Até ser escalado por Antônio Lopes para atuar contra o Botafogo no dia 3 de novembro de 1996, Felipe sofreu sendo a sombra de Bill na lateral-esquerda dos juniores. Uma das explicações, porém, para a reserva que amargou na base, eram suas faltas nos treinos de campo, fato este que o fez ser suspenso da categoria na semana em que viria a ser convocado para treinar entre os profissionais.
Hoje ídolo do clube, ele admitiu que o futsal ainda o atraía:
- Na minha época, no campo, eu era mais um, no salão, o cara. Então, às vezes eu deixava de treinar no futebol de campo para jogar no salão, porque lá eu recebia mais, minha família precisava e, por isso, às vezes eu faltava o campo - declarou.
Mesmo ciente da suspensão, Lopes bancou a aposta de testá-lo e foi feliz, já que Felipe arrebentou no treino, no jogo e não saiu mais da lateral-esquerda entre os profissionais.
Consagrado atualmente, Felipe analisou os caminhos opostos que ele e Bill (hoje no Madureira) tomaram na carreira.
- Isso serve de exemplo para estar atento às divisões de base como um todo, nao só em quem está jogando. Há jogadores que arrebentam na base e não desenvolvem no profissional, assim como outros que não jogam tanto nos juniores mas se adaptam ao profissional - disse, para complementar:
- Na base você tem algumas injustiças. O Bill era um ano mais velho e tinha muita qualidade - ressaltou.
Por fim, Felipe recordou de sua primeira partida como profissional, fazendo questão de agradecer ao técnico Antônio Lopes e ao seu filho, Júnior Lopes, que lhe ajudaram com a oportunidade.
- Fiquei surpreso porque na época eu era reserva dos juniores, aí tive uma oportunidade logo num clássico. Foi uma mudança brusca, mas graças a Deus deu tudo certo e só tenho a agradecer ao Lopes e ao filho dele. O Vasco não vivia um bom momento, mas aproveitei e nunca mais desci para os juniores.
Fonte: Lancenet