O indígena Araju Sepete Guarani foi retirado à força do plenário pelos seguranças do Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde desta quinta-feira (26), ao protestar pelo direito de cotas para indígenas em universidades.
A Corte iniciou nesta quarta o julgamento de três ações que contestam a constitucionalidade das reservas para negros, indígenas e estudantes de escolas públicas em instituições de ensino superior públicas e privadas. A única analisada até agora é a que trata das cotas raciais.
Durante a leitura do voto do ministro Luiz Fux, a favor das cotas, Guarani causou tumulto no plenário ao exigir que se mencionasse o direito dos indígenas. Por causa da manifestação, o presidente do STF, Carlos Ayres Britto, interrompeu o julgamento. No momento, apenas o relator, Ricardo Lewandowski, havia votado a favor das cotas.
Na retomada, Fux citou o direito dos indígenas e concluiu seu voto a favor das cotas. "A ansiedade é o mal da humanidade", disse o ministro após o incidente. Cerca de uma hora depois, a maioria dos ministros já havia votado a favor da política de cotas raciais da Universidade de Brasília, objeto da primeira ação em julgamento.