Juninho Pernambucano desabafou. Em entrevista exclusiva ao Tá na Área nesta quarta-feira, o jogador mostrou estar incomodado com o fato de alguém do clube ter divulgado termos do seu atual contrato. Os valores passaram a ser questionados e a diretoria não está cumprindo o que foi combinado.
Após assinar no ano passado um contrato em que aceitava receber um salário mínimo por mês, Juninho renovou e fez um novo acordo para receber por rendimento. O meia tem direito a R$ 50 mil por partida feita pelo Vasco. Em 2012, foram 15 jogos e tem sete gols marcados. Mas o clube pagou apenas uma partida até agora.
- Cada jogador tem seu contrato. Não acho que seja certo expor o contrato (...). Me incomoda porque, com 37 anos, não é esse último contrato com o Vasco que vai fazer a diferença. (...) Devo ter feito 14 jogos (foram 15), mas também não estou preocupado porque o clube só me pagou um jogo até agora e não é por isso que eu vou deixar de jogar. (...) É um direito adquirido porque assinei um contrato e quando a gente assina tem o direito de receber. É lógico que quero receber, mas isso me incomoda porque ficou muito chato e, aparentemente, isso partiu de alguns conselheiros do clube. E conselheiro sempre falo que o melhor conselho quem pode me dar é um psicólogo ou um psiquiatra, porque aí seriam de profissionais - disse Juninho, que lembrou ter recusado uma proposta muito melhor do exterior.
- Um contrato de R$ 250 mil por mês seria um excelente contrato para um jogador de 37 anos. Mas não era a melhor proposta que eu tinha. Tinha proposta para ganhar muito mais e voltar para o Qatar, ganhar mais do que o dobro. Mas quando decidi voltar não foi pela parte financeira. (...) Sou o único jogador do Brasil que tem contrato por produtividade, então acho que isso também é bom para o clube.
Juninho explicou como foi a negociação do novo contrato com o Vasco.
- Quando o Vasco me ofereceu R$ 250 mil, peguei a média de jogos do ano passado. Teve mês que eu fiz três jogos, outros que eu fiz seis, então dava mais ou menos cinco jogos por mês. Os R$ 250 (mil) divididos por cinco dá R$ 50 mil (por jogo), então, cada vez que eu jogo eu tenho o direito à R$ 50 mil. Por exemplo, no mês de janeiro só tem dois jogos na tabela, então eu fiz os dois jogos, o clube já economizaria R$ 150 mil. O mês de abril ainda não entrei em campo.
O Reizinho condenou quem usa o Vasco para se aproveitar e levar vantagens.
- Conselheiro eu só respeito dois. Aquele que é torcedor quando o time ganha e quando o time perde e cumprimenta o jogador olhando no olho. E o outro é aquele que tira o dinheiro do próprio bolso para ajudar o clube a pagar o salário. Mas aquele conselheiro que usa o clube para dizer que é conselheiro do Vasco, para que as portas sejam abertas, para aproveitar do clube e derrubar jogador, que quer escolher treinador e jogador e quando o clube está em crise eles nunca assumem que foram eles que escolheram, esse nunca vou respeitar. Mas eu sei que fazem parte do futebol. São coisas que chateiam um pouco, mas que não vão mudar nada no meu dia a dia, mudar meu empenho, minha vontade.
Planejamento dos jogos fora do Rio de Janeiro
Juninho explicou o planejamento de ser poupado em alguns jogos importantes do Vasco na temporada. O meia não viajou para os três jogos fora de casa da Libertadores.
- Tenho 37 anos. Sempre deixei bem claro que não era mais o mesmo jogador. Mesmo jogando bem, fazendo boas partidas, que não teria condições de jogar todos os jogos. É claro e evidente que jogar fora de casa sempre é muito mais difícil porque as viagens são muito mais complicadas, a recuperação física é muito maior, viajamos dois dias antes. (...) Mas é lógico que se o treinador precisar e o time quiser também, não sou eu que decido. Sou um funcionário do clube como outro qualquer - disse Juninho lembrando que no ano passado viajou para enfrentar o Universidad, do Chile, pelas semifinais da Copa Sul-Americana.
Com um contrato de rendimento com o clube, o Reizinho mostrou que ainda sente muito prazer de jogar pelo clube carioca, mas que alguns problemas incomodam. Questionado se estaria de "saco cheio" por causa disso, o meia comentou:
- Um pouquinho sim, mas ainda tenho o prazer de treinar e de jogar. Então, é isso que importa. E eu tenho o prazer de vestir a camisa do Vasco, é isso que importa para mim também - disse Juninho ao Tá na Área.