Eder Luis completou 27 anos nesta semana. Idade, segundo muitos jogadores, na qual um atleta chega ao auge de sua carreira. No entanto, o camisa 7 do Vasco, que marcou o gol decisivo no título da Copa do Brasil, reconhece que, duas temporadas após sua chegada, ainda falta alcançar uma meta em São Januário: marcar gol contra o Flamengo.
Confirmado no ataque ao lado de Alecsandro, ele terá mais uma oportunidade no clássico de hoje, sua 99ª partida pelo Gigante da Colina. O mineiro, a cada dia mais adaptado ao Rio, também torce para que tudo saia como planejado em campo e que, em julho, quando o seu contrato acabar, possa continuar defendendo o Vasco.
Como foi o período que você passou fora do time se tratando da lesão no pé esquerdo?
O começo foi complicado. Passei as férias e o início do ano com um problema no pé esquerdo. Perdi a pré-temporada e estou voltando ao ritmo aos poucos. Contei com a ajuda do pessoal da preparação física. Tive dificuldade, mas me dispus a voltar e estou quase próximo do normal.
Você quer dizer então que ainda não está 100%, que ainda sente alguma coisa?
Não é isso. Estou recuperado, o futebol está próximo do normal, mas ainda sinto um pouco a parte física e a falta de ritmo. A gente está vindo em uma sequência de jogos muito importantes e o tempo entre as partidas é pequeno. Por isso, o importante é descansar ao máximo.
Após a lesão, precisou mudar a rotina fora de campopara não correr o risco de ficar tanto tempo longe dos gramados outra vez?
Eu me cuido demais fora de campo. Procuro descansar, me alimentar bem. Mas, nestes momentos, uma lesão pode acontecer durante um treinamento. Por isso, existe um planejamento da comissão técnica para que a gente não fique sobrecarregado.
Teve medo de não conseguir voltar emalto nível?
Quando soube que o problema era no pé esquerdo, fiquei com medo. Afinal, é uma região que sofre muito impacto durante as partidas. Sabia que conseguiria voltar ainda no primeiro semestre, mas cheguei a pensar que dificilmente voltaria a apresentar um bom futebol neste ano. Felizmente pude contar com o apoio da minha esposa, dos meus filhos. Sem eles não teria conseguido superar essa fase. Agradeço também ao Cristóvão Borges, ao pessoal da comissão técnica e aos meus companheiros.
Qual é a sua expectativa para o clássico de hoje com o Flamengo?
É um jogo gostoso de disputar, pois o clima de um Flamengo e Vasco sempre é diferente. Viemos de um resultado ruim, mas estamos bem e prontos para entrar em campo. Se vamos vencer, ainda não sabemos. Mas queremos entrar com tudo, pois é um momento muito especial. Até porque o Campeonato Carioca acabará para o perdedor.
Há quase dois anos no Vasco, você já marcou gols no Fluminense e no Botafogo. Falta um contra o Flamengo. Já pensounisso?
Engraçado que pensei nisso recentemente. E realmente ainda não marquei contra o Flamengo. Já consegui marcar gols quando estava no São Paulo e no Atlético-MG, mas aqui não. Chegou a hora de sair um golzinho. Mas prefiro não ficar com isso em mente, pois, na hora certa, vai acontecer. É só estar no lugar certo para a bola sobrar (risos).
Seria ainda mais especial, pois você, de quebra, completará 99 jogos com a camisa do Vasco...
Outra coisa que pensei (risos). Estou a um jogo do meu centésimo com a camisa do Vasco e estou muito feliz por ser em uma fase decisiva na temporada. Temos esta semifinalcontra o Flamengo e, se vencermos, completarei essa marca histórica na final da Taça Rio. No entanto, precisamos respeitar o adversário e ir com calma. Peço paciência aos torcedores durante o jogo.
Por falar em momento especial, o que o Vasco representa na sua carreira?
Tenho um grande carinho pelo Vasco. Cheguei na metade de 2010, quando Felipe voltava para o clube e o Carlos Alberto renovava o contrato. Tinha saído do Brasil em alta, mas não fui aproveitado da melhor maneira no Benfica. Por isso, o início foi complicado. Mas, graças a Deus, logo consegui apresentar o meu futebol e surpreendi muita gente. Por causa daquela final da Copa do Brasil (Eder marcou o segundo gol do Vasco na derrota por 3 a 2, que deu o título ao clube), tem gente que me chama de ídolo, mas não me vejo assim. Acho que ainda tenho de trabalhar muito para isso acontecer.
Seu contrato termina em 30 de junho e você disse que seu desejo é continuar no Vasco. Está apreensivo comessa indefinição?
Procuro não pensar nisso. Tenho conversado com o Daniel Freitas (diretor de futebol), com Mandarino (José Hamilton, vice-presidente de futebol) e eles me disseram para ficar tranquilo, que é desejo do clube me manter. Mas sei como as coisas são no futebol. O Benfica não deve me liberar com um novo contrato por empréstimo e tudo muda muito rápido. Vamos esperar, mas realmente quero continuar no Vasco. Estou feliz aqui.
O apelido de ‘Neto do Vento’ te incomoda?
Lógico que não incomoda (risos). A torcida do Vasco me colocou esse apelido no ano passado durante a Copa do Brasil. Fiquei feliz, pois acho que me chamam assim por causa da passagem do Euller por aqui, em 2000. Ele era chamado de ‘Filho do Vento’, pois ti nha uma velocidade incrível. É uma lembrança boa e me dou muito bem com o Euller. Por isso, não reclamei.
Deivid protagonizou um lance inacreditável na semifinal da Taça Guanabara ao perder um gol feito contra o Vasco. O que você teria a dizer sobre o atacante do Flamengo?
Não consigo entender porque as pessoas pegam tanto no pé do Deivid. Essas acusações de que é um jogador ruim são imprecisas. É ele que faz o time do Flamengo jogar. É um cara que sabe fazer gols e que sempre vai marcá-los. Todo cuidado será pouco com um atleta que tem um faro como o dele. Nós o respeitamos muito.
Fonte: Marca Brasil