Quando essa garotada bota o time em campo, não há mais lugar para brincadeira. Só dribles, passes e gols, muitos gols. O futebol, essa declarada paixão nacional, começa cada vez mais cedo. Em tempos de final do Campeonato Carioca e véspera de Brasileirão, em especial, as escolinhas de futebol oficiais dos quatro principais times cariocas localizadas pela Barra e Jacarepaguá recebem o maior número de futuros craques. Mas tricolores, rubro-negros, vascaínos e botafoguenses não são adversários. Eles estão unidos pelo mesmo ideal: correr atrás da bola e também do sonho de se tornar um futuro Ronaldo, Kaká ou quem sabe um Neymar a brilhar nos gramados. No Estrelas do Futuro, Escola Oficial de Futebol do Botafogo, localizado na Freguesia, Jacarepaguá, há aulas para todas as faixas etárias e em todos os horários.
O aluno Cauã Guilherme Pimentel, de 7 anos, tem aulas às segundas e quartas à noite. Jogar no ataque, no meio, lateral, para Cauã não importa:
— Jogo em todas as posições. O que mais gosto é fazer gol. Meu sonho é jogar no time do Botafogo. Meus ídolos são os jogadores Loco Abreu e Herrera.
Sempre presentes na plateia de Cauã,estão sua irmãzinha, Ana Clara, de 3 anos e o pai, Rafael Pimentel. Botafoguense, ele conta que o filho adora jogar bola e que pediu para entrar na escolinha, onde treina há um ano e dois meses:
— Eu deixaria ele ser jogador, se for a vontade dele.
As turmas são divididas por faixa etária: de 4 a 6 anos, de 6 a 8 anos e de 8 a 11 anos. Até os 11 anos, os pequenos têm aula duas vezes por semana. Conforme crescem, o número de aulas passa para três vezes por semana. Coordenador do curso, Pedro Moraes fala sobre a paixão dos alunos pelo futebol:
— Meus alunos têm os jogadores como ídolo e chegam com o corte de cabelo e a chuteira igual à deles.
A paixão também é o que move os cerca de 90 alunos do Barra Vasco. Segundo William Moura, professor e coordenador da escolinha, muitos vêm de comunidades carentes e se apegam aos treinos porque veem como uma oportunidade de mudar de vida e de fazer carreira.
— Esses são os que têm mais disposição. Percebemos pela frequência com que vêm aos treinos, independentemente das dificuldades, e a determinação que mostram nas aulas — conta Moura.
Segundo ele, sempre que a escolinha identifica um talento em potencial, busca oferecer orientação:
— Conversamos e incentivamos que eles se inscrevam na seleção das escolinhas, um processo que acontece em todos os núcleos do Barra Vasco para montar um time que treinará em São Januário. Esses meninos jogarão com os que estão nas categorias de base do clube.
Mateus Guilherme de Oliveira, de 16 anos, não vê a hora de sua vez chegar. Treinando há um ano e meio no Barra Vasco, ele sonha em se profissionalizar e ser igual ao ídolo Juninho.
— Ele é o melhor, joga muita bola e é humilde.
Fonte: O Globo online