Campeão do mundo como jogador, técnico e coordenador, Zagallo nunca escondeu o quanto lhe doía ficar longe do futebol e da seleção brasileira. A pouco menos de quatro meses de completar 81 anos, a vida lhe reservou uma surpresa. Indicado à vice-presidência da região Centro-Sul da CBF para ocupar o cargo vago com a ascensão de José Maria Marin à presidência da casa, o “Velho Lobo” se tornou candidato natural à sucessão do atual mandatário. Se um dia Marin renunciar como fez Ricardo Teixeira, pelo estatuto Zagallo será o novo presidente da entidade.
— Para mim é uma honra enorme estar voltando à CBF. Na minha vida, fiz muito ali, entre 1958 e 2006 — disse Zagallo. — Aceitei de pronto o convite. Não poderia rejeitá-lo de maneira nenhuma.
A indicação foi feita nesta quarta-feira, por meio de um ofício enviado à CBF, pelo presidente da Federação do Rio, Rubens Lopes. Por meio de suas assessoria, Rubinho disse que foi uma forma de homenagear Zagallo pelos serviços que prestou ao futebol. Na teoria, deveria haver uma eleição, mas pelo acordo histórico entre as federações de Rio e São Paulo, a vez de indicar é dos cariocas, já que, quando o cargo ficou vago após a morte de Nabi Abi Chedid, o presidente da Federação Paulista, Marco Pólo del Nero, indicou Marin.
Os outros quatro vice-presidentes da CBF são Fábio Marcel Nogueira (Sul), Fernando José Macieira Sarney (Norte), Marco Antonio de M. Ferreira (Nordeste) e Weber Magalhães (Centro Oeste). Como Zagallo é o mais velho, assumiria a presidência da entidade em caso de renúncia. Nesta quarta, ele ainda não sabia dizer exatamente quais seriam suas atribuições na nova função, mas parecia animado:
— Acho que tenho currículo para representar a CBF — afirmou. — Vou me reunir nos próximos dias com o Rubens, mas ainda não posso entrar em detalhes sobre o assunto.
Em audiência pública na Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados, Marin disse que confia no trabalho do técnico Mano Menezes, mas será o desempenho da equipe nas Olimpíadas de Londres que dirá se o time está no caminho certo:
— Tenho confiança , agora, é natural que eu também considere prioridade (vencer). Toda a infraestrutura estamos fornecendo. Não nos cabe escolher jogadores e muito menos escalar a seleção.
Fonte: Globo Online