Palmeiras e Fluminense obtenham primeiro tal reconhecimento, referente aos anos de 1951 e 1952.
As semifinais foram disputadas em dois jogos no Maracanã, nos dias 24 e 28 de junho daquele ano (quarta-feira e domingo). No primeiro deles vitória vascaína por 4 x 2, com dois gols de Pinga (futuro integrante da Seleção Brasileira na Copa do Mundo do ano seguinte e Campeão Pan-Americano em 1952), um de Maneca (vice-campeão do mundo pelo Brasil na Copa de 1950) e outro de Ipojucan (Campeão Pan-Americano em 1952); descontando Baltazar, o “Cabecinha de Ouro” (Vice-Campeão do Mundo em 1950, Campeão Pan-Americano em 1952, além de integrar a Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1954), e Vermelho, Campeão do Torneio Rio-SP em 1953.
Após o primeiro confronto, bastaria ao Vasco um empate no jogo seguinte para se classificar (no caso de vitória corintiana haveria prorrogação de 30 minutos e com novo empate tantas prorrogações de 15 minutos quantas fossem necessárias até sair um gol para uma das equipes).
Para não deixar dúvidas o Almirante venceu novamente, desta vez pelo placar de 3 x 1, faturando pelo Vasco, Maneca, Sabará (Campeão Carioca de 1952, e que viria a repetir o feito nas edições de 1956 e 1958, além de ajudar na conquista do Torneio Rio-SP de 1958) e o ponta esquerda Dejayr (Campeão Carioca pelo Vasco em 1950 e 1952). Pelo Corínthians marcou Carbone (campeão e artilheiro paulista em 1951 e ainda novamente campeão de Sâo Paulo em 1953 e 1954 e do Torneio Rio-SP nos dois respectivos anos).
Eram, portanto, dois timaços. E o Vasco prevaleceu.
Com as duas vitórias o Gigante da Colina chegou à final do Torneio diante do São Paulo e o venceria, também com duas vitórias (na capital paulista e no Rio), sagrando-se campeão invicto do emblemático torneio que contou com a participação ainda de Fluminense, Botafogo, Hibernian, da Escócia, Sporting, de Portugal, e Olimpia, do Paraguai.
O Vasco, com a força de seus atletas, de sua torcida e de seu estádio tem tudo para chegar às semifinais da Taça Libertadores da América em 2012.
Rumo ao Tri Campeonato Sul-Americano!
Equipe Casaca!
Fonte: Casaca