Edmundo foi um dos mais talentosos atacantes de sua geração e da história do futebol brasileiro. Forte, veloz, técnico, habilidoso, letal nas conclusões, visão de jogo privilegiada, personalidade e poder de decisão. Tão completo quanto temperamental e polêmico. Mais que tudo, vencedor.
O blog rende homenagem ao craque que se despediu dos campos com dois gols nos 9 a 1 do Vasco sobre o Barcelona de Guayaquil no amistoso comemorativo em São Januário lembrando de sete grandes times na carreira do “Animal”, ídolo cruzmaltino e também do Palmeiras.
Vasco do Brasileiro de 1992 - O líder da primeira fase, com show na goleada por 4 a 2 sobre o Flamengo. Comandado por Nelsinho Rosa, o time cruzmaltino era ofensivo no 4-1-3-2. Promovido à equipe principal, Edmundo fazia dupla de ataque com um inspirado Bebeto e era municiado pelo trio de meias formado pelo veterano Geovani e Bismarck e William. Na fase semifinal, Régis falhou e faltou experiência ao jovem atacante nas “decisões” com o arquirrival rubro-negro;
Vasco campeão estadual invicto 1992 – Joel Santana efetivou Carlos Germano na meta e deu consistência defensiva com a entrada de Leandro Ávila ao lado de Luisinho à frente da zaga no 4-2-2-2 típico da época. Na frente, Edmundo era a referência de velocidade e fez dupla com Roberto Dinamite, já em final de carreira. O time conquistou os dois turnos sem derrota em um campeonato sem Maracanã. Foi o primeiro título de Edmundo;
Palmeiras 1993 – O time que tirou o alviverde de 16 anos sem títulos. Luxemburgo armou a equipe milionária montada pela Parmalat no 4-3-3 que variava a dinâmica ofensiva: em casa, um 4-3-3 com Evair enfiado; fora, ou quando o time abria vantagem, o centroavante recuava para trabalhar com o meio-campo e Edmundo e o “Capetinha” Edílson entravam na diagonal. A formação dos históricos 4 a 0 sobre o Corinthians na final do Paulista tinha Tonhão na zaga, Mazinho na lateral-direita e Daniel Frasson no meio;
Palmeiras 1994 – Campeão brasileiro, em nova final contra o arquirrival, o time de Luxa mantinha o desenho tático e a movimentação de Evair. Sem Mazinho, Cláudio atuou na lateral-direita e Flávio Conceição herdou vaga no meio-campo. Zinho tinha liberdade para organizar o meio e municiar Edmundo e Rivaldo, que também fazia a diagonal a partir da esquerda. O “Animal”, apelido dado pelo narrador Osmar Santos, mais uma vez fez a diferença com gols e assistências;
Vasco 1997 – De volta ao Vasco após passagens sem brilho por Flamengo e Corinthians, Edmundo chegou ao auge de sua carreira na conquista nacional. Vivia fase tão esplendorosa que Antonio Lopes recuou Evair para trabalhar com os meias Juninho e Felipe e deixava Edmundo, com a camisa dez, sozinho à frente. E ele decidiu. Marcou todos os gols nos 6 a 0 sobre o União São João, mais três nos 4 a 1 sobre o Fla que garantiram vaga na final sem gols e com taça contra o Palmeiras. Os 29 tentos em 28 partidas garantiram à época o recorde na artilharia de uma edição de Brasileiro;
Fiorentina 1998/99 - A “Viola” comandada por Giovanni Trapattoni chegou ao terceiro lugar na Série A italiana atuando em um 3-4-1-2. Edmundo formou boa dupla de ataque com Batistuta, municiada pelo meia português Rui Costa. Porém, os desentendimentos com treinador e companheiros e a volta ao Rio para curtir o Carnaval sem autorização do clube inviabilizaram a permanência em Florença. Sem clima, retornou ao Vasco antes do final da temporada.
Vasco 2000 – Eurico Miranda abriu os cofres para armar time forte que buscasse o título do Mundial Interclubes “experimental” da FIFA. Com elenco estelar, Antonio Lopes avançou Felipe para o meio-campo, efetivou Gilberto na lateral-esquerda e Amaral correndo por todos à frente da defesa comandada por Mauro Galvão, mas com a companhia de Júnior Baiano. Edmundo fez dupla com o desafeto Romário e, mesmo obrigado a atuar um pouco mais recuado, desequilibrou nos 3 a 1 sobre o Manchester United com um golaço. Na final, perdeu o pênalti decisivo e viu o Corinthians fazer a festa no Maracanã.