O atacante Thiago Mosquito, promessa da base vascaína, não vai defender mais o São Paulo. O jogador chegou a se apresentar no CT do Tricolor paulista, mas o clube desistiu do negócio devido ao imbróglio do jovem com o Cruz-Maltino. O caso trouxe à tona que o jogador assinou um vínculo profissional com o Macaé, clube da região Norte Fluminense.
Dirigentes da base vascaína foram pegos de surpresa com a assinatura de contrato com o Macaé. Eles descobriram tal vínculo com o clube Alvianil apenas quando souberam e, até certo ponto, estranharam o acerto de Mosquito com o São Paulo, já que negociavam a permanência dele em São Januário e há um 'acordo de cavalheiros' entre clubes brasileiros de não contratar jogadores de base que estejam em litígio ou em negociação com outros.
O LANCENET! apurou que o Macaé, na verdade, é um dos clubes parceiros ao grupo de empresários que cuida da carreira de Mosquito. Assim, o vínculo seria apenas para que o jovem ficasse livre para negociar seu futuro com outros clubes.
René Simões, diretor da base do Tricolor paulista, confirmou que o fato de o jogador, de 16 anos, estar vinculado ao Macaé (segundo o site da Federação de Futebol do Rio de Janeiro, o contrato vai de 13/04/2012 a 12/04/2015), trouxe tranquilidade ao São Paulo para negociar com Mosquito, já que isso indicava que a sua negociação com o Cruz-Maltino havia terminado.
- Ele foi oferecido anteriormente, mas estava em litígio com o Vasco. Então, não negociamos. Mas retornaram o contato e conversaram com alguns dirigentes dizendo que o jogador, agora, pertencia ao Macaé. Como era um jogador que havia sido ventilado, achou-se que seria um bom negócio - disse, ressaltando que, ao saber da situação do jogador em relação ao Vasco, desistiu do negócio:
- Sempre procuramos trabalhar com respeito e ética. Ao saber da situação dele com o Vasco, desistimos do negócio. Não achamos que era o melhor jeito de trabalhar.
Ao ter conhecimento do acerto entre o atacante e o São Paulo, na sexta-feira à noite, o presidente do Vasco, Roberto Dinamite, entrou em contato com a diretoria tricolor e explicou que estava negociando com o jogador para que ele ficasse em São Januário, mas que havia sido procurado por uma pessoa que cuida da carreira de Mosquito e esta teria dito que o atacante estava indo para o São Paulo.
Dirigentes da base vascaína acusam o Macaé de ser usado como 'clube de aluguel' e garantem que, já que houve o acerto, vão cobrar os valores devidos por ter sido clube formador.
Mosquito pertence ao mesmo grupo de agentes do vascaíno Allan - que está a caminho da Udinese (ITA). Durante a negociação para a renovação de contrato, os empresários, inclusive, teriam oferecido que o atacante se profissionalizasse e fosse vinculado a um dos clubes da parceria para, então, ser emprestado ao Cruz-Maltino, que receberia 20% do valor da multa rescisória em uma futura negociação.
Diante da 'novela', o diretor da base cruz-maltina, Humberto Rocha, aproveitou para agradecer ao São Paulo pela atitude de desistir do negócio.
- Foi uma atitude de muito respeito ao Vasco. Gostaria de agradecer à diretoria do São Paulo. Sabemos que existe esse respeito entre os clubes e essa é mais uma prova disso - ressaltou.
Mosquito se destacou pela Seleção Brasileira no Sul-Americano sub-15 do ano passado. Ao completar 16 anos, o jogador pode assinar o primeiro contrato com jogador profissional.
Dirigentes do Macaé foram procurados, mas os contatos não foram respondidos.
Fonte: Lancenet