Os Estaduais, que a partir da próxima semana entram na reta final, estão em queda livre por quase todo o Brasil. Dos sete principais torneios do país, seis apresentam diminuição de público, mantendo uma tendência que vem se repetindo nos últimos anos.
O Campeonato Carioca é o caso mais emblemático, sendo campeão absoluto de jogos em que o saldo da receita bruta balanço entre a renda com ingressos e as despesas com a partida é negativo (82%). No Rio, todos os jogos entre pequenos deram prejuízo. E nesse bolo tem até jogo de time grande que a conta fica no vermelho (o Flamengo teve sete jogos nesta situação).
- Quando tem prejuízo, quem paga é o time grande. Independentemente de onde eu estiver jogando. É óbvio que não é interessante e que queremos mudar isso. A intenção é ter uma competição em que receitas e despesas, no mínimo, fique no 0 a 0 - afirmou o presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, que contabiliza sete jogos no vermelho e um clássico contra o Vasco no qual o lucro não passou de R$ 20 mil, o que não paga 15% do salário de Loco Abreu.
A situação é tão desagradável que a Federação do Rio e os clubes já iniciaram as conversas para achar formas de mudar o rumo do Estadual. Uma pesquisa foi encomendada pela Ferj para identificar o peso dos problemas responsáveis por esvazar os estádios.
Em São Paulo, apesar dos estádios com aparência menos desértica e somente um jogo envolvendo grande tenha fechado com prejuízo (Santos x Ituano), os números estão longe do ideal: 49,5% dos jogos entre pequenos dá prejuízo. E o lucro dos jogos envolvendo pequenos e grandes ainda é minimizado, pois muitos clubes do interior inflacionam o preço dos ingressos nos seus jogos. Não por acaso a média paulista pouco supera os cinco mil pagantes/jogo.
Em Minas a ausência dos estádios de BH Independência e do Mineirão (em obras) minimiza os lucros. Só 20% dos jogos tiveram receita acima de R$ 50 mil. O América mandou dois jogos com menos de 200 pagantes.
Gauchão, Paranaense e Baiano também vivem no vermelho e só o Pernambucano foge à regra, com 75% do público sendo subsidiado por uma campanha de troca de notas fiscais. A atual forma dos Estaduais parece não ter futuro.
Fonte: Lancenet