Um não sente a pressão de jogos decisivos, é artilheiro e capaz de desequilibrar qualquer partida em favor do Vasco. O outro é temperamental, já foi expulso três vezes em apenas um ano, e, toda vez que entra em ação, deixa a torcida à beira de um ataque de nervos. Diante de tantas diferenças, qualquer técnico não teria dúvidas sobre quem escalar. Mas a solução (ou problema) não é tão simples quanto parece. Os dois jogadores em questão vestem a camisa 10 do clube. Ambos fazem parte da personalidade de Diego Souza.
— Eu sempre quero ganhar. Gosto do sabor da vitória. Em Portugal, fiquei muito tempo sem jogar e acho que isso me fez valorizar mais o fato de estar em campo. Entro no time para não sair mais. Por isso, às vezes acabo perdendo a cabeça em um lance ou outro. Mas estou tentando me controlar. Espero que não aconteça de novo — explicou o meia.
Às vésperas de enfrentar o Botafogo, na final da Taça Rio, Diego sabe que a quebra de mais alguns tabus estaduais — o Vasco não vence o rival em um jogo decisivo há 47 anos e não chega à final do Carioca desde 2004 — será facilitada com uma boa atuação sua. Foi graças a um gol do meia que o jejum contra o Flamengo já faz parte do passado:
— É o tipo de jogo que todos querem jogar. Prefiro uma partida assim do que entrar como franco favorito. Aí sim tem mais pressão. Estão todos em cima de você e vencer é uma obrigação. No clássico não, você é valorizado por cada boa atuação.
Foi contra o Flamengo também, que o meia se viu envolvido em sua última confusão. Na derrota para o arquirrival, pela 7 rodada da Taça Rio, Diego Souza foi acusado pelo árbitro Wagner dos Santos Rosa de ter tentado acertá-lo com boladas após o apito final. Absolvido pelo TJD, o jogador jura que não fez nada:
— Por causa da minha fama, sempre que tem uma confusão já colocam o Diego no meio. Me colocam sempre como o criador de caso e é exatamente com esse pensamento que eu quero acabar.
Seleção ainda é a meta
Além da vaga na final do Estadual, Diego Souza quer trazer para a Colina o título da Libertadores. Ainda sonhando com uma convocação para defender a seleção brasileira na Copa do Mundo de 2014, o meia vê no passado o exemplo do que deve fazer para conquistar todos os seus objetivos:
— Em 2007, fiz gols importantes e ajudei o Grêmio a ser vice-campeão da Libertadores. Se conseguir repetir essas atuações, tenho certeza de que estarei na Copa.
É... Pelo jeito, Diego Souza já sabe qual camisa 10 entrará em campo no domingo.