Talento ou treino? Nos pés de uma nova geração de jogadores, a bola parece deslizar de forma indecifrável. Neymar, do Santos, e Lucas, do São Paulo, são os reis do drible no Brasil. Amigos na Seleção e adversários nos clubes paulistas, os jovens são autores de lances incríveis e desconcertantes, capazes de complicar a vida de qualquer zagueiro. Hoje eles vão estar frente a frente no clássico San-São pela semifinal do Campeonato Paulista. Mas antes da partida, que será no Morumbi às 16h e terá transmissão ao vivo pela TV Globo e em tempo real pelo Globoesporte.com, os craques ensinaram truques para driblar adversários em campo.
Para Neymar, futebol é improviso total. Não importa se são muitos marcadores e se não há espaço para jogar. Ele dá um jeito. O atacante mostrou os segredos para driblar e elegeu o lance contra o Flamengo pelo Campeonato Brasileiro do ano passado como o mais bonito da sua carreira. Lucas também é criativo. Com a equipe do Esporte Espetacular ele brincou de driblar. Driblou a apresentadora Glenda Kozlowski, a câmera, falou sobre seus lances mais marcantes e ao ser perguntado sobre como é sofrer um drible e ficar sem a bola, brincou: “não é fácil provar do próprio veneno”.
Neymar e Lucas conseguem fazer o difícil e o improvável parecer fácil. Eles deixam muitos jogadores sem jeito, mas fazem a alegria dos torcedores, narradores e dos amantes do bom futebol.
- Eu já nasci para jogar futebol e quando eu comecei a jogar, com uns cinco anos de idade, eu já tinha facilidade. Eu ficava driblando os móveis de casa, as mesas, as cadeiras e eu percebia que levava jeito - disse Lucas.
- Eu aprendi a simplificar. Desde pequeno meu pai falava: um marcador vai dentro dele. Se são dois ou mais tem que fazer o fácil, dominar e tocar a bola para continuar o jogo. Alguns dribles eu nem sei como eu fiz. Eu faço na hora mesmo - brincou Neymar.
Para muitos amantes do futebol, os dribles são quase tão importantes como gols. Mas eles têm mais a ver com talento ou muito treino? Para Neymar, trata-se de um pouco de cada um. Já para Lucas, essa conta muda.
- Mais talento. Você treina para aprimorar o drible, mas você nunca vai aprender como fazer - disse o jogador do São Paulo.
Dizem que estratégia é importante para vencer. Mas esses craques já provaram que sem ousadia e irreverência em campo a tal da estratégia fica sem graça no futebol. E para quem está na mira do driblador? O Esporte Espetacular conversou com um dos melhores zagueiros da nova geração do futebol brasileiro: Dedé, da Seleção e do Vasco.
- O Neymar é um absurdo. Nem ele mesmo sabe o que vai fazer. Ele chega na nossa frente e do nada sai aquele drible que é complicado para qualquer zagueiro marcar. É muito difícil. Para mim é o melhor jogador do mundo. O segredo é que eu dou espaço para ele tentar jogar a bola mais longa e eu tentar na corrida e na força. Isso me ajuda muito porque eu tenho confiança na minha velocidade.
Se marcar o Neymar não é tarefa fácil, passar por Dedé também não é muito diferente.
- O mais difícil é jogar contra o Dedé. Eu sempre falo para ele, você me deu um trabalho para driblar! Além de ser grande e forte, ele é rápido e os atacantes não gostam de zagueiros rápidos - brincou o craque do Santos.