O clássico contra o Flamengo, no próximo domingo, pela semifinal da Taça Rio, está momentaneamente em segundo plano para o Vasco. Enfrentar o maior rival em uma partida decisiva será o maior desafio do time de São Januário na semana. Porém, o “jogo do tribunal”, quarta-feira, às 16h, no TJD-RJ (Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro), concentra todos os esforços da comissão técnica, jogadores e departamento jurídico após a vitória por 3 a 1 sobre o Nova Iguaçu.
Tudo porque o evento no meio da semana pode desfigurar o time para o confronto decisivo. O técnico Cristóvão Borges inicia o trabalho com o elenco na terça-feira sem saber quem poderá colocar em campo. Rodolfo, Eduardo Costa, Fellipe Bastos, Fagner e Diego Souza, envolvidos na confusão com o árbitro Wagner dos Santos Rosa, no último clássico contra o Flamengo, passarão pelo banco dos réus.
O treinador fez questão de esclarecer que o Flamengo não teve culpa no episódio, mas admitiu que o fato serviu para apimentar ainda mais a rivalidade entre os clubes antes de mais um encontro decisivo no histórico clássico.
“A expectativa existe. Temos cinco jogadores envolvidos nesse processo. Esperamos boas notícias na quarta-feira para o grupo se fortalecer. O Flamengo não teve nada a ver com essa história. Foi uma questão com a arbitragem. A rivalidade existe e aumenta nesses momentos de polêmica. Mas precisamos passar por isso para depois enfrentar um grande adversário, um rival de respeito. Não adianta pensar em arbitragem agora. Já temos tantos problemas, dificuldades, e essas polêmicas desviam do que é mais importante. Espero que todos procurem fazer o melhor”, afirmou.
As cenas envolvendo perseguição dos jogadores vascaínos ao árbitro após o apito final e entrada dos policiais militares no gramado para interceder não agradaram ao técnico, que torce para que o episódio não se repita no domingo.
“Temos que tomar cuidado para que essas coisas não aconteçam. Queremos ver o estádio cheio e bom futebol, o torcedor quer espetáculo. O jogo no campo é o mais importante, isso que desejo ver. Que dê tudo certo”, encerrou.
Rodolfo e Eduardo Costa serão julgados nos artigos 254-A parágrafo 3º item I (praticar agressão física durante a partida contra o árbitro, pena mínima de 180 dias) e 243-F parágrafo 1º (ofender o árbitro em sua honra, pena mínima de suspensão por quatro partidas). Diego Souza também foi citado no artigo 254-A parágrafo 3º item I, e no 157 item II - duas vezes (tentar cometer a infração e não consumá-la por circunstâncias alheias à sua vontade). Fagner e Fellipe Bastos estão colocados no 258-B (invadir local destinado à arbitragem ou local da partida, pena de uma a três partidas).
Roberto Dinamite e Daniel Freitas passarão pelo tribunal. Os dirigentes serão julgados por ofensas ao árbitro (artigo 243-F parágrafo 1º). Em caso de punições, o departamento jurídico ainda não definiu se usará o recurso do efeito suspensivo, embora esta seja a tendência para contar com os jogadores no clássico.
Além do drama no tribunal, o time não terá o zagueiro Dedé, em recuperação de um edema na perna esquerda, e pode ficar sem o capitão Juninho. Com dores na coxa direita, o camisa 8 será submetido a um exame de imagem no decorrer desta segunda-feira. Os médicos acreditam em sua participação no jogo, mas o Vasco lamenta iniciar uma semana decisiva com tantos problemas extra-campo.
Fonte: UOL