Em meio às desconfianças sobre o trabalho que seria desenvolvido no Vasco, o recém-empossado Franck Assunção pediu 30 dias para mostrar serviço. O prazo expirou na última segunda-feira, os resultados não apareceram. Aliás, nem mesmo ele apareceu em São Januário. Assim, o clube decidiu não esperar mais. O bilhete azul está pronto. Nos próximos dias o clube vai comunicar oficialmente, inclusive ao próprio diretor executivo, que ele não faz mais parte da diretoria.
No dia 9 de março, Franck Assunção foi anunciado oficialmente como novo diretor executivo do Vasco. No domingo seguinte, dia 11, esteve em São Januário para assistir ao jogo contra o Madureira, pelo Campeonato Carioca, e alguns dias depois viajou para a Itália. A intenção transmitida à diretoria do clube era a de acertar alguns detalhes de sua mudança definitiva para o Brasil, já que viveu por 18 anos da Europa, e então iniciar definitivamente seu trabalho no Vasco. No entanto, Assunção ainda não retornou da Itália, o que criou insatisfação nos responsáveis por gerir o clube.
Além disso, começaram a surgir especulações na imprensa italiana de que o Vasco estaria perto do acerto com os atacantes Adrian Mutu e Vicenzo Iaquinta, ambos do Cesena. As notícias, falsas e sempre ligadas a Franck Assunção, geraram profundo descontentamento na diretoria do Vasco, e o fato foi a gota d’água para que o clube tomasse a decisão de dispensar o diretor executivo.
Na última terça-feira, um encontro de alguns dos principais diretores do Vasco selou a decisão, que será ratificada nos próximos dias. Segundo pessoas ligadas à diretoria, a ideia, inclusive, começou a ser considerada desde a primeira e única entrevista coletiva de Franck Assunção. A falta de articulação e as respostas evasivas criaram desconforto em São Januário, com a diretoria sendo bombardeada de críticas e surgindo notícias que desmentiam o currículo de Assunção – ele alegou ter trabalhado como executivo no Ascoli, da Itália, e no Chiasso, da Suíça.
Durante o período de viagem à Itália, Franck Assunção conversou apenas uma vez por telefone com o presidente Roberto Dinamite e outra com o vice de futebol José Hamilton Mandarino. Em ambas as ocasiões não falou sobre seu trabalho na prática e não estabeleceu data para iniciá-lo. Com a consciência de que se tratava de uma aposta de curto prazo e evitando um desgaste ainda maior, a diretoria decidiu dar fim à história.
- Aquela entrevista coletiva causou uma péssima impressão em todos em que estiveram lá, inclusive na diretoria. Todos, sem exceção, ficaram sem graça. Agora o prazo de validade acabou. Não há mais por que insistir nisso e provocar um desgaste maior - afirmou um integrante da diretoria vascaína.
No entanto, a esperança do clube era de que Franck Assunção ao menos mostrasse habilidade com os negócios, diferentemente das palavras. Segundo pessoas que participaram das reuniões prévias à contratação, o diretor vendeu ao Vasco a capacidade de captar um grande patrocínio internacional.
- Esse foi o carro-chefe da conversa. O valor do suposto patrocínio seria, segundo o Franck, acima da média em relação aos padrões do futebol brasileiro. E como o contrato do Vasco com a Eletrobras é complicado, principalmente em relação ao pagamento, o clube mostrou-se interessado - relatou um outro dirigente.
Segundo um dos assessores de Franck Assunção, o dirigente está na Itália tratando, entre outras coisas, da mudança da esposa, que está grávida. No entanto, pode ser que ele nem precise mais fazer as malas para retornar ao Brasil.
Fonte: GloboEsporte.com