Rotulados como “jogadores problema”, Carlos Alberto e Jobson têm a temporada 2012 para provarem que podem, na verdade, serem soluções. Após um ano conturbado, ambos, recentemente, voltaram a vestir as camisas de Vasco e Botafogo, respectivamente, e podem ser decisivos nesta final da Taça Rio.
Alvos de um carinho especial das torcidas de seus clubes, os jogadores passaram por momentos ruins e tiveram trajetórias muito parecidas ano passado. O primeiro, saiu de um Vasco em crise e após uma discussão com o presidente Roberto Dinamite. Emprestado ao Grêmio, não vingou, e terminou o ano no Bahia. Jobson, por sua vez, foi afastado no fim de 2010 e começou a temporada seguinte no Atlético-MG, por empréstimo. Porém, atuou em poucas partidas e deixou o Galo também rumo ao Tricolor baiano.
No retorno ao Rio de Janeiro, tiveram os perdões concedidos pelas diretorias e ganharam uma nova oportunidade – o clube acreditou, os companheiros acreditaram e, principalmente, a torcida acreditava e queria vê-los novamente em campo.
Sob festas, voltaram e sob aplausos, reestrearam. E até certo ponto, surpreenderam. Apesar de todos os percalços e do tempo longe dos gramados, conseguiram se destacar com dribles, passes e oportunidades de gols. Mero detalhe para o brilho do regresso aos gramados.
No vestiário, Cristovão Borges elogiou Carlos Alberto e Oswaldo de Oliveira, Jobson. Um ânimo extra a eles, que procuram mostrar que ainda têm valor. Não são titulares, mas ganharam pontos nas cartilhas das respectivas comissões técnicas.
Para quem já foi tido como um dos principais jogadores do elenco e, inclusive, alvos de ações de marketing, ser taxado como apostas para a temporada pode ser pouco. Porém, domingo, uma nova chance. Uma final pela frente e um momento de, como diz o dito popular, virar a página.
Problema, fardo, “vida loka” entre outros adjetivos dados a Carlos Alberto e Jobson no último ano, ao apito final, serem completamente esquecidos para dar lugar às comemorações. Domingo tem final, eles devem entrar em campo. Dia ideal para escreverem uma nova página para a vida dos alvinegros.
Moça Bonita: palco do recomeço da dupla
Outra coincidência entre os polêmicos jogadores está no dia do retorno aos gramados. O estádio de Moça Bonita, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi o palco do começo de uma nova era para os dois. Curiosamente, além do mesmo campo, entraram no intervalo de seus jogos.
Jobson foi o primeiro a sentir novamente o calor de sua torcida. No dia 11 de março, ele entrou no lugar de Loco Abreu no duelo contra o Bangu e logo deu passe para o gol de Cidinho. Mesmo sem jogar há mais de seis meses, foi bem e ganhou o elogio dos companheiros e do técnico Oswaldo de Oliveira, após o empate em 1 a 1. A torcida fez uma grande festa e cantou muito o nome do atacante.
No dia 15 de abril, foi a vez de Carlos Alberto, que guarda na memória a vitória por 3 a 1 sobre o Nova Iguaçu.
Momentos antes de ele pisar no gramado, a torcida já fazia uma grande festa por sua volta. Ele jogou os 45 minutos finais e, assim como Jobson, participou das jogadas ofensivas. Em uma delas, deu um drible no adversário e quase marcou um golaço de perna esquerda.
Jobson já jogou seis partidas e fez um gol, enquanto Carlos Alberto fez duas partidas e não marcou.
Briga antes do início de amizade no Bahia
No Bahia, porém, os jogadores se estranharam num primeiro momento. Jobson não gostou de uma atitude de Carlos Alberto em um treino e reclamou com Paulo Angioni, diretor de futebol do Tricolor baiano. Carlos Alberto soube e ficou insatisfeito. A diretoria, por sua vez, conversou com ambos e, depois do episódio, eles chegaram a formar uma amizade.
Apesar disso, o diretor considera boa a passagem dos jogadores pelo futebol baiano e ressaltou que acredita muito nos dois.
– Sabia que eles, quando voltassem, poderiam ser bem utilizados. São grandes jogadores.
Fonte: Lancenet