Indiscutível na zaga vascaína só tem um: Dedé. Mas o Vasco não poderá contar com ele por pelo menos mais uma semana. E, em vez de lamentar a ausência do zagueiro, o momento é de acreditar em Rodolfo e Renato Silva, que ficarão responsáveis pela defesa em duas partidas importantes e difíceis, contra Botafogo e Lanús, respectivamente pelo Carioca e pela Copa Libertadores.
Contestada individualmente, a dupla vem retomando a confiança em conjunto. Na final da Taça Rio domingo, entrará em campo somente pela quinta vez no ano. Pouco para um setor em que o entrosamento é fundamental. Nada que diminua ou aumente a responsabilidade. Será a mesma de sempre, como diante do Nacional, do Uruguai, e do Flamengo, mais recentemente.
— Sem o Dedé em campo a pressão sempre vai existir, mas é prazeroso. Temos que demonstrar para nós mesmos e para a torcida que não tem nenhum bicho de sete cabeças — declarou Rodolfo.
Prass vê evolução
O pouco tempo de treino é compensado pelas conversas e pela companhia um do outro. Nem que seja um simples futevôlei no pós treino na Praia da Barra, relegando a semifinal entre Barcelona e Chelsea a segundo plano. Se com Dedé em condições de jogo, ambos brigam pela vaga, sem ele os dois lutam para manter o nível da defesa e se reafirmar após as duras críticas.
A insegurança em campo ainda é notada em alguns lances. Normal depois de tanta expectativa e frustração, que vieram com a contratação de Rodolfo. Vindo com bagagem internacional e passagem por seleção, o zagueiro entrou em São Januário com a vaga certa. Poucos jogos e muitos erros depois, a autocrítica foi suficiente para que ficasse afastado a fim de recuperar a condição física e técnica. O jogo-chave foi contra o Alianza Lima, em São Januário, quando falhou no gol peruano.
— Aquele momento é página virada. Às vezes, não é possível fazer as coisas como gostaríamos. Quando não estamos bem individualmente, não podemos atrapalhar todo o trabalho. Eu tive minhas limitações e passei dos meus limites. Se tivesse dito logo que não estava nas melhores condições, talvez não tivesse passado por isso. Mas não sou jogador de fugir da responsabilidade e tentei. Aquele jogo determinou tudo e e partiu de mim conversar com o Cristóvão — admitiu o zagueiro, creditando a má fase à longa recuperação de cirurgia na perna e ao pouco tempo de pré-temporada.
Renato Silva, aos poucos, se readapta à posição de origem. Com o desfalque do titular, a direita voltou a ser o seu setor nos últimos jogos. O zagueiro admite a dificuldade em se entrosar com os velozes Fágner e Éder Luís, que ajuda na cobertura.
Quem os vê de frente todo o jogo e necessita que ambos estejam em plena forma para minimizar as chances de gol do adversário, reconhece que a dupla necessita de ajustes.
— Eles têm características diferentes, se comparados ao Dedé, que tem mais altura e chegada mais forte. É um entrosamento difícil até em relação ao goleiro. Por mais que treine, a confiança só se recupera jogando e a evolução deles está acontecendo — disse Fernando Prass, dando dicas de como marcar Loco Abreu, o próximo atacante que terão pela frente. — A altura não importa tanto. O segredo é não perdê-lo de vista.
Fonte: O Globo online