Confira análise tática de grandes times da carreira de Edmundo

Quinta-feira, 29/03/2012 - 07:43

Edmundo foi um dos mais talentosos atacantes de sua geração e da história do futebol brasileiro. Forte, veloz, técnico, habilidoso, letal nas conclusões, visão de jogo privilegiada, personalidade e poder de decisão. Tão completo quanto temperamental e polêmico. Mais que tudo, vencedor.

O blog rende homenagem ao craque que se despediu dos campos com dois gols nos 9 a 1 do Vasco sobre o Barcelona de Guayaquil no amistoso comemorativo em São Januário lembrando de sete grandes times na carreira do “Animal”, ídolo cruzmaltino e também do Palmeiras.

Vasco do Brasileiro de 1992 - O líder da primeira fase, com show na goleada por 4 a 2 sobre o Flamengo. Comandado por Nelsinho Rosa, o time cruzmaltino era ofensivo no 4-1-3-2. Promovido à equipe principal, Edmundo fazia dupla de ataque com um inspirado Bebeto e era municiado pelo trio de meias formado pelo veterano Geovani e Bismarck e William. Na fase semifinal, Régis falhou e faltou experiência ao jovem atacante nas “decisões” com o arquirrival rubro-negro;

Numa espécie de 4-1-3-2 armado por Nelsinho Rosa, Edmundo surgia como atacante veloz e talentoso ao lado de Bebeto.

Vasco campeão estadual invicto 1992 – Joel Santana efetivou Carlos Germano na meta e deu consistência defensiva com a entrada de Leandro Ávila ao lado de Luisinho à frente da zaga no 4-2-2-2 típico da época. Na frente, Edmundo era a referência de velocidade e fez dupla com Roberto Dinamite, já em final de carreira. O time conquistou os dois turnos sem derrota em um campeonato sem Maracanã. Foi o primeiro título de Edmundo;

Com Joel Santana, time cruzmaltino ficou mais forte defensivamente no 4-2-2-2 típico dos anos 1990 e Edmundo era o atacante de velocidade municiado pelos meias e o veterano Roberto Dinamite.

Palmeiras 1993 – O time que tirou o alviverde de 16 anos sem títulos. Luxemburgo armou a equipe milionária montada pela Parmalat no 4-3-3 que variava a dinâmica ofensiva: em casa, um 4-3-3 com Evair enfiado; fora, ou quando o time abria vantagem, o centroavante recuava para trabalhar com o meio-campo e Edmundo e o “Capetinha” Edílson entravam na diagonal. A formação dos históricos 4 a 0 sobre o Corinthians na final do Paulista tinha Tonhão na zaga, Mazinho na lateral-direita e Daniel Frasson no meio;

O Palmeiras do fim do jejum de 16 anos: 4-3-3 de Luxemburgo com Evair ora enfiado entre os zagueiros, ora recuando para as infiltrações em diagonal de Edmundo e Edílson.

Palmeiras 1994 – Campeão brasileiro, em nova final contra o arquirrival, o time de Luxa mantinha o desenho tático e a movimentação de Evair. Sem Mazinho, Cláudio atuou na lateral-direita e Flávio Conceição herdou vaga no meio-campo. Zinho tinha liberdade para organizar o meio e municiar Edmundo e Rivaldo, que também fazia a diagonal a partir da esquerda. O “Animal”, apelido dado pelo narrador Osmar Santos, mais uma vez fez a diferença com gols e assistências;

O alviverde campeão brasileiro de 1994, também sobre o Corinthians: o mesmo desenho tático e dinâmica ofensiva semelhante, mas com Rivaldo na vaga de Edílson.

Vasco 1997 – De volta ao Vasco após passagens sem brilho por Flamengo e Corinthians, Edmundo chegou ao auge de sua carreira na conquista nacional. Vivia fase tão esplendorosa que Antonio Lopes recuou Evair para trabalhar com os meias Juninho e Felipe e deixava Edmundo, com a camisa dez, sozinho à frente. E ele decidiu. Marcou todos os gols nos 6 a 0 sobre o União São João, mais três nos 4 a 1 sobre o Fla que garantiram vaga na final sem gols e com taça contra o Palmeiras. Os 29 tentos em 28 partidas garantiram à época o recorde na artilharia de uma edição de Brasileiro;

Com Edmundo iluminado, Antonio Lopes recuou Evair no 4-2-2-2 cruzmaltino e deixou o camisa dez livre para desequilibrar na conquista nacional.

Fiorentina 1998/99 - A “Viola” comandada por Giovanni Trapattoni chegou ao terceiro lugar na Série A italiana atuando em um 3-4-1-2. Edmundo formou boa dupla de ataque com Batistuta, municiada pelo meia português Rui Costa. Porém, os desentendimentos com treinador e companheiros e a volta ao Rio para curtir o Carnaval sem autorização do clube inviabilizaram a permanência em Florença. Sem clima, retornou ao Vasco antes do final da temporada.

O 3-4-1-2 da Fiorentina de Trapattoni investia na criatividade do meia luso Rui Costa armando para Edmundo e Batistuta.

Vasco 2000 – Eurico Miranda abriu os cofres para armar time forte que buscasse o título do Mundial Interclubes “experimental” da FIFA. Com elenco estelar, Antonio Lopes avançou Felipe para o meio-campo, efetivou Gilberto na lateral-esquerda e Amaral correndo por todos à frente da defesa comandada por Mauro Galvão, mas com a companhia de Júnior Baiano. Edmundo fez dupla com o desafeto Romário e, mesmo obrigado a atuar um pouco mais recuado, desequilibrou nos 3 a 1 sobre o Manchester United com um golaço. Na final, perdeu o pênalti decisivo e viu o Corinthians fazer a festa no Maracanã.

No time vice-campeão do Mundial da FIFA em 2000, Edmundo recuava para deixar Romário enfiado. Destaque para o show nos 3 a 1 sobre o Manchester United.


Fonte: Blog Olhar Tático - GloboEsporte.com